Vanilla and Chamomile | Drarry

Capítulo 05

Capítulo 05

Draco encontrava-se extremamente feliz de um modo que não se sentia há tempos.

Não era como se ele achasse a vida que levava uma merda, realmente, ou que se considerasse uma pessoa triste. Apesar de ter passado por momentos difíceis nos últimos anos, ele é realmente grato por tudo que tem. Cresceu em uma família amorosa que sempre providenciou o melhor para ele, suas irmãs e irmão, teve uma educação boa que o permitiu passar no curso que queria, trabalha com o que gosta e tem um círculo de amizade pequeno, mas que considera suficiente.

Mesmo se sentindo realizado com tudo, sua felicidade ao caminhar para casa depois do tempo que passou com Harry era de uma maneira tão genuína que Draco estranhava o sentimento. O garoto de olhos verdes lhe passava uma sensação tão boa que ele só queria dar meia-volta e pedir para conversarem até quando Harry cansasse dele. Draco queria perguntar como foi sua infância, o que ele gosta de fazer no tempo livre, com quantos anos aprendeu a tocar violino, qual sua cor preferida, o filme que mais gosta de assistir, se prefere doce ou salgado, quando deu o primeiro beijo, quais nomes daria para seus filhos quando eles se casassem. Ok, ele tinha a impressão que essa última não precisava ser feita tão cedo.

Draco mantinha um sorriso no rosto durante todo o trajeto para o lar, não conseguia parar de pensar nas covinhas do moreno e desejava voltar à Cookies & Tea o quanto antes. Infelizmente, ele sabia que não seria em breve, já que era uma sexta-feira e dona Daisy não abre nos fins de semana.

De qualquer forma, quando chegou em casa Draco ainda parecia ter visto um passarinho verde e isso não passou despercebido pela xará da dona da doceria, sua irmã Daisy, que estava na sala assim que ele entrou pela porta e foi logo interceptando o irmão.

— Por que está com esse sorrisinho, senhor Draco? — A irmã perguntou semicerrando os olhos para ele de onde estava sentada no sofá.

— Que sorrisinho? — Draco tentou disfarçar, mas seus lábios ainda repuxavam no canto.

— Finalmente saiu da seca? — Daisy insistiu.

— Primeiramente, eu não estou na seca, por que você tem essa imagem minha? — O garoto colocou a mochila encostada no sofá e se jogou ao lado da irmã.

— Porque nunca lhe vejo com alguém. Acho que Phoebe beija mais que você. — Ela deu risada ao perturbar o mais velho, fazendo-o arregalar os olhos.

— Phoebe! — Draco virou para a escada gritando a outra gêmea. — Quem você anda beijando?

— Daisy, cale a boca! — Phoebe respondeu descendo os degraus. — Não fui eu quem estava aos amassos com Caleb atrás da escola, afinal. — A garota disse ao sentar do outro lado do irmão suspendendo as sobrancelhas sugestivamente.

— Daisy! — Draco voltou os olhos mais arregalados ainda para a que estava ao seu lado.

As irmãs tinham dezesseis anos e óbvio que ele imaginava que tinham seus casinhos, só não sabia que suas vidas amorosas estavam mais movimentadas que a dele.

Draco nunca foi uma pessoa de muita sorte no amor. Apesar de ficar com um cara aqui e ali, nada nunca durou o suficiente para que ele se sentisse à vontade de apresentar à família, no máximo contava para Blaise que estava saindo com alguém, mas o sentimento nunca era forte o bastante para fazê-lo desejar que suas irmãs conhecessem.

— Caleb, aquele que vocês são amigos desde que nasceram e eu troquei as fraldas? — Draco indagou abrindo a boca em surpresa.

— Draco, você tem vinte e três anos e não cinquenta para ficar falando essas coisas. — Daisy rebateu revirando os olhos.