Capítulo 1 - Epílogo

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Acordei e o dia estava chuvoso, tirei meu pijama e coloquei uma roupa para descer tomar café da manhã, eu sentei ao lado do meu pai, mas como toda manhã ele nem me deu bom dia, mas isso não me incomodava mais, minha vida toda foi assim, minha mãe colocou um prato com panquecas com calda de chocolate, era meus preferidos.

- Obrigada mamãe.

- Querida, já consegui a reserva no seu restaurante favorito.

- Vocês vão sair de novo?

- Nosso aniversário de casamento, filha.

Meu pai evitava ao máximo me levar para os lugares com eles, terminei de comer e quando estava voltando para seu quarto minha mãe a parou na escada.

- Não fica chateada.

- Sinceramente, eu não me importo mais.

Minha vida nunca foi fácil, meu pai sempre me maltratou, quando estava estressado com o trabalho descontava em mim, ele dizia que ter uma filha atrapalhou seus planos.

Anoiteceu, e eu passei a maior parte do dia no meu quarto, deitada no chão ouvindo minhas músicas favoritas, e minha mãe foi se despedir.

- Pede uma pizza para você, meu amor, o cartão está no balcão na cozinha.

- Tá bom, obrigada, se cuida e cuidado.

Pode deixar. Eu continuarei deitada, mas acabei adormecendo, quando olhei a hora me assustei, e vi que meus pais ainda não tinham chegado, comecei a ligar, mas caia na caixa postal, já estava ficando nervosa, depois de ligar umas dez vezes uma voz estranha atendeu.

- Catarina?

- O...Oi, quem é?

- Sou o policial Anthony.

-Cade os meus pais? Ouvi um suspiro e ele voltou a falar.

-Houve um acidente, entre um caminhão e um carro e...

- Isso é um trote né? Você roubou o celular da minha mãe.

- Não, você tem que acreditar em mim. Senti um aperto do coração, alguma coisa estava me dizendo que aquilo não era uma brincadeira, larguei o celular e comecei a chorar desesperadamente, mas o policial ainda estava na linha.

- Ei? Catarina? Você está aí?

-Estou.

-Tem alguém da sua família que posso te acompanhar até o hospital?

- Não, me fala o endereço que vou até o hospital.

Pedi um táxi, quando cheguei lá entrei correndo.

- Boa noite, sou a Catarina Carter.

-Só um minuto.

Uma porta abriu atrás de mim.

- Catarina? Sou o Anthony.

Me virei e estava sem forças para responder apenas balançei a cabeça.

- Venha, temos que conversar.

Ele ne levou até uma sala que tinha um médico a minha espera.

- Bom, não sei como falar isso para você de uma forma que te machuquei menos, seus pais não resistiram ao acidente.

Fiquei paralisada, não conseguiu falar nada, vi o mundo desabar.

- Você é menor de idade se não acharmos ninguém da sua família você terá que ir para um orfanato.

- Eu não vou para lugar nenhum, você não tem direito algum sobre a minha vida, vou ficar aonde eu quiser.

- Não é assim que funciona.

- Eu não quero saber.

- Você não vai sair dessa sala até sua situação estar resolvida, está me ouvindo, Catarina?

Encarrei o médico, mas não falei nada, sentei em uma cadeira e fiquei em silêncio. Ele disse que iria trazer comida para mim e saiu. Começou a chorar de novo, queria que aquilo fosse apenas um pesadelo.

Uma mulher abateu na porta e entrou.

- Boa noite, Catarina, sou a Mariana, a assistente social, achamos um contando no celular da sua mãe de uma tal de Emily e tinha o mesmo sobrenome que o da sua mãe e entramos em contato com ela, ela disse ser uma tia, e pelo que pesquisamos é a sua única parente que tem condição de cuidar de você.

-Qual parte de não vou para lugar nenhum vocês não entendem?

- Catarina, não complica as coisas, você não tem escolha, você não tem idade para decidir o que quer.

- Tenho sim, você não é responsável por mim.

- Não adianta ficar se estressando com isso, coloca na sua cabeça, você não tem escolhas nessa situação. Você passará a noite aqui.

Mariana levou ela até um quarto e uma enfermeira deu um comprimido que me fez adormecer.
Acordei e tinha uma mulher senta do seu lado.

- Catarina, bom dia, sou Emily, sua tia.

- Bom dia, tia Emily.

- Estou arrasada pelo que aconteceu.

- Imagino, e só uma coisa, não vou ir para Londres com você.

- Acredito que já conversaram com você sobre isso, querida, você tem que ir.

- Você acha que pode aparecer aqui e me levar embora, eu já perdi meus pais, e você quer me levar para longe de todo mundo que eu conheço.

- Você fará nossos amigos e estudará em uma escola nova.

- Eu não quero isso, você tem que me ouvir e entender que não tem que ser tudo dessa jeito.

- Catarina, me ajuda, por favor, para de ser assim, você acha que eu queria isso, de coração, eu prefira que você ficasse com seus pais, mas você sabe que isso não é mais possível.

Eu estava segurando o choro, e uma enfermeira entrou no quarto é disse:

- Os corpos já estão liberados.

Emily pegou meu braço e saiu me puxando. Passei a maior parte do velório em silêncio. Fique parada um tempo na frente dos túmulos.

- Mamãe, você não cumpriu a promessa de nunca me deixar, nunca vou te perdoar por isso.

Minha tia parou do lado meu.

- Vou te levar para casa para arrumar suas coisas, vamos partir para Londres amanhã de manhã.

Minha tia contratou uma empresa para empacotar tudo. Entrei no quarto dos meus pais e sentei na cama, Nunca mais eu ia comer as panquecas com calda de chocolate que minha mãe fazia quase toda manhã, meu relacionamento com meu pai não era fácil, mas em alguns momentos ele foi um bom pai e vou guardaria para sempre essas pequenas lembranças. Fui até o escritório do meu pai e comecei a arrumar uns papéis, eu queria fazer alguns coisas para tempo passar mais rápido, e tinha um envelope com meu nome, era um testamento, que dizia que todos os bens seriam meu, no fundo, eu estava grata pela minha tia ter aceitado ficar comigo, mas aquele dinheiro seria útil para mim não ficar dependendo da Emily por muito tempo.

Já estava tudo nas caixas, fomos jantaram e logo em seguida dormir, eu sabia que minha vida não seria a mesma, teria que começar tudo do zero, em um país que não conhecia ninguém e nem tinha amigos.

The dark world - George Weasley Onde histórias criam vida. Descubra agora