Entre o Amor e a Vingança

CAPÍTULO 15

PONTO DE VISTA DE HALLEI.

Pov Haleei

Beleza. Vaidade. Perfeição. Três palavras que minha mãe adorava. 
Eles significavam mais para ela do que seu marido, seus filhos e a vida. 
Sem esses atributos, ela achava que estaria melhor morta. Sem eu ter esses atributos, ela me renegaria. Seja perfeita. Brilhe. Nunca, jamais, faça nada menos do que se destacar. Essas são suas regras e a vaidade que compõe minha vida até os dias de hoje.

Tenho expectativas e padrões a cumprir quando eu tinha quatorze anos tudo o que queria fazer era me divertir pelo menos uma vez na vida e não usar conjuntos de suéteres, calças e vestidos de grife, não me preocupar com meu cabelo brilhando e lustroso, minha pele impecável. Se eu pudesse, cortaria meu cabelo e tingiria de uma cor selvagem, como vermelho ardente
ou faria mechas pretas. Eu usaria delineador pesado e batom vermelho escuro. Eu faria qualquer coisa, desde que fosse realmente eu. No momento, não tenho certeza de quem eu sou. Eu só conheço o eu que minha mãe criou.

PONTO DE VISTA DE LAUREN.

Eu estava prestes a entrar no estúdio, vi meu reflexo na porta e sabia que ia pegar o inferno de Haleei no segundo em que ela colocasse os olhos em
mim. Como previsto, quando abrir a porta, me deparei com a mais nova queridinha da Conceitos e Imagens
bater o pé no chão como uma criança mimada porque alguém não atendeu seu desejo de só ter toalhas brancas no camarim.

As filmagens das primeiras cenas do novo comercial já haviam terminado. Ela estava gravando só mais algumas cenas extras e eu só estou aqui porque o estúdio pediu que eu desse uma repaginada no guarda-roupas dela, já que Camila pretende criar uma imagem mais sexy para ela. Mas nos últimos dias de filmagem a produção recebeu diversas reclamações sobre o comportamento do projeto de bruxa.

Eu normalmente procuro não julgar as pessoas, mas essa garota está medando nós nervos. Então conto mentalmente até dez.

Deus, eu estou tão cheia desses ataques de estrelismo da Hallei.

Quando ela faz a camareira chegar às lágrimas, decido intervir. Não sou o tipo que intimida, pois meu rosto me denuncia.Geralmente estou sorrindo ou tentando fazer as pessoas felizes, mas se tem algo que me deixa puta da vida é ver alguém tirar vantagem de sua posição social para humilhar quem o está servindo.

— JÁ CHEGA, HALLEI.

Eu nunca grito. Assim que falo, ela se vira para me encarar.Com arrogância como que me desafiando a contradizê-la.

— como se atreve.

A resposta está na ponta da língua, mas eu nunca ajo por impulso. Aprendi a controlá-los desde pequena então, mantenho a expressão em branco, sem deixar que perceba o quanto desprezo seu comportamento.

— Garota insuportável.Seu olhar não chega nem perto de me intimidar.

Os saltos que ela usava deu-lhe uns bom cinco centímetros sobre mim quando ela se aproximou.

— Oucupe se a fazer somente o seu trabalho. Garçonete.

finaliza ela com sua arrogância de sempre, dirigindo-se à mim. Ela definitivamente está  no meu caderninho das pessoas mais detestadas. A camareira sai correndo porta afora. quero mandá Hallei para o inferno, mas eu nunca permito que as emoções interfiram em meu trabalho.

— Você trabalha rápido, não é?

Ela diz, o nariz franzido como um cão rosnando.

— do que você está falando?

Ela solta um suspiro impaciente e leva aos lábios um dedo com a unha esmaltada de vermelho.

— Só estou tentando descobrir qual é a sua, com Camila.

Eu me retraio intimamente com a mensão do nome. Uma onda de calor me atravessa, deixando meu corpo inteiro tenso e as mãos úmidas. Desconfio de que ela pode estar jogando com as minhas inseguranças, então respiro fundo.

— Acho que não entendi.