Acordei zonza. Meu cobertor estava repleto de sangue. Meu pulso, estava melado, o sangue seco. Coloquei a mão na minha cabeça, e tentei falar ''Ai!'', mas a voz não saiu, minha garganta estava muito seca. Me levantei, cambaleando até a cozinha e bebi água. Minha barriga grita. Comi uma coisa. Me sentei no sofá, e de imediato, meu estômago revira. Corri pro banheiro, e coloquei tudo pra fora. Me ajoelhei, e respirei fundo. Me aliviei quando lembrei que hoje era sábado. Nada de escola, ainda bem.
Pus um casaco, e andei pelas ruas. Olhando rostos desconhecidos. O céu azul vívido. Uma águia planava no alto. Movimentos giratórios. Talvez estivesse observando uma presa. Quem iria saber?
Olhei de volta ao chão e comecei a cantar De quem é a culpa. Uma música que eu achei enquanto procurava algo para fazer na internet.
Garota que sempre triste se encontrava
Os pais não sabiam o que ela passava.
Ia pra escola não querendo ir,
Contava as horas até o momento de saír.
Não se encaixava no padrão de beleza,
Tentava ficar calma como um rio de veneza.
Colegas falavam que não era normal,
O jeito de vestir e por ser anti social.
Alargador, pircing o corte de cabelo.
Ela nunca quis parecer uma modelo.
Falavam do peso e de sua altura.
Ela se sentia com uma doença sem cura
Se sentava botava o fone de ouvido,
piadas feitas com ela e a turma inteira rindo.
Ela nunca expressa o que está sentindo.
a música toca e ela ainda ta ouvindo.
Chamada de anormal, estranha, feia.
Apelidos e apelidos do mundo ela tava cheia
a sociedade dita o que é belo e o que não é.
ser ela mesma, é o que ela quer
Vontade de chorar, uma gota rola,
Ela pensa no que fariam, seca o rosto e se controla {...}
Olhei para os lados, e algumas pessoas olhavam para mim. Uns desconfiados, outros com desprezo, e apenas uma, com um pouco carinho, que logo sumira. Andei para um beco escuro, olhei para os lados de novo, não havia ninguém, e permiti as lágrimas caírem...
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Diário de uma perdida no mundo
Não FicçãoUm diário. Um lápis. Uma garota. Vários problemas.