06.

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Eu estava deitada em uma cadeira de sol no quintal, estava perto das 6:00 da manhã.

Bom, não sabia ao certo se eram quase seis da manhã, mas provavelmente era pois estava ficando claro o dia.

Eu não tinha a mínima ideia de onde estava meu celular.

Meus amigos estavam todos dormindo e deveria ter umas 3 pessoas acordadas no maximo naquele local, comparando as 100 que deveriam ter quando cheguei.

Tinha bastante bebida forte, fez as pessoas cairem rapidinho.

Preferi vir aqui pra fora pois lá dentro tava me dando coisas ruins já, e eu não tinha e nem achei um cigarro.

Pensei que aqui fora fosse melhor.

E realmente é.

Mas ainda sinto falta do meu cigarro.

Obviamente não tinha sono, então iria ficar só sentada naquela cadeira até algo acontecer.

Se passaram alguns minutos, foram uns 30 com a sensação de 10, estava bem calmo aqui fora.

– eai - Chegou um cara e se sentou na outra cadeira de sol que havia ao meu lado.

– fala aí - Olho ele com os olhos meio fechados pela claridade, que nem tinha.

Era o cara que tinha me beijado mais cedo.

– sem sono? - Ele acende um cigarro.

– sim, você também? - Volto a olhar o céu, agora quase 100% claro.

– nessa daí também - Ele me oferece o cigarro.

Pego o cigarro da mão do mesmo e dou uma tragada boa, uma tragada desejada.

– como se chama? - Ele me olha jogar a fumaça pro ar.

– Anna.

– Pedro.

Ele falou logo após de quando eu falei.

Nossos olhos se encontraram e ficamos assim por uns segundos.

Devolvo o cigarro para ele, agora desviamos o olhar

Ficamos um tempo sem se falar, só olhando o céu.

A música alta que tocava antes agora estava bem baixa, quase não dava pra ouvir, se estivesse fazendo algum tipo de barulho óbvio. Mas estava um silêncio entre nós, que supostamente éramos os únicos acordados ali, então conseguimos ouvir a música ainda.

Passava sensação, 1Kilo.

Voce parece ser acostumada com o cigarro pelo jeito que fumou ele - ele quebra o silêncio e me entrega novamente aquele pequeno item.

– assim - Solto uma risada abafada acompanhada da fumaça. - digamos que um pouco... para fugir dos problemas as vezes.

– entendo você

Agora passava banho de sol, baco e a gente aproveitou a brisa da música baixa, em silêncio novamente, terminando o cigarro.

– se tem cara de ser uma mina forte - Ele solta e fica um tempo em silêncio. - tu é amiga do Miguel?

– sou, a uns anos já.

– tô ligado - Da uma pausa e olha ao redor jogando o cigarro no chão. Logo após se levanta. - tô indo aí, a gente se encontra.

A gente se olha uns segundos de novo, olhar nos olhos dele fazia o mundo inteiro ao redor desmoronar e só existir nos.

Ele da um sorrisinho ladino de leve e se vira indo em bora.

[...]

– bom dia gatinha - Gui chega atrás de mim com uma latinha de cerveja

Era 11 da manhã, eu tinha apagado na cadeira sem ver.

– bom dia lindo - aceito a latinha e abro já bebendo. - tá acordado a quanto tempo?

Alguém já tinha aumentado o volume da música.

set dos casados passava na caixa de som.

– ah uns 10 minutos, faz muito tempo não.

– você dormiu onde?

– sei lá princesa - ele ri - acordei em cima de um cara no sofá.

– nossa Guilherme - dou uma risada também. - só você

– não, e o pior foi que a última coisa que eu lembro é de ter ido pro quarto do Miguel com a Fe

Arregalo os olhos, mesmo sabendo que os dois estão de rolo.

– não é isso que você ta pensando, eu juro gatinha - ele abana as mãos - ela tava passando mal e eu levei ela pro quarto pra ver se ela melhorava.

– ah tá. bom não me importo com o que vocês fazem, até torço pra vocês dois, saca? mas tem o Gusta, ele fala que tem ciúmes da irmã de brincadeira, mas vai saber, ele faz boxe.

– eu sei.

– poise, fica ligado gato, e boa sorte pra vocês dois - dou um sorriso pra ele e dou um gole na cerveja - seis tão ficando?

Ele senta na cadeira.

– sendo bem sincero anna... sim, e não. sabe?

Olho ele negando com a cabeça.

– ela gosta de ficar me abraçando e cuida de mim, gosta de me dar uns selinhos raramente, me chama de lindo e fica envergonhada quando eu elogio ela. Mas na hora de beijar mesmo pra valer ela meio que fica com medo? tipo já rolou beijo, mas foi umas duas vezes, a gente já dormiu junto umas três vezes, só dormir, não passou disso. e só nisso, ela nunca fala nada sobre a gente.

– cu doce isso aí jao - Dion aparece atrás dele e bate de leve nas costas do mesmo.

– que susto velho, caralho. ele tá aqui a quanto tempo anna?

– desde a parte que você falou "gosta de me abraçar."

Dion ri e puxa um vape da parte de trás de seu calção

– cara essa mina está te complicando, ou ela tem medo de você machucar ela.

Guilherme olha para baixo parecendo ordenar seus pensamentos como um quebra cabeça.

– seis são amigos a muito tempo?

– cara é a... - antes de gui falar ele olha em volta - é a Fernanda.

– mano.

– você chamou ela de cu doce - eu termino de beber minha cerveja e dou uma risada divertida.

– tadinha velho, queria ter chamado a Fernanda de cu doce não, achava que era outra mina

Nos três rimos e continuamos tentando ajudar Guilherme no amor dele.

[...]

Já eram 15:30 da tarde e estava acontecendo um churrasco.

Eu estava bem bêbada e torcia para que algum dos meninos cuidar de mim.

Estava me divertindo na piscina com umas meninas

Passava Chapei, La Viela no som.

Naquele momento estava vendo as coisas girarem, mas não ligava, estava muito legal.

Eu cantava, conversava com a galera, dancei fora da piscina, comi carne e me diverti bastante, esqueci todos os meus problemas.

Muito fofo, mas eu queria estar sóbria.

se essa noite eu morrer.Onde histórias criam vida. Descubra agora