"O que eu irei fazer?". "Ele é louco!". "Senhor me ajuda!"
- Charlie você é louco? Onde está com a cabeça?
- M-Mais..Ma.. Laura..
- Não vem com essa de Laura, pensei que você fosse meu amigo!
- Mais eu sou, sempre fui! - Disse Charlie se levantando.
- Você sabe, você sabe, e ainda me faz passar por essa humilhação toda?
- Laura, eu preferi tentar ao invés de arriscar te perder!!
- Eu não posso aceitar, você sabe que..que..
- Que você só olha mulheres, ao invés de olhar pra quem te ama de verdade? Só sabe ver pessoas que não querem saber de você e que te magoam no final, mais eu estava aqui o tento todo disposto a mudar tudo, e você o que fez? - Disse Charlie jogando a caixinha com o anel no chão.
"Não acredito que ele disse isso pra mim, sério, eu..". Não pude e não tive a coragem de continuar ali, sai correndo de cima do palco e passei pela porta com a cabeça baixa, sem olhar pra onde estava indo. Naquele horário não havia táxi, não havia ninguém, só eu com aquele vestido no meio da rua, e pra piorar minha situação, começou a chover. Parei por uns instantes e retirei meus sapatos, segurando-os e voltei a andar, não aguentei muito até me desabar em choros. Me senti fraca, não sabia no que pensar mais, e ali parei e sentei no chão, em meio àquela chuva toda, não conseguiria continuar ou até mesmo chegar em casa, faltava uns longos quarteirões. Encostei minha cabeça na parede ali ao lado, até ver uma menina seguindo em minha direção, ela se aproximou e ajoelhou em minha frente.
- Professora, é você? - Disse Alicê, levanto suas mãos ao meu rosto, passando levantá-lo para olhar melhor.
- Professora? Quem é você? - Tento olhar a garota que está em minha frente, pois de tanto chorar já estava vendo tudo embasado.
- Professora, sou eu, Alicê. Deixa eu te ajudar! - Disse Alicê segurando em meus braços.
Quando ouvi o susposto "Sou eu, Alicê." Levei um susto, e passei a abrir mais meus olhos, encarando a maior. Vi a mesma me ajudar e logo me levantei, ela se aproximou e rascou meu vestido, para eu conseguir andar melhor. Retirou sua jaqueta e colocou em minhas costas, me segurou pelo braço, e passo a caminhar comigo.
- Irei te levar pra minha casa, já que não sei onde é a sua, espero que não se importe. - Disse Alicê abrindo um sorriso docemente, e me ajudando a atravessar a rua em seguida.
Continue sem falar nada, eu estava em choque por causa de tudo que aconteceu, e por ter encontrado ela ali no meio da noite sozinha na chuva. Ela caminho comigo, tentando puxar assunto. Chegando, se aproximamos de uma casinha, muito simples, porém muito bonita. Entramos e ela logo me levou para o banqueiro. Não deixei de reparar em sua casa, muito bonita pra uma menina que se vestia tão mal. Ela me entregou toalhas e uma rouba lavada e seca e disse que estaria me esperando com um chá ao lado de fora.
Entrei no banho e senti um alívio depois que a água caiu em minha cabeça. "Por se ela me ajudou?". "Foi por educação, ou ela realmente se importou?". "Laura, pare de pensar que ela quer algo com uma pessoa como você!." Saio do box já um pouco melhor, vesti suas roubas e deixei pendurada a toalha no box. Saio calmamente do banheiro e avistei Alicê sentada na mesa a minha espera com dois chás bem quente. Segui em sua direção e logo sentei na cadeira. Ela me olhou e me entregou o chá sem tirar aquele sorriso maravilhoso do rosto.
- Você está melhor? Parecia estar chorando, aconteceu algo? Você está com umas olheiras enormes! - Disse ela e sem se aguentar soltou uma risadinha.
Me encantei mais com aquele sorriso, dentes perfeitamente alinhados e brancos.
- Estou sim, obrigada! Se não fosse você, não saberia como fazer.
- A propósito, o que você estava fazendo, jogada na chuva naquela rua, com aquele frio?
Peguei a xícara passando a tomar o chá, evitando de responder qualquer perguntar que a garota me vazia, desviando o olhar.
- Tá bem, tá bem, olha.. Saiba que pode confiar em mim, não nos conhecemos, mais podemos virar amigas, professora. - Disse Alicê levando uma de suas mãos até as minhas e as segurando.
"O que foi isso?". "Depois da Gabriella nunca mais senti essas borboletas em minha barriga, nem mesmo cm tais ficantes que eu era apaixonada". "O que está acontecendo comigo?". "Não pode ser o que eu estou pensando.."
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A Última Nota
RomanceOlá, me chamo Laura e vim aqui contar minha história pra vocês. Tenho 21 anos, e sou professora de piano em uma das melhores escolas. Esse foi algo que aconteceu sem querer, mais foi a melhor sem querer que pude imaginar.