A mão da mulher subia devagar pela coxa do homem ao seu lado, o fazendo forçar um sorriso para o casal a sua frente na mesa e puxar mais um assunto. Novamente a bolsa de valores, pessoas ricas adoram tanto esse assunto, enquanto retira a mão da sua contratante de si.
A mulher com longos cabelos negros, olhos castanhos e sorriso bonito, se chama Elain Montgomery, tem trinta e sete anos e tinha sido convidada para um jantar de negócios com o homem a frente, que trouxe a esposa.
Isaac se admirava em como ela não valorizava seu negócio, ao ponto de insistir em colocar as mãos nele, mesmo depois que foi explicado que ele nao dormia com clientes. Será que ela não tinha medo do escândalo que poderia acontecer agora mesmo?
Ele levou a mão até sua taça de vinho, cansado de sempre estar puxando a mão de Elain de suas pernas e trazendo seus dedos entrelaçados aos dela para cima da mesa, chamando atenção da senhora a frente, que sorriu para os dois, como se eles fossem dois adolescentes apaixonados. Por favor, Isaac só fez isso para que Elain deixasse de o bolinar.
— E vocês estão juntos a quanto tempo? — o nome dela era Catherine, era dona de casa, a perfeita mulher do lar que não fede nem cheira, que aguenta mil e uma traição em silêncio, porque tem dinheiro o suficiente para ignorar esse fato. Não que Isaac a julgasse, quem era ele para tal ato?
— Meu amor é um dos investidores do meu negócio. — Elain mentiu. Claro que ela não contaria a verdade, que conseguiu o número de Isaac em um site da Internet, e o contratou para dar uma boa aparência a sua vida pessoal.
Elain Montgomery é uma mulher de negócios, dona de uma loja de perfumes, procurando investidores para conseguir montar uma nova filial. Ela é famosa, não ao nível Beyoncé, mas bem conhecida por suas fragrâncias. É estranho que uma mulher como ela precise contratar um cara para fazer bonito na frente de um homem como Selton Gustaman, empresário classe média, amante dos bons costumes, mas que certamente chifra a mulher duas vezes na semana.
— Você também é empresário? — Selton focou os olhos em Isaac, fazendo o homem sorrir contra sua vontade. Ele gostava de seu trabalho na maior parte do tempo, de poder inventar histórias, receber por uma noite, se divertir as custas de um idiota que esta sendo passado para trás pelo seu contratante. Porém, essa noite, ele está odiando, porque Elain Montgomery não consegue entender o significado de "não" e somente fica passando a mão nele. Agora mesmo, depois que soltou sua mão e desceu para sua calça de novo.
— Sim. — Ele voltou os olhos para a mulher ao seu lado — Minha família é dona de grandes lotes de café pelo país, o que me rende uma boa quantia para investimentos nas outras áreas.
— Sua família? — Selton franziu a testa — Qual o sobrenome de sua família?
Isaac estava esperando a pergunta desde o início da noite. Ele tinha pesquisado tudo sobre Selton uma semana antes, buscou até mesmo a história de sua família para fazer uma boa atuação. Então, ele conhecia o sobrenome que colocaria moral no homem, ao mesmo tempo que exalaria medo. Afinal, as duas famílias não se davam bem a anos e era impossível que o Gustaman se desse ao trabalho de perguntar a um membro se existia algum parente com suas características.
— Hale. — sorriu ao ver o homem empalidecer — Meu nome é Miguel Hale.
Elain conseguiu seu tão amado investimento depois disso, e Isaac não precisou continuar fingindo simpatia, pois o homem não se dirigiu mais a ele.
Pelo que Isaac havia pesquisado. O Gustaman tinha tentado dar um golpe nos Hale, vendendo produtos de má qualidade e quase matando os pés de café da família. Todavia, o que ele não esperava é que os falecidos Talia e Augusto Hale exigissem a testagem de todos os tonéis de produto antes de consumi-los e ter pago um fornecedor para fazer isso, apenas gerou gastos desnecessários e um processo ao homem.
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Quando O Preto E Branco Se Torna Cinza | 𝓢𝓬𝓲𝓼𝓪𝓪𝓬
FanfictionScott estava com problemas, não qualquer problema, mas aqueles que te fazem querer arrancar todos os cabelos e sapatear como uma criança mimada. Porém, ele não podia fazer isso, porque ele precisava manter o sorriso no rosto e fingir que estava tudo...