Not to be dramatic

97 12 11
                                    

-Então você tá me dizendo que esta garota- Dimitri encara Adele do outro lado da mesa- Lambeu a tua cara, pra todo mundo ver. E você acha que ela tá fazendo uma piada com você?

-Pode ser só uma tática, sei lá ela pode até me chamar pra alguma festa e quando eu estiver com a guarda baixa derrubam tinta verde em mim.

-Primeiro, sua guarda poderia estar alta e mesmo assim se ela quisesse ela jogaria a tinta na sua cara- Dimitri apoia o tronco na mesa completamente indignado- Você consegue imaginar a Yas me beijando só pra pregar uma peça?

-Não.

-Por que é humilhação de mais beijar um cara igual a gente...

-Protesto- Adele bate na mesa.

-Ela provavelmente não é mentalmente estável, mas que ela quer te dar uns amassos isso ela quer.

-De pleno acordo, tudo que ele disse é verdade. E, eu não sou o Stephen King e você não se chama Carrie e tem poderes sobrenaturais.

-O que eu quero dizer é que...

-Que você é burro, não sabe aproveitar as oportunidades que tem ou quer morrer virgem.

- Adele se põe de pé num ímpeto e vai embora batendo os pés com força no chão.

-Olha já chamaram a gente de muita coisa mas de burro foi a primeira viu- Dimitri apoia a coluna da cadeira- Eu vou atrás do Miguel pra ele poder te xingar junto comigo.

O rapaz também sai e Eli descansa a cabeça por sobre os braços. Não tinha como ser verdade. Adelheid Triebel, a garota mais bonita que ele já tinha visto de perto, e depois dos acontecimentos que tiveram palco naquela mesma biblioteca, a única que ele teve a oportunidade de encostar. Ele tinha algumas fotos dela salvas e escondidas pra poder encarar as vezes, não sempre por que saber que jamais teria uma chance fazia a vida dele ser pior ainda.

Não existia nesse mundo possibilidade de aquela garota querer qualquer coisa com ele. Tinha que ser algum tipo de pegadinha bem organizada e extremamente cruel.

-Levanta Moskowitz- é a voz dela- Anda logo vem comigo. Eu quero experimentar uma coisa.

Ele não sabe se é o tom de voz, ou se é só por que é Adelheid, mas ele obedece. Eli tem a sensação de que tudo que ela falasse pra ele assim, sem abrir espaço pra debate, ele acataria. Era só ela pedir e ele sabia que faria, e isso era no mínimo assustador.

Ela segue pelos corredores de estantes e mais estantes e só para quando eles estão na parte mais antiga da biblioteca onde tem quase nenhum movimento.

-Eu quero que você encoste nessa prateleira de frente pra mim- ela sorri de canto com a visão dele obedecendo sem questionar- Presta atenção amor, ainda estamos num lugar público onde sons estranhos são investigados. Então por favor, quando você não aguentar ficar silencioso morde a sua mão.

Os próximos minutos são registrados num borram na cabeça dele, e é tão surreal que ele chega a pensar que está imaginando tudo aquilo.

Mas ele não era criativo o suficiente para imaginar os olhos dela cravados nos dele descendo de nível aos poucos bem na sua frente, sem jamais quebrar o contato visual, observado-o como se ele fosse a mesa do banquete e ela tântalo faminto.

Jamais para imaginar os dedos dela roçarem seu abdômen por baixo da camiseta grosa, ou o tecido da calça jeans cedendo um pouco o expondo, e principalmente não aquele sorriso quase maligno que ela deu antes de...

Não, não. Não tinha como isso estar acontecendo, mas ele estava sentindo tudo não estava? Seus lábios, o calor do interior de sua boca, a mão firme ao seu redor. Não podia estar acontecendo e não tinha como imaginar as sensações que tomavam seu corpo.
Não se imagina o que nunca se provou, não com tantos detalhes, nem com tanta magnífica satisfação.

Se ele tivesse meio por cento da ousadia da moça ajoelhada a sua frente agora, ele agarraria uma porção generosa do cabelo dela, só pelo prazer de puxá-los e de sentir a textura dos fios.

-Só deixa o ritmo te controlar- sua voz não é nada além de um suspiro contra a pele sensível de mais.

Eli tira os olhos da visão de Adele ali, daquele jeito, se não jamais seria capaz de deixar o ritmo controlar.

Ele encara a prateleira da frente focando os olhos em um livro sobre poesia francesa no século XVIII e se deixa levar pelos lábios dela em seu corpo, os dedos deslizando na parte de baixo.

Suas defesas vão embora e Eli perde controle das suas sensações, ele se sente como uma marionete nas mãos dela e suspira pesado por que a visão dela ali parece tão certa.

Ele efetivamente morde a mão, ela estava certa era extremamente necessário. Ele quase pode sentir gosto de sangue na palma, mas a dor na mão não era nem de longe seu sensorial mais forte. Eli está perdendo as forças, ele quer se agarrar firmemente a Adele.

Ela sente a respiração dele pesar e escorrega a mão livre pra debaixo da blusa dele pra poder sentir seu abdômen subir e descer rápido, quase com se sentisse dor e ela adora saber que era por ela e que até ali só ela já o havia saboreado.

Ele solta a mão de entre os dedos e chama o nome dela ofegante, queria dizer pra ela como ela atou milhões de nós na barriga dele que estão tentando desesperadamente fugir pela sua garganta, arranhando. Queria avisa-la que toda essa tensão estava desesperadamente tentando vazar por sua garganta e estavam descendo junto com todo seu sangue direto pra onde a mão esquerda de Adele pressionava tão deliciosamente.

As unhas cravadas em seu abdômen disseram pra ele que ela sabia, então ele se recosta na estante e deixa os nós se desfazerem voltando a encara-la, e ele assiste ela o devorando, o engolindo por completo.

Adelheid morre quando ouve seu nome suspirado, e volta a vida pra poder terminar o que começou exatamente do jeito que queria.

Ela se ergue deixando cada pedaço de seu corpo encostada numa parte do dele.

Eli não tem um sopro de fôlego mais, tudo se esvaiu dele direto pra boca dela, ele só conseguia senti-la pressionada contra si, e ele acha que sente as mãos dela concertando suas roupas.

-Você acredita em mim agora?- colada ao rosto do garoto- Eu estou ficando sem opções do que lamber pra te fazer ser meu.

-Acredito - é a única coisa que consegue verbalizar e não está certo de como arranjou forçar pra isso. O pouco de fôlego que tinha conseguido juntar foram embora com o sorriso radiante que surgiu no rosto dela, Eli pagaria para ver como este mesmo sorriso ficaria se ele tivesse conseguido completar sua frase. Queria ter conseguido dizer que ela tinha conseguido, que ele era dela para domar, para fazer o que quisesse e quando quisesse, mas o brilho nos olhos dela faziam ele achar que ela já havia sido informada.

Você tem uma cara de quem vai foder a minha vida Onde histórias criam vida. Descubra agora