Capítulo Dezessete

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“Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.” (Fernando Teixeira de Andrade)

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Minhas pernas estavam trêmulas e minha boc...ta pulsava no mesmo ritmo das batidas do meu coração, agora eu sei o que é um gozo frustrado, cacete é desesperador, eu imagino como o Alek deve estar... Coitado! Sophie segura em minhas mãos e começa a acaricia-las.

— Eu vou ajudar o Alek... Bem eu não sei cozinhar, mas posso por a mesa. – Ela levanta-se e vai arrumando os pratos, os talheres e os copos. Eu a observo ela não tira os olhos do Aleksander.

Sinto que estou sobrando ali, apesar do Alek não tirar os olhos de mim, é um olho na panela e outro em mim. Ele termina o molho com as almôndegas junta ao macarrão colocando em uma travessa de porcelana, em seguida chama todos. O almoço foi tranquilo, Alek senta-se ao meu lado e por baixo da mesa ele fica alisando minhas pernas com o pé. Oh Deus esse homem é louco só pode, penso.

O pessoal limpa a cozinha eu aproveito e me tranco em meu quarto. Eu precisava fugir do Alek, se continuasse por perto com certeza ele iria tentar me agarrar novamente e desta vez eu não teria escapatória, seria literalmente fodida.

Consegui pegar no sono, acordo com batidas na porta do quarto. Levanto-me e abro-a.

— Mamis o pessoal estão indo embora. – Clara vem avisar.

Arrumo o cabelo o meu vestido e caminho até a sala. Procuro por Alek, mas não o vejo.

— E o Aleksander? – Pergunto.

— Ele já se foi, não nos deixou acorda-la... Eu acho que ele gostou da senhora mamis. – Clara começa a rir.

Despeço-me de todos, mas percebo que a Sophie não está no meio deles, o medo toma posse do meu coração, será que ela foi com o Alek e se ele tiver uma recaída? Ai Deus faz isso comigo não... Outra traição eu não vou suportar. Não quero nem perguntar. Viro-me e entro em casa.

Então eu escuto vocês na sala de TV, alguém estava chorando, ouço a voz da Fernanda, mas não consigo identificar os choramingo da outra pessoa. Sou surpreendida por Clara ela me chama. Volto em direção a sua voz.

— Mamis eu preciso da sua ajuda. – Ela baixa o tom da voz enquanto fala. — A Sophie tá mauzão. – Fiquei surpresa e feliz, isso quer dizer que ela não foi com o Alek.

Clara me puxa pela mão me levando até a sala. Quando entro Sophie está sendo acarinhada pela Fernanda. Ela chorava de soluçar. Fernanda afasta-se me olhando com preocupação.

— O que houve? – Eu pergunto. Sophie me olha cheia de sofrimento.

— Ele não me quer mais tia, o Alek não me quer mais... – Ela abre o berreiro, eu me aproximo e sento-me ao seu lado. Ela joga-se em meus braços. — Ele me dispensou, eu pedi pra me levar em casa ele me mandou pegar um taxi. Eu o amo tia, mas ele não me quer o que eu faço, me ajude tia... – Era desesperador o estado dela, fiquei com pena. Eu sei, eu sei, não sou a pessoa mais indicada para lhe dar conselhos, mas mesmo assim eu dei.

RecomeçoOnde histórias criam vida. Descubra agora