Consulta médica

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 -Você de fato tem uma peculiaridade?!
Exclama em dúvida a doutora.
Depois de minha mãe se recuperar da surpresa de eu ter depois de tanto tempo  finalmente desperto minha peculiaridade, nós fomos imediatamente ao hospital mais próximo para fazer uma checagem.
Durante todo o caminho para o hospital eu me esforçei para ignorar os olhares fixos e desconfortáveis que recebia.
E ainda mais esforço para acalmar os grimms com os sentimentos negativos que eles recebiam.
Medo, nojo, raiva, ódio.
Eu não conseguia entender de onde veio tantos sentimentos.
Alguns eram direcionados para mim.
Mas a maioria estava apenas de passagem pelo caminho.
Mas o mais doloroso foi o medo que eu sentia emanar da minha mãe.
Eu sentia os olhares com o canto do olho que ela me dava, eu via como ela se esforçava em evitar o meu olhar.
O medo que ela estava sentindo era tanto que eu estava tendo dificuldade em fazer o Nevermore se comportar.
Mas tudo isso teve um lado bom!
Eu descobri (acidentalmente) que eu podeira fazer os grimms voltarem a ser grimm líquido e depois desaparecer com muito esforço e vontade.
Então quando chegamos no hospital fomos de forma bem rápida para a especialista em peculiaridades presente.
Ela fez uma alguns exames em mim, principalmente Raios-x e exames de sangue.
Neste último tive outra descoberta mas essa não tão boa.
Meu sangue agora é preto metálico, muito parecido com o próprio grimm líquido.
"Mas será que vai funcionar igual...? Isso será uma dos meus testes para mais tarde"
Eu pensei animado enguanto uma enfermeira tirava meu sangue.
"...mas...eu seguer sou humano..ainda?"
Pensei desanimado ao ver o sangue negro sair.
E por fim chegamos no momento atual.
A doutora, uma mulher de aparência jovem com cabelos loiros e olhos azuis olhando para os resultados dos meus exames e exclamando meio dúvida meio afirmação. 
-Do...doutora...isso...não e óbvio...?
Minha mãe pergunta timidamente.
A doutora abaixa os papéis e nós encara.
Encara minha mãe, para mim ela apenas dá uma rápida olhada e desvia rapidamente.
Ela suspira e então começa a falar.
-Desculpe...mas a situação do jovem Midoriya é no mínimo...excêntrica.
"...excêntrica?"
Minha mãe parece compartilhar a mesma confusão que eu.
-Primeiro...minha peculiaridade é capaz de sentir peculiaridades, não quando ela é usada, apenas sentir quem a tem ou não.
A um momento de silêncio no ar e ela volta a falar.
-Mas eu também posso sentir se a peculiaridade de alguém é passiva ou ativa por assim dizer...alguém com super força e obviamente uma peculiaridade passiva e assim vai...
"Essa é uma peculiaridade incrivelmente boa na verdade"
-...e chegamos a você jovem...
Ela volta a me encara, eu sinto o desconforto dela em me olhar mais ainda assim ela permanece firmemente profissional.
-Eu consigo sentir sua peculiaridade, mas apenas isso, eu não consigo sentir mais absolutamente nada sobre ela, você devia ser quirkless, mas aqui está com uma peculiaridade, e nem vamos começar a falar sobre seu exame de sangue...
Minha mãe parece preocupada.
-Por...porque?
A doutora suspira pesadamente.
- Não sei o que é mas...aquilo...o "sangue" do seu filho seguer e sangue...
A doutora faz uma pausa.
-...falta hemoglobina e as demais estruturas básicas...o pior é que nem sabemos o quê é! O sangue evaporou depois de um tempo que tiramos...
Quanto mais falava mais incrédula a doutora ficava e mais preocupada minha mãe ficava.
-...mas isso pode prejudicar Izuku...?
Minha mãe pergunta baixinho.
A doutora suspira e coloca uma mão na cabeça.
-sinceramente senhora Midoriya? Não sabemos.
A doutora responde e fica um silêncio desconfortável no ar.
-Mas! O que quer que seja ainda é a peculiaridade, então de qualquer forma devemos registrá-la...então Izuku não é?
A doutora fala me encarando.
Eu aceno com a cabeça.
-O que você sente que sua peculiaridade faz, até agora pelo menos?
Eu sorrio animado com a ideia da minha peculiaridade.
"Mas...será que devo falar tudo que sei? E se ela começar a ter medo? Ou suspeitar que estou mentindo sobre algo?"
"O que foi isso? E claro que devo! Ela uma médica e está aqui para me ajudar sobre a minha peculiaridade!"
"Não é?"
Ignorando os pensamentos estranhos que surgiram e Ignorando ainda mais a minha insegurança eu começo a falar.
-...eu...eu...começei a sentir certas emoções da pessoas...
-Emoções como?
-Raiva, medo...
Eu olho para minha mãe rapidamente.
Ela parece surpresa e logo depois levemente envergonhada.
-...nojo, insegurança...e vários outros.
A doutora começa a anotar em um papel.
- Você consegue sentir alegria, felicidade ou algo assim?
-que eu saiba até agora não.
-apenas emoções negativas então...
Ela murmura escrevendo.
-E apenas isso?
Eu abro a boca para falar mas algo me para, eu não sei porque mas eu não quero falar sobre meus grimm.
"Minha peculiaridade...não meus grimms"
-...eu...consigo também invocar grimms.
Com isso a doutora é também minha mãe se viram para mim curiosas.
-Grimms? O que é isso?
-Oh! São cria...
"Espera...como eu sei sobre isso?"
Eu começo falando mas logo paro em choque.
"...eu sei por aqueles aqueles sonhos? Eles...realmente eram reais? Aquilo, aquele lugar...realmente existe...mas então os grimms..."
-Izuku....?
Eu sinto o toque da minha mãe no meu ombro e percebo que estava tremendo.
-De..desculpe...
Eu murmuro.
-Grimms são criaturas que eu posso invocar.
-...como aquele corvo?
-Sim... aquele era um Nevermore.
"Novamente...como eu sei disso...parece tão natural para mim...mas não devia"
-Corvo?
A doutora pergunta.
-Sim...e da minha peculiaridade...eu posso chamá-lo para senhora ver...
Eu comento.
-Por favor.
Com a permissão da médica eu fecho os olhos e novamente apenas paro de pensar e deixo fluir.
E com isso minha sombra se torna novamente aquele líquido e o Nevermore começa a sair, mas desta vez ele sai mais rápido por ainda estar em um tamanho menor.
O Nevermore sai da poça e da uma voada circular em torno do consultório terminando empoleirado no me ombro.
Durante todo o tempo eu sentia o medo da minha mãe e da doutora mesmo que ambas tentassem não demonstrar.
A doutora fica analisando o Nevermore do meu ombro por um tempo e fala.
-Fas...fascinante...eu nem preciso falar que seu Nevermore tem para os corvos normais e eu tenho certeza que ele tem mais do que demonstra, não é?
"Óbvio que tem!"
Penso com orgulho que novamente não sei de onde realmente vêm.
-...eu..não sei...aconteceu tudo tão rápido que ainda não testei o que posso fazer...
Eu murmuro e acariciou a cabeça do Nevermore, pedindo logo em seguida para ele voltar para o grimm líquido.
Ele parece descontente se o grasnar dele demonstrar algo mas mesmo assim, sob os olhos de todos ele começa a se transformar em líquido bem no meu ombro e ser absorvido pelo meu corpo.
"Não foi isso que aconteceu antes!"
Minha parece igualmente chocada mas a médica ignora nos dois e continua perguntando.
- Você pode controlá-lo?
Eu paro para pensar pouco.
-não realmente mas ele me obedeçe e ainda precisa de permissão para sair então...
-Permissão para sair?
"Eu não queira ter falado isso"
-Ele pede para sair...e só consegue se eu permitir...
-Você fala como se isso tivesse vontade própria.
O "isso" dela me incomoda de alguma forma mas eu ignoro.
-Mas ELE tem vontade própria.
Eu resmungo.
-Então o que isso tem vontade de fazer quando sai?
Com essa pergunta eu paraliso.
E algo que ignorei ate agora mas, quando o Nervermore saiu pela primeira vez ele só queria fazer uma coisa.
Causar morte e destruição.
Ele queira naquele momento ir para a rua e matar o máximo que pudesse.
Mas eu nunca iria falar isso.

E então Izuku Midoriya contou sua primeira mentira.

-Viver, ele queria ser livre, acho acho como qualquer animal.
A doutora acena a cabeça e parece satisfeita.
-Uma última pergunta, esse corvo, é a única coisa que você pode invocar?
"Não"
-...não sei...
Eu acabei de despertar minha peculiaridade, não teria como eu saber os seus limites.
A doutora suspira decepcionada mas compra a ideia.
Ela volta a anotar algumas coisas e depois fala novamente.
-Eu vou categorizar sua peculiaridade como: Mutante, devido a sua pele, seu olhos e seu sangue.Emissora, devido a você poder invocar seu grimms.E por fim também a colocarei como uma peculiaridade sensiente, você sabe o porquê.
A doutora fala mostrando meu documento e as novas informações.
Minha mãe assina e em seguida eu assino também.
-Bem, com isso encerrarmos por aqui, jovem, qualquer mudança, complicação ou simplesmente quere falar sobre sua peculiaridade e apenas voltar aqui.
A médica nos guia para fora.
-seu caso e no mínimo especial.
E então eu e minha mãe fomos embora do hospital.
No caminho para casa minha mãe tagarelava animada sobre como agora eu finalmente poderia ser um herói e outras coisas.
Mas minha mente estava mesmo em outro lugar.
"Esse conhecimento na minha cabeça...se ele existe e porque os grimms existem, mas se eles exitem onde eles estão?"
"E mais importante, o que e essa sensação de estar dividindo algum tipo de controle com alguém?"
Durante o caminho eu pensava sobre a minha situação e cada vez mais sentia desespero por não conseguir saber nada.
Depois de um tempo pensando eu dei um tapa no meu rosto assustando minha mãe no meio.
-Izuku? O que foi?
"Essa insegurança não importa! Agora eu finalmente poderia ser um grande herói!"
Eu sorrio.
-Nada mãe, está tudo bem! Porque eu estou aqui!
E então ambos voltamos para casa rindo alegres.
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Sentada em um trono negro uma mulher de pele branca com veias negras pensava profundamente.
-Rainha?
Uma voz pergunta com respeito dominando seu tom.
-Watts, que bom te ver...
A mulher levanta a cabeça mostrando seus olhos de grimm também rodeados de veias negras.
Watts, que acabará de chegar, era um homem de meia idade ligeiramente bronzeado com cabelos pretos e grisalhos curtos um bigode e olhos verdes.
-...você se lembra de sua pesquisa sobre o multiverso e portais de antes?
Watts acena com a cabeça meio desanimado.
-Sim, o que senhora encerrou por falta de interesse.
-Na época sim, nossos objetivos eram em Remnant não havia necessidade de envolver outros mundos...
A cada palavra da mulher mais animado o homem ficava.
-...mas agora? Houveram mudanças, nós presisamos acessar um novo mundo em específico.
A mulher faz uma pausa.
-Então, Watts, eu quero um portal o mais rápido possível.
Watts parecia uma criança no Natal.
-Agora mesmo rainha!
E então ele sai correndo.
A mulher ri levemente de seu ânimo.
"Agora quem mandar nessa missão? Tyrian?"
A mulher bufa divertida.
"Não, a missão requer mais...sensibilidade...do que isso"
"...Cinder?"
A mulher volta a ficar pensativa mas logo suspira e murmura.
- Você vai valer tanto trabalho 'príncipe'?

The Grimm heroOnde histórias criam vida. Descubra agora