just pretend

Capítulo seis

Se Pat estava brigando com o seu pai, a culpa era inteiramente de Pran. Se ele tivesse sido racional e não concordado com aquele plano idiota e obrigado o melhor amigo a ir sozinho para aquele casamento, nada daquilo estaria acontecendo.

Tudo era tão estúpido. O que eles achavam? Principalmente Pran, ele achou que era protagonista de algum filme de comédia romântica onde ele passaria um tempo fingindo ser o namorado do seu melhor amigo e lá para a reta Pat ia descobrir que ele completamente apaixonado por ele? Patético.

"Pran...", Pat murmurou, passando reto por todos que estavam na cozinha e indo abraçar o outro.

"Eu... Me desculpa, mas eu não aguento mais, Pat", ele desabafou, deixando ser abraçado pelo o melhor amigo.

"Por favor, não se desculpe. A culpa é minha, você tá assim por minha causa", Pat apertou ainda mais o abraço, agora sentindo os braços de Pran em volta de sua cintura.

E naquele exato momento, nos braços do amigo, sentiu uma grande necessidade de dizer tudo, todas as palavras que estavam presas há tanto tempo. Talvez fosse a hora, já estava impossível segurar mais tudo aquilo que estava sentindo.

Pran respirou fundo, se afastando do abraço, mas Pat o apertou ainda mais forte. "Não precisamos mais fingir", falou bem baixinho para que apenas o outro o ouvisse. "Vamos contar a verdade... Que somos apenas amigos".

Um sorriso nasceu nos lábios de Pran, enquanto ele se desvencilhou do abraço do outro rapaz. Queria que existisse um jeito de voltar no tempo, uma forma de tomar outras decisões. Naquele momento desejou muito nunca ter conhecido Pat.

"Sinto muito", sentiu a mão de Pat procurar pela sua, mas o contato nunca chegou a acontecer, pois deu alguns passos para trás. "Eu, vou embora daqui".

Pran virou as costas para Pat e para os familiares dele, andando o mais rápido que conseguia. Ele era um covarde mesmo, fugir mais uma vez não faria diferença no final.

Pran nunca foi o mais rápido, na verdade odiava correr, mas naquele momento acreditava que era o homem mais rápido do mundo. Em poucos segundos tinha conseguido subir as escadas e já se encontrava no meio do quarto, jogando seus pertences dentro de uma mochila. Estava tão afobado que não ouviu o melhor amigo lhe chamando, só saiu do meu transe quando sentiu uma mão puxar o seu braço.

"O que você está fazendo?"

"Você é surdo agora? Eu disse que ia embora daqui!", respondeu da forma mais fria que conseguia, puxando o seu braço e voltando a arrumar suas coisas.

"Mas o casamento é amanhã, Pran", Pat tentava dizer com tranquilidade, mas no fundo sentia que poderia gritar a qualquer momento.

"Eu quero que se foda esse casamento! Eu to nem ai, você ainda não percebeu isso?", a resposta saiu mais alta do que Pran imaginava e isso foi o que Pat precisava para começar a falar alto também.

"Qual o seu problema? Eu já me desculpei pela a atitude do meu pai, por que você ainda-"

"O meu problema é você! Sempre foi você, porra!", Pran agora tinha todo o corpo virado para encarar Pat. Sentia seu rosto todo vermelho e que lágrimas estavam se acumulando em seus olhos. "Você já parou para pensar o quanto esse plano idiota ta me machucando? Alguma vez você realmente olhou para mim, Pat? Por que você ainda não descobriu?"

"Descobrir o quê?", Pat parecia tão perdido, sua mão correndo pelos fios de seu cabelo a cada trinta segundos. "Eu não estou te entendendo".

"Então eu vou deixar bem claro: eu cansei de mentir, cansei do seu pai, cansei de ser só seu amigo, eu me cansei de você", em uma questão de segundos Pran tinha pegado a mochila e a mala, saindo do quarto como um furacão.