— Aqui, Akaashi. — Hinata entregou um copo de café a Keiji, que não tardou em levá-lo à boca, fazendo careta ao beber.
— Tá sem açúcar.
— Mas eu coloquei três colheres.
— Cabe mais três.
— Foram três colheres de chá!
— Só me dá logo o pote de açúcar.
— Pelo amor de Deus. — Hinata revirou os olhos, mas fez o que foi pedido, indo até o balcão da lanchonete e entregando o pote de açúcar ao bailarino.
Ele voltou a se sentar na cadeira à sua frente.
— Você quer um energético?
— Aceito — Keiji suspirou, esfregando o rosto com ambas as mãos.
Mesmo alguém míope sem óculos a quilômetros de distância dali perceberia o quanto Akaashi estava acabado. Suas olheiras eram profundas, ainda mais sob o olho roxo. Seu cabelo estava uma bagunça, como se ele nem tivesse se importado em arrumá-lo ao se levantar da cama.
— Sabe do que você tá precisando, Akaashi? — Shouyou perguntou.
— Terapia?
— Muito caro. — O ruivo gesticulou, afastando a ideia. — De encher a cara a noite toda. Vou dar uma festa hoje à noite só pra você se sentir melhor.
— Também funciona. — Ele deu de ombros. — Ei — Keiji chamou de repente, chamando atenção de Hinata —, aquela casa lá, ela fica liberada quando você não tá dando festa?
— Não — Hinata balançou a cabeça —, aquela casa é do Kenma. Quando eu faço festa, ele geralmente fica jogando no porão.
— Ele mora sozinho naquela casa enorme?
Shouyou anuiu.
— Eu deveria ter largado o ensino médio e investido na bolsa de valores também — Keiji riu.
— Você fala como se também não fosse um riquinho.
— Eu não sou, o dinheiro é todo daquele cara. — Fez careta, bebendo de seu café. — Ficarei milionário quando for para a França.
— Você já se inscreveu para aquela bolsa de estudos?
Keiji virou a xícara de café, passando o dedo para comer o restinho de açúcar que ficou no fundo.
— Já sim — respondeu, chupando o dedo lambuzado de açúcar —, a resposta sai no próximo mês.
Hinata sorriu para o amigo.
— Ansioso?
Keiji deu de ombros, simplista, como se não fosse grande coisa. Era grande coisa. Aquilo era o seu maldito futuro. Se alguma coisa desse errado, ele teria que admitir que seu pai estava certo sobre ele não ser capaz de conseguir criar uma carreira na dança.
— Tento não pensar muito nisso, até porque — ele tirou o dedo da boca, fazendo um barulho audível —, eu tenho problemas maiores para resolver no momento.
— Eu soube que você saiu de casa.
— A fofoca realmente corre solta, né?
— O Sunarin twittou ontem à noite.
— Claro que sim.
— Você tá mesmo dividindo o quarto com o Bokuto?
— Ele também fez um twitter sobre isso?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nuances de Bleu
FanficA academia Fukurodani era uma escola que reunia os mais variados tipos de talentos. Cada aluno tinha sua capacidade, seja um gênio da matemática ou um prodígio na ginástica rítmica. Não havia limites. Todos tinham seu cantinho reservado no instituto...