Volta a escola

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Izuku conseguia sentir muito nervosismo no ar.
E a maior parte disso vinha dele mesmo.
Ele sentia que já se passou tanto tempo desde seu último dia na escola, mas na verdade passou apenas um único dia.
Mas em sua defesa o dia anterior tinha sido muito, muito desregular.
Primeiro um dia normal de bullying, depois seu melhor amigo o mandado se suicidar, depois ele foi atacado por vilão e ainda salvo por All might, depois All might o mandou desistir de seus sonhos, então ele tentou se suicidar, de alguma forma ele se afogou em uma poça, se recuperou e por fim conseguiu um quirk.
Ou seja, muita coisa.
E o pior é que sua mãe não considerava nada disso motivo viável para faltar na aula.
No dia anteiror o seu comprovante de peculiaridade já havia saído.
Quirk: Lusus naturae
"Aberração da natureza em latim"
Izuku pensava que o nome de seu quirk combinava bastante na verdade.
Então ele chegou na escola no dia seguinte e antes de poder ir para sua sala (e Ignorando os olhares chocados dos professores e alunos) ele teve que conversar com o diretor.
Então Izuku chega na porta do escritório do diretor e bate timidamente.
Nenhuma das vezes que ele tinha ido ali antes resolveram algo.
-Pode entrar.
Fala o diretor por trás da porta.
E então Midoriya abre e entra.
O escritório do diretor era simples, a mesa e a cadeira em que ele estava de frente para uma janela, alguns armários de arquivos e certificados nas paredes.
-Midoriya? Você não estaria para mentir de novo não é?
O diretor pergunta em um tom zombateiro e Izuku sente uma leve malícia emanar já agitando os grimm mas bem levemente.
Izuku respirações firme e ordena que eles se acalmem e então encara o direitor.
O diretor de Aldera e um homem velho e gordinho de cabelos pretos.
Izuku já havia tentado falar com ele sobre o bullying que sofria mas ele sempre acreditava no que os alunos com quirks falavam.
(Até Ignorando as cicatrizes de Izuku como provas)
O diretor disse e só então realmente encarou Izuku, e quando o fez ficou en choque com sua aparência.
Izuku estava vestindo o uniforme básico da Aldera mas sua pele branca como neve e as veias pretas nos seus braços gritavam "quirk".
E por fim Izuku também usava grandes óculos de sol com lentes pretas para esconder seus olhos.
Ele já havia percebido que seus olhos deixavam as pessoa desconfortáveis.
O diretor ficou analisando Izuku por um tempo até exclamar.
-O que você está inventando agora Midoriya?
Ele fala com irritação na sua voz.
-na...nada senhor...eu..eu..apenas...vim falar que...agora...tenho um quirk...
Gagueja Midoriya em resposta.
O diretor o encara novamente e fala ainda mais irritado.
-Quirks não surgem assim! E tire esses óculos enguanto fala comigo! Mostre alguma respeito...
O direito começa a falar.
-...você Midoriya tem que aceitar que é apenas um indivíduo sem peculiaridades e não a nada mais que possa fazer sobre isso...
E ele continua seu discurso.
Enguanto o diretor fala Izuku sente raiva no ar, mas isso vem dele mesmo.
"Como ele ousa falar assim comigo!"
Izuku pensa irrado e seus grimms se agitam como se concordassem com ele.
"...tirar os óculos hein..."
Izuku da um leve sorriso e tira sesu óculos de sol mostrando seus olhos para o diretor que no mesmo momento para de falar e encara os olhos.
Izuku sente medo no ar e sorri.
Izuku se aproxima lentamente da mesa do diretor que recua levemente sem perceber.
-Eu não estou aqui para pedir sua opinião...eu só estou aqui para mostar isso...
Izuku joga um papel na mesa do diretor.
Um certificado do governo sobre a existência de uma peculiaridade.
O diretor Empalideçe levemente e o medo no ar aumenta.
-...e não importa se você acredita ou não, depois de um momento de choque ontem em um ataque que sofri, devido ao estresse eu desenvolvi uma peculiaridade...
Ao pelo menos foi o que Izuku disse a sua mãe.
Peculiaridades despertam aos quatro anos e é quase impossível alguém a despertar aos quinze.
A não ser por alguma influência externa, como choque.
Izuku não ia dizer que tentou se suicidar para sua mãe.
-...senhor diretor.
Izuku termina falando e começa a colocar os óculos de volta saindo da sala lentamente.
Ao fechar a porta do escritório do diretor Izuku cambaleia a se apoia na parede.
-mas...o que foi isso...
Izuku sussurou sozinho.
-...isso não...e algo...que eu faria...
No escritório o diretor ainda se recuperava do puro pavor que sentiu vendo Midoriya.
-...a sombra dele...não estava líquida?
Ele murmura para o ar.
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"Eu realmente não quero entrar"
Pensei nervoso na porta da sala.
"Eu ainda não sei o que foi aquilo na sala do diretor...e ainda não sei como os grimm funcionam direito..."
Pensei enguanto colocava a mão na maçaneta.
"...e se eu machucar alguém? Eles vão me chamar de vilão? Vou ser preso? Ainda vou poder ir para a UA? "
Meu pé batia nervosamente no chão.
Eu dou uma forte suspirada.
"Eu vou ser um herói, alguns sentimentos negativos não vão me atrapalhar"
Eu abri a porta e entrei com tudo na sala.
Foi um erro.
Amargura, angústia, ciúme, egoísmo, ódio, desconforto, depressão, estresse, frustração e vários outros.
Todos esses sentimentos negativos explodiram em mim no momento em que entrei.
Eu já senti minha cabeça começar a doer no esforço de segurar os grimms, que estavam realmente animados e ansiosos.
En entrei na sala e fiquei paralisado na porta com os olhos fechados tentando acalmar os grimm.
Mas eu não sei como realmente acalmá-los, e meus esforços pareciam os deixar mais ansiosos para sair.
E cerrei os dentes com força e apertei minha mão em um punho
Inspira.
Expira.
Inspira.
-...Midoriya é você?
O professor na sala pergunta em dúvida.
Expira.
Inspira.
Os grimms começam a se acalmar.
Expira.
-Sou...eu...eu estava conversando com diretor...
Sussuro.
Inspira.
-Sobre?
O professor parece em dúvida.
-...minha peculiaridade.
O professor parece surpreso mas não chocado.
"Minha aparência entrega eu acho..."
Mas o mesmo não pode ser dito do resto da sala.
-O QUÊ?
Todos gritam e então sussurram.
-Aquele e Midoriya?
-seu cabelo ainda e verde...
-eu pensei que você um aluno novo...
Hostilidade, pena, inveja.
Expira.
Inspira.
Expira.
-Dekuuuu...
Um rosnado seguido de uma leve explosão.
Malícia, irritação, nojo.
Os grimms voltam a se animar.
Inspira.
Expira.
Bakugou, kachan, estava me encarando com seu olhar de raiva habitual, mas havia outros sentimentos conflitantes em seus olhos, além de eu conseguir sentir medo vir dele.
"Kachan...com medo?"
Dou uma leve risada com o pensamento.
Inspira.
Expira.
Eu tenho vontade de gritar, minha cabeça não para de doer.
"..parem...parem..PAREM!"
Eu grito mentalmente ordenando os grimm e eles parecem se acalmar novamente.
Eu suspiro aliviado.
"Obrigado"
-Midoriya...você está bem?
O professor pergunta verdadeiramente preocupado.
-Ahn?
Ele aponto para minha mão.
"...nossa..."
Eu esqueci que minha unhas estavam mais afiadas do que antes e com a força que fiz elas cortaram a palma da minha fazendo meu sangue negro escorrer e pingar no chão.
"Eu nem senti"
Eu relaxei minha mão e vi os machucados da minha mão de fecharem sob meus olhos.
"O quê?"
Os outros presentes na sala não perceberam minha reação pois estavam vendo o meu sangue evaporar no chão.
A um silêncio estranho no ar.
Então professor tosse e fala.
-Bem...vamos começar a aula então?
Eu aceno e começo andar direção a minha mesa.
Durante o caminho eu recebia olhares estranhos e escutava sussuros sobre mim.
Mas eu fazia de questão de ignorar apenas um deles.
O de kachan, eu sentia sua carranca me seguindo constantemente com seu olhar.
Mas por algum motivo ele foi o único da sala a não falar sobre mim.
Então o resto da aula transcorreu normalmente.
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Sentado em uma cadeira numa mesa circular em seu escritório estava Ozpin.
Seu escritório ficava no topo de sua escola (castelo) em uma torre de relógio.
E Ozpin era simplesmente o diretor da academia de Beacon que treina caçadores para lutar contra o seus inimigos mortais, os grimms.
E Ozpin era seu diretor, um dos caçadores mais fortes do mundo é também um homem cheio de segredos.
E um desses segredos, era sobre uma inimiga antiga, cruel e poderosa.
E Ozpin agora estava tendo uma dor de cabeça (maior do que a de costume) sobre ela.
Ele sentia em seu instinto, de todos os anos, os muitos anos que a enfrentava, que ela iria se interessar pela anomalia que sentiu.
Ozpin não era estanho no conceito de multiverso, ele já o estudou profundamente antes até conseguiu uma maneiras teórica de viajar por ele, mas nunca teve tanto interesse.
Em outros mundos podeira sim ter ajuda contra a Rainha, mas todos os mundos teriam seu próprio perigo, então Ozpin decidiu que o risco não valia a pena.
Mas agora, O deus das trevas agiu, ele fez algo que Ozpin sentiu estando a um universo de distância, e algo que ainda chamou a atenção da Rainha.
E ainda a o problema com a Donzela de Outono.
-Sério...aquele Deus não pode só abandonar Renmant de uma vez por todas? Ele tem que ficar influenciado as coisas...
Resmunga Ozpin bebericando seu café.
-Ozpin!
Chega gritando uma voz rigida na sala.
Ozpin calmamente apoia seu café na mesa.
-Sim Glynda?
Glynda Goodwtich, uma das maiores aliadas de Ozpin, uma mulher de meia idade com cabelo loiro preso em um coque, olhos verdes brilhantes e usando um óculos.
Glynda era a professora mais severa que Ozpin já conheceu.
-Primeiro, você está bem? Desde ontem você mais aéreo do que de costume.
Ozpin pensa que deveria se sentir ofendido, mas apenas suspira e responde.
-Esta está sendo a primeira vez em muito tempo que não sei o que fazer...a uma grande oportunidade ou uma grande ameaça nos esperando Glynda...e eu não sei o que fazer...
A máscara estoica de Glynda é quebrada por um momento mostrando seu choque mas logo volta e ela responde.
-Eu sei que você saberá o que fazer quando chegar a hora, lembre-se, não apenas eu, mas todo o Vale confia em você Ozpin, e ainda há uma escuridão em Renmant que apenas você pode impedir.
Glynda fala encarando Ozpin seriamente.
Ozpin suspira e acena.
-Sim...obrigado Glynda eu...vou pensar em uma solução, mas eu tenho certeza que sua presença aqui não foi com a intenção de me confortar, então?
-O time Rwby não está no seu dormitório.
-São crianças Glynda, qual o problema?
Glynda parece ofendida.
-Além do óbvio descaso com as regras? O que elas estão fazendo a essa hora?
-Novamente, são crianças Glynda o que de rui...
*boom*
Ozpin e interrompido por um som de explosão e um clarão que ele consegue ver pelo vidro do seu escritório.
Glynda o encara secamente.
-Apenas crianças não é?
Ela resmunga e sai do escritório de Ozpin, provavelmente inda ver a origem da explosão.
- Crianças que vão se tornar os defensores da humanidade...
Sussura Ozpin dando uma golada em seu café e inda em direção a porta.
-...mas...Time Rwby não?
Os olhos de Ozpin começam a brilhar com ideias.
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Pelos três dias de aula que tive até agora foi tudo normal.
Normal não, até melhor, já que ninguém implicava mais comigo por não ter uma peculiaridade.
(Mesmo que os sussuros sobre eu ser um vilão, mesmo que baseados em nada afinal eu nem usei minha peculiaridade na escola, ainda me incomodassem pouco)
Na sala as pessoas eram curiosas mas por eu sempre estra mais ocupado tendo que acalmar meus grimms, eles acabavam desistindo e me ignoravam.
Uma coisa muito boa que aconteceu e que agora eu consigo controlar/acalmar os grimm com mais facilidade.
A única coisa que me deixava preocupado era Kachan.
Na sala Bakugou estava sempre quieto e só dava seus rosnados habituais, mas não respondia ninguém.
Ele parecia abatido.
E eu estva com medo demais em perguntar o porque, aí eu descobri por meio de fofocas que ele tinha sido feito de refém por um vilão e foi salvo por All might no último segundo antes de realmente poder morrer.
O vilão era o Vilão de lama, o mesmo que All might me salvou antes.
"Kachan quase morreu por minha causa?"
"Ele bem que merecia sofrer um pouco depois de tudo pelo que me fez passar..."
Meus grimms pareciam concordar com esse pensamento.
"...não...não, isso mão sou eu"
-Isso não sou eu...
Eu sussurei como um mantra.
Nesses últimos dias minha mente tinha alguns pensamentos intrusivos que eram sempre os mesmos.
Pensamentos mais odiosos, pensamentos mais violentos.
Pensamentos que eu me esforçava para ignorar.
"So espero que ele se torne mais calmo depois disso"
Eu pensei enguanto voltava para casa.
-Hey Deku!
"Eu tinha que me azarar..."
Bakugou com dois de seus "amigos" me cercam e me puxam para beco meio afastado.
Quando chegamos em um ponto cego Bakugou me da um soco forte no estômago que me faz cair no chão e quase vomitar.
Desconforto emana de seus amigos e eu só posso sentir malícia e desamparo vindo de Bakugou.
- Você acha que só porque tem uma peculiaridade inútil agora e todo especial?
Eu sinto meus grimms se agitaram.
-...mas...eu...eu não estou me achando...
Ele dá outro soco na minha barriga.
-MENTIRA! Todos vocês estão se achando, me achando fraco...mas eu vou mostar porque eu eu melhor que malditos extras...
Bakugou começa a trazer sua mão já com peguenas explosões.
-mas vamos tirar óculos do seu rosto primeiro não é?
Ele pergunta maliciosamente.
Eu paralizo de medo.
As explosões do Bakugou realmente me marcaram.
Com minha escorregada no controle sem querer o primeiro grimm que invoquei, o Nevermore, mas sua versão menor.
Ele voa em direção a Bakugou com intenção de dar uma bicada nele.
Bakugou se surpreende com o surgimento de um corvo do nada, mas com um movimento rápido de sua outra mão ele consegue segurar o Nevermore pelo peito pouco antes do mesmo acertar ele.
-Uhn...o que é isso? Seu quirk?
Bakugou pergunta zombateiro.
-Um corvo monstruoso? E um quirk perfeito para um Deku...
Ele ri e então explode o Nevermore na sua mão.
-NÃO!!!
A explosão foi forte e por Bakugou estra segurando o Nevermore que levou toda a explosão a queima roupa.
E simplesmente virou uma fumaça preta desaparecendo no ar.
Bakugou ria descontrolado.
-Só isso, tanto drama e seu quirk e só isso? Mas você é um Deku mesmo!
Bakugou fala e me dá outro soco, desta vez no rosto, me derrubando no chão e quebrando meus óculos.
"Porquê?! Porquê kachan tem que ser tão ruim comigo? Porque ninguém me ajuda?"
"Humanos são sempre cruéis e mesquinhos "
"Porquê eu não posso ter esperança? Eu so quero ser um herói? Porque? "
"Porque eu nunca sou salvo?"
Izuku estava cada vez mais se afundando em um dos mais tóxicos dos sentimentos.
O desepero.
O quirk, que ele se matou para ter, foi destruído.
"Eu que tenho que me salvar, ninguém virá por mim"
Izuku chegou a uma resolução.
"Porque eu ainda sou tão patético"
"Eu tenho o poder, eu tenho meus grimm"
"Eu acho que kachan merece sofrer um pouco"
Meus grimm concordam.
Eu começo a me levantar do chão lentamente.
Isso chama a atenção do Bakugou.
-ahn? Você que mais uma rodada Deku?
Eu olho bem nos olhos de Bakugou.
Ele que estava vindo na minha direção para um pouco, e eu sinto medo emanar de seus amigos.
-Então agora você virou uma Aberração de verdade Deku!
Bakugou volta a vir na minha direção.
-Deixa eu mostrar o lugar de uma Aberração...
Ele estende a mão com suas explosões para meu rosto denovo.
Mas desta vez antes de chegar no meu rosto uma grande garra negra segura o braço de Bakugou.
Ele parece surpreso, mas logo fica horrorizado ao ver o dono da garra.
Seus amigos já começam a tremer e eu acho que um deles até mijou nas calças.
Eu sinto algo se elevar nas minhas costas e olho para trás.
"Uau...que magnífico!"
Eu penso enguanto olho para o grimm que acabou de surgir.
A figura devia se elevar em uns três metros.
A figura tinha um peitoral musculoso, liso e todo preto, tirando as costelas que pareciam sair de dentro que eram brancas.
Dois braços grandes e musculosos com garras brancas afiadas.
Pernas um pouco menores e também com garras afiadas.
Sua postura era meio curvada com grandes espinhos saindo de suas costas.
E o seu rosto parecia o crânio de um lobo com dentes ainda maiores algumas marcas vermelhas e seus olhos pretos e vermelhos.
Um Beowolf segundo as visões que tive.
Ele ainda tinha grimm líquido escorrendo de seu corpo mostrando que acabou de nascer.
Ele rosna levemente segurando o braço de Bakugou.
E então o inferno começa.
O Beowolf aperta seu aperto na mão de Bakugou e ele grita.
Depois de um único segundo a o barulho de ossos quebrando no ar.
E sangue vaza de entre os dedos da garra do Beowolf.

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