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Juliette Freire

Conversar com a Carolline era algo realmente muito bom, ela me tratava muito bem, desde o começo das nossas conversas ela sempre foi muito respeitosa, estamos a uns quatro dias conversando já e ela sempre foi muito atenciosa.

Eu estava sentada no pátio da faculdade com a Carla quando ela começou a falar sobre a mãe dela e a relação dela com Thais.

Carla: Amiga, eu não sei como minha mãe descobriu, mas sei que agora eu posso namorar a Thais em paz. 

Juliette: Você é maluca. 

Eu me surpreendo as vezes com a capacidade de Carla, de simplesmente agir como se isso fosse uma coisa extremamente normal, mas então a noticia que ela me deu fez meu coração pular.

Carla: Amiga, já ia me esquecendo, minha mãe pediu seu currículo, ela acredita que tem uma vaga na empresa dela.

Acho que de todas as vezes que Carla me falou algo bom, essa foi sem duvidas a melhor coisa que ela poderia ter me dito.

Juliette: Sé- sério? Amiga, eu nem sei como te agradecer. 

Ela riu e me abraçou, mandei meu currículo para ela por e-mail, assim que peguei meu celular vejo uma notificação de mensagem da Carolline.

"C. Vieira diz:

Eu sei que você disse que só esta aqui nesse site pois precisa de ajuda com a faculdade, então se eu fosse você, iria até a reitoria ver como anda a sua mensalidade."

Eu corri até a administração com Carla em meu encalço, assim que cheguei lá vi Marcela com um papel nas mãos.

Marcela: Ia te procurar mesmo senhorita Freire, preciso que assine aqui, pois suas dividas foram quitadas hoje pela manhã e preciso que assine a transferência de cobrança.

Oi?! Co- como ela fez isso, eu, eu nem sei o que pensar.

Olhei para Carla que sorria de felicidade por mim, meus olhos começaram a arder indicando minhas lagrimas, assinei os papéis que estavam com Marcela e peguei meu celular para falar com ela, minhas lagrimas eram incontroláveis, tirei uma foto sorrindo em meio as lagrimas e encaminhei a ela.

"J. Feitosa:

Eu não sei como agradecer você a isso, eu, eu estou sem reação, só sei chorar, você é a pessoa mais iluminada que eu já conheci."

Carla: Amiga, o que aconteceu ali, eu estou tão feliz por você!!

Juliette: Amiga, ela, ela pagou as minhas mensalidades atrasadas, ela, ela me salvou.

Eu abracei Carla, me permitindo chorar de felicidade, eu finalmente vou poder mudar de vida, primeiro a mãe da Carla quer meu currículo, agora isso, eu não sei como agir. 

Tudo estava começando a dar certo pra mim, as coisas começaram a fazer sentido novamente.

Carla: Amiga, vamos  lá pra casa, minha mãe foi viajar e eu já encaminhei seu currículo a ela, então vamos comemorar as pequenas vitorias de hoje.

Passamos na minha casa para eu ver como minha avó estava e para eu lhe dar a noticia de que a mãe da Carla talvez tenha vaga pra mim na empresa dela, mas se toda felicidade que eu sentia era evidente, agora tudo tinha se desmoronado novamente, estávamos virando a rua quando meu telefone toca, era minha vizinha, Vitoria.

Sabe aquela sensação de que você nunca vai poder ser feliz? Como se Deus, o universo, sabe lá quem te odiasse e te punisse por cada mínima demonstração de felicidade.

Parece que você jamais vai conseguir vencer, todos dizem:

"Deus nunca dá uma cruz maior do que você pode carregar"

Ok, eu entendo, mas não é justo, minha vida não é justa, eu perdi meus pais e agora perdi a única pessoa na terra que ainda se importava comigo, é muito difícil encarar a realidade as vezes, eu sei que as pessoas morrem, eu sei, eu entendo, mas não é justo.

Carla pegou meu telefone e falou com Vitoria, eu não conseguia falar, lagrimas não desciam, o medo me dominava, a solidão me atingia, eu só tinha minha avó, meus pais e Carla, agora eu só tenho a Carla, não que ela não seja o suficiente, mas, ela tem a vida dela, ela não pode parar nada por minha culpa.

Carla me levou até o hospital e resolveu todos os tramites possíveis para que eu pudesse enterrar minha avó.

Eu não falava, não chorava, eu não sentia.

Me recordo vagamente de ouvir a Carla falando com sua mãe sobre o que aconteceu, me recordo de ver meu celular apitar em notificação da Carolline, me recordo de ver minha amiga me abraçar.

E depois disso ficou tudo preto, eu apaguei.

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Juliette: A- aonde eu estou?

Carla: No hospital amiga, você deve um ataque de pânico e desmaiou.

Ela estava em pé ao meu lado segurando minha mão.

Carla: O meu motorista foi na sua casa buscar algumas coisas suas, você vai ficar lá em casa comigo.

Juliette: Eu não posso aceitar Carla, você já cuidou de tudo isso pra mim, eu não posso aceitar.

Carla: Não foi um convite, eu estou apenas te informando da decisão da minha mãe e ela não aceita não como resposta.

Eu não tinha escolha, acabei aceitando o convite vindo da Senhora Andrade, tive alta e fomos para casa da Carla, fui muito bem acolhida pela Rute.

Rute: Ju, seja bem vinda, sinto muito por tudo isso.

Juliette: Obrigada tia Rute.

Subimos para o quarto da Carla e eu finalmente me permiti chorar, finalmente eu pude chorar, minha ficha caiu, eu senti os braços da Carla em volta do meu corpo.

Eu chorei até dormir, quando eu acordei já era tarde, Carla estava dormindo ao meu lado, eu peguei meu celular e fui responder a Carolline.

"J. Feitosa:

Desculpa ter sumido, eu tive um dia cheio..."

Ela não demorou a responder e acabei contando a ela o que tinha acontecido, ela ficou preocupada comigo, era bom saber que alguém além da Carla se importando comigo, continuamos conversando e eu sai do quarto para ir buscar água.

Desci distraída rumo a cozinha, como eu já "era de casa" abri a geladeira pegando a jarra de água que estava na porta. 

Terminei de beber água e quando estava saindo da cozinha acabei trombando com uma pessoa.

Aquele perfume, eu conheço aquele perfume.

Sarah Andrade.

Juliette: De-desculpa senhora Andrade.

Abaixei a cabeça envergonhada, eu estava com os olhos inchados de tanto chorar,  diferente do que eu achei que ela faria, ela apenas me abraçou.

Sarah: Eu sinto muito Juliette, pelo que aconteceu, saiba que você será muito bem vinda aqui.

Nosso abraço não durou muito, mas foi o suficiente para algo novo ascender em mim.

Continua.

Gente, os capítulos de numeração impar na maioria das vezes serão da Ju, e os pares da Sarah. 

A Ceo Viúva e a Virgem Sugar BabyOnde histórias criam vida. Descubra agora