gente nova

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Rarity fechou os olhos por um momento, desejando que aquilo fosse só uma alucinação.

Fazia dois meses que seu relacionamento com Vignette Valencia havia chegado no fim. Elas eram colegas de escola há anos, mas foi só após o fim do verão passado, de volta às aulas, que decidiram firmar uma relação. Durou exatamente seis meses e quinze dias, e o término partiu de Rare, que já não aguentava mais os ataques de ciúmes de Valencia, além dos comentários maldosos a seu respeito.

O único problema foi a inocência de Rarity em achar que a ex pararia naquele  momento. Vignette, mesmo durante o namoro, sempre demonstrou ser muito controladora. Sempre queria saber onde sua namorada estava, com quem estava, o que fazia, por que fazia... Isso acabou com a paciência de Rarity, que já não era muito grande. Foi sufocante para a garota ter que lidar com aquilo, principalmente depois de Vignette ter instalado um aplicativo rastreador em seu celular sem que ela soubesse. Aquilo foi a gota d'água.

Obviamente, quando terminaram, Valencia foi extremamente carinhosa, tentando reatar a relação das duas. Mas não funcionou. A única coisa que Rarity queria era se livrar da maluca, o que achou que tinha dado certo até então.

- O que você tá fazendo aqui? - indagou Rare.

- Como assim? Só vim passar o verão em uma colônia de férias, o que há de errado nisso? Aliás, foi uma surpresa te encontrar aqui. Por que não me falou que frequentava esse lugar?

Rarity tinha sim comentado. Valencia sabia muito bem disso, mas preferiu fingir que não. A garota era uma falsa descarada, e para não criar uma cena na frente de todo mundo naquele refeitório, Rare a puxou para fora do recinto sem dizer nada. Só parou de caminhar quando deu a volta no refeitório e parou atrás de uma árvore onde ninguém as podia ouvir ou ver.

- Vou repetir a pergunta. O que você tá fazendo aqui? - Vignette largou a expressão de inocência e deixou sua malícia tomar conta. Rarity odiava esse lado teatral dela.

- Como senti falta de você. - Valencia fez menção de tocar o rosto da ex carinhosamente, mas Rare deu um passo para trás, impedindo o gesto. Não queria nada com ela, e não sabia como deixar mais claro. Fazia dois meses que estava tentando fazer com que ela caísse na real.

- Não me enrole, Vignette. Eu te falei um milhão de vezes que sempre passo meus verões aqui. Não me venha com essa de que me encontrou aqui por mero acaso.

- Vim aqui porque sei que o que temos é verdadeiro, Rarity. - Sua expressão estava séria quando falou aquilo. - Sinto saudade dos nossos beijos e de todos os nossos momentos nas aulas do colégio. Eu não posso deixar você ir embora tão facilmente agora que entrou para a faculdade. Não sei mais como fazer você perceber que só existe você na minha vida.

- Gostaria que só existisse esse lado em você, Vignette. O lado que me diz coisas boas, que me trata como gente, e não o lado controlador e obsessivo que você demonstrou ao longo da nossa relação.

- Eu sei que errei, mas foi só um pouco. Estou disposta a mudar. - Rarity soltou um riso debochado demonstrando que não acreditava em uma palavra sequer que saia de sua boca.

- Ah, qual é! Se você estivesse realmente disposta não teria acabado de mentir na frente de todo mundo do refeitório esperando que eu retrucasse e ficasse com fama de louca. Eu conheço seus jogos, sua idiota. Acha que vou cair mais de uma vez neles? E outra, você é maluca por fazer uma inscrição em uma colônia de férias que dura três meses só pra tentar reatar nosso namoro, coisa que nunca vai acontecer.

Aquelas palavras atingiram Vignette em cheio. Sua expressão deixou de ser carinhosa e compreensiva e passou a ser de desdém e de nojo.

- Rarity, você é uma ingrata! Eu te dei tudo. Os melhores presentes, os melhores momentos, as melhores roupas, tudo eu te dei, e é assim que você me retribuí? - E ali estava o jogo manipulador que Rare tento esperava.

Doze Verões Com Você • RarijackOnde histórias criam vida. Descubra agora