just pretend

Capítulo um.

aquele cliche que todo mundo ama.

essa fic se passa em um mundo alternativo onde as famílias de Pat e Pran não são brigadas. é isso.

boa leitura!

-x-

Tentava manter toda a sua concentração na tela do seu iMac, porém Pran ainda conseguia ouvir, de longe, resmungos e sons vindos da televisão. Ele podia muito bem pegar seu notebook e continuar seu projeto em outro cômodo da casa, mas além de não querer sair do conforto e da comodidade de ter uma tela enorme, era engraçado ouvir o amigo irritado, enquanto conversava com a televisão à sua frente.

"Idiota!", ouviu o amigo xingar alto, fazendo com que ele levantasse os olhos, encarando o outro por alguns instantes. "Imbecil, idiota. Jogo idiota!".

"Problemas no paraíso?", Pran provocou, lembrando que mais cedo Pat estava todo alegre dizendo que o jogo de hoje seria extremamente fácil.

"Não fala comigo!", Pat respondeu, afundando-se no sofá, uma expressão de chateação estampada em seu rosto.

Pran deu um pequeno sorriso, deixando que o silêncio se estabelecesse entre os dois, sendo quebrado, vez ou outra, pelo ruído que vinha da televisão. Arriscou alguns olhares para o outro, encontrando-o com uma expressão concentrada. Para Pran era engraçado ver o amigo assim tão quieto e focado, pois todos sabiam o quanto Pat se parecia com um labrador humano, sempre agitando com aqueles seus olhos adoráveis.

Pat continuava a resmungar, praguejando toda vez que o jogador do outro time recuperava a bola. Porém, em um momento inesperado, por causa de um passe errado, um jogador do time em que Pat torcia roubou a bola, correndo em alta velocidade em direção ao gol adversário.

Nesse momento Pat se encontrava em pé, gritando e agitando as mãos para a frente, como que com aqueles movimentos o jogador do seu time correria mais rápido. "Vai, vai, vai!!!!"

Sem saber o porquê, Pran também se levantou, indo em direção do amigo e quando percebeu também estava gritando, seus punhos no ar. Pran se virou para o lado e sorriu quando viu o amigo, era nesses momentos que Pran aproveitava para olhar o outro sem receios e medos.

Se perdeu em alguns instantes no outro, que acabou não vendo o jogador chutar a bola bem no meio do gol, não deixando nenhuma chance para o goleiro.

"Goooooooooooooooool!!!!!, Pat gritou, ao mesmo tempo parecendo incrédulo e feliz. Depois de alguns instantes onde parecia que ele estava se reprogramando, Pran viu Pat indo em sua direção com um sorriso enorme, daqueles que faziam seus olhos se fecharem completamente, lembrando duas luas minguantes. Pat lhe deu um abraço apertado, porém rápido, então Pran acabou nem retribuindo o ato.

"Acho que vocês ainda tem chances...", Pran encolheu os ombros, não tendo a mínima ideia se aquilo que ele estava falando era possível ou não.

"Pode apostar que sim, meu amigo", Pat respondeu animado, voltando sua atenção total para a tela da televisão.

Alguns minutos depois, os dois rapazes estavam concentrados em suas atividades, que mal repararam que um celular estava tocando sem parar. A outra pessoa da ligação era insistente, pois após a sexta tentativa, finalmente Pat e Pran perceberam a ligação.

Os dois se entreolharam, como se estivessem em uma conversa muda. Pran ergueu uma de suas sobrancelhas e Pat finalmente levantou do sofá - resmungando, claro! -, caminhando até onde estava o seu iPhone.

"Alô?", ele nem se deu o trabalho de olhar o visor do celular para saber quem ligava. Quando o assunto era futebol, Pat não tinha olhos para outra coisa. "Ah, oi, mãe".