4 CAPÍTULO

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Sam não tinha outra opção a não ser servir à irmã dela. Só faltava mais um dia para a família dela ir embora, ela tentava não estragar tudo agora. Ela odiava a irmã, e agora, naquele momento, só reforçava o motivo de não gostar de Raven. Raven sempre teve inveja de Sam, e Sam sabia disso. Sam não ligava muito, ela não sentia falta da irmã. Elas não cresceram juntas, então elas não faziam falta uma para a outra, mas sempre estavam provocando. Will estava sem entender nada. Ele gostava de Sam e tinha gostado de Raven, mas ele não sabia de qual lado da história ele ficava. Ele não conhecia muito bem nenhuma das duas, então não podia julgar ninguém.

— O que você vai querer? E fale depressa, porque eu tenho outros clientes para atender, não tenho tempo de ficar servindo a madame o dia todo. — Sam voltava para anotar o pedido dela. 

— Nossa, mas é desse jeito que os clientes são recebidos nesse estabelecimento? Assim, não me motiva a comprar nada. Pergunte novamente com educação. Eu prometo que seria bem generosa com a gorjeta. — Raven ria, debochando. 

— Bom, primeiramente, bom dia! O que a senhorita deseja? Temos um cardápio excelente aqui. Posso lhe dar dicas de pratos se quiser. — Sam fingia um sorriso e apertava a ponta da caneta no caderno. 

— Assim que eu gosto. Bom, eu vou querer um brócolis refogado com cenoura e uma costelinha de porco na panela de pressão. E fica tranquila, eu prometo que vou pedir uma leve sobremesa, creio que você deve estar muito ocupada com outros clientes. — Raven olhava para Sam e jogava o cardápio no chão. 

— Irei trazer seu pedido. Espere uns minutos. Sinta-se à vontade, e se você precisar de qualquer coisa, é só me chamar. Com licença, senhorita! — Sam pegava o cardápio e entrava na cozinha com muita raiva. 

Raven estava disposta a humilhar Sam, já que na casa delas em Miami ela não podia fazer isso. Os pais delas sempre protegeram mais a Sam, então agora era o momento perfeito para Raven humilhar Sam. Isso era um jogo para Raven. O tanto que ela pudesse fazer para que Sam se sentisse mal, e sentir-se na pele o que ela viveu durante todos os anos naquela casa, ela iria fazer. Era sobre vingança que Raven pensava. Apenas vingança. Sam não sabia que sua irmã nunca gostou dela exatamente por causa dessa super proteção dos pais, mas isso não era culpa dela. 

— Garota desgraçada! Tomara que morra engasgada com essa carne e vá para o inferno. Vai ela para o inferno, vá esse porco, esse prato, vá todo mundo. — Sam jogava o caderninho no chão. 

— Como foi com sua irmã? Bom, levando em conta que você está mandando todo mundo ir para o inferno, eu acho que não foi muito bem com ela. — Will olhava para ela, já sabendo a resposta da pergunta. 

— Aquela vaca desgraçada. Eu não aguento mais isso. Não deixe as facas perto de mim, ou eu mato ela. Que ódio, como foi que ela descobriu onde eu trabalhava? Aí, só podia ser filha do Satanás mesmo. Eu tenho certeza de que ela fez um ritual. — Sam colocava o rosto dentro de uma panela. 

— Olha só, eu entendo que você está muito chateada com essa visita da sua irmã. Deve ser horrível, mas Sam, vamos lá, tira o rosto daí. Você precisa tirar o rosto daí. — Will olhava para Sam. 

— Você tem razão, eu tenho que tirar meu rosto daqui e encarar a vida como ela é. A vida é horrível, mas eu tenho que me mostrar melhor do que isso. Ela está tentando me humilhar, mas eu tenho que mostrar que sou muito melhor do que ela, e que não vou cair nos joguinhos dela. Eu tenho que ser melhor do que aquele que tenta me atingir.— Sam tirava a cabeça da panela. 

— Não é por isso não, é que o chef quer pegar a panela para cozinhar e você estava atrapalhando. Mas eu amei sua reflexão, e você está totalmente certa. Vá à luta, garota. Mostre que você é melhor do que ela. Mesmo eu nem sabendo do que ela te fez. — Will sorria. 

Vida de aluguelOnde histórias criam vida. Descubra agora