A gente chega em conclusões tão óbvias, mas ao mesmo tempo tão penosas de desenvolver até a finalização. Eu entendi que escrevo porque me sinto sozinha, meus textos são sempre tristes porque quando estou feliz eu não ligo para desabafos, eu só vivo.
É frustrante dia a dia não poder escrever algo inédito. Eu queria compartilhar que eu cheguei a um final feliz, encontrei o amor acertado da vida, mas eu ainda estou lutando para acreditar que a felicidade não é um recurso escasso, provado só um pouquinho, vez ou outra.
Meu consolo constante é acreditar que pelo menos estou tentando. Mas chegando a essa altura de um dia que não tive forças para sair da cama, eu sei que nem quero tentar. Eu tenho medo de tentar.
Todos os meus sonhos parecem tão bobos, é embaraçoso até verbalizar. Por isso eu escrevo em papéis coloridos e coloco dentro de uma caixinha. Beijar alguém que me faça sorrir. Ver montanhas de outro país. Pisar no mar antes de tudo acabar.
Escrever algo feliz. Escrever de forma que alguém encontre esperança nas linhas.
Mas fica tudo lá na caixinha. Aqui eu só compartilho sobre ainda lutar para tentar. Vale a pena. Vale a pena não desistir. Vale a pena escrever, persistir a cada letra até encontrar um verbo, um termo, uma vírgula, que mostre que há esperança na vida.
Eu quero continuar aqui até que a felicidade não seja uma desconhecida.
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Embaroçoso
Non-FictionCrônicas de um coração solitário, com tendências de desabafo nas madrugadas e dificuldade de retenção de lágrimas.