Olhei para nossas mãos, e senti meu peito apertar, exatamente como era com a Gabriella. Alicê olhou pra mim com um sorriso bobo no rosto, e pude perceber que seus olhos brilhavam. Ela então se levantou e veio em minha direção, logo se agachando.
- Então, profe..
- Laura! - Disse eu a interrompê-la.
- Me desculpa, Laura. Eu queria saber se você gostaria de ver alguma filme..? Mais se estiver cansa e com sono posso te levar até o qu..
- Tudo bem, eu adoraria! - Sorri abertamente pra Alicê que correspondeu da mesma forma.
Coloquei a xícara de canto, e me levantei bocejando. Ela segurou minha mão e seguimos até seu sofá que por sinal era gigante. Nós sentamos. Alicê pegou o controle e começou a mudar de canal até achar um filme de um gênero bom. "Eu estava já sem graça, mal a conhecia!".
- Você já assistiu, "A Última Nota"?. -Disse Alicê após se virar para mim.
Balancei minha cabeça negando, e me encostei no sofá. Alicê se levantou e foi até um porta cds' em cima da mesinha de centro. Pegou um disco dourado e colocou em seu dvd. Voltou e sentou ao meu lado, se colocando de pernas de índio. Dou play no filme e passou a encarar a TV.
- Esse filme é lindo, uma história muito bonita, uma paixão na verdade, só que entre duas meninas, espero que não se importe. - Disse Alicê sem tirar os olhos da TV. - Um dos meus preferidos!
- Tudo bem, eu adoro histórias assim, mais fale sobre o que? Vamos dizer, o que ela conta? - Passei a encará-la e percebi que ela se virava de corpo inteiro a minha frente.
- São duas meninas que se apaixonam, e terão que enfrentar muitas coisas. Uma delas sofre de uma doença grave, que no filme não diz o que é, e ela acaba morrendo antes de acabar sua música, é uma história verídica, é muito linda minha preferida, eu sempre choro quanto a vejo! - Disse Alicê a soltar uma risada.
Dei um sorriso, e voltei a prestar atenção no filme. "Ela contou aquilo com tanta energia que pareceu que já tinha vivido aquele filme". "Não sei por que, mais estou com uma vontade imensa de..". Alicê se levantou dali e estendeu suas mãos em minha direção. Logo segurei e me levantei sem entender.
- Me ajuda em algo? - Disse Alicê dando uma leve apertada em minhas mãos.
- Posso até ajudar, mais no que? - Eu a olhei desconfiada e ela sem tirar aquele sorriso do rosto.
- Venha irei te mostrar! - Ela entrou puxou minhas mãos e passamos a caminhar.
"O que será que ela queria?". "Isso é um pouco estranho, ser estru.. Ai Laura, para!". Continuamos a caminha, e Alicê me levou até um quartinho escuro. Eu senti algo gigante lá, mais não sabia o que era até ela acender a luz. "Nossa!". Que piano grande, e muito bonito com seu nome dos lados. Alicê sentou-se e me chamou. Me mostrou uma partitura e vi seus olhos encherem de lágrimas.
- Sabe, antes do meu Pai ir, ele me deixou esse piano.. Junto com essa partitura. - Alicê me entregou e passou a tocá-la delicadamente.
- Você faz aulas por que? Você toca tão bem! - Eu disse a olhando tocar.
- Por que você me pareceu uma boa pessoa.. Mesmo de longe!
- O que quer dizer com isso? - A olhei preocupada.
- Sabe, eu andei te observando de longe, fui em todas as suas apresentações e vi a pessoa que você é, sempre acompanhei seu trabalho, então resolvi tentar entrar nele.
Fiquei espantada, e coloquei sua partitura em cima do piano. Ela parou de tocar e apoio uma de suas mãos em minha coxa.
- Sabe professora, você é muito bonita, e espero que quando eu chegar a sua idade eu fique linde desse jeito. - Alicê sorriso docemente ao me olhar e acaricio minha coxa de leve.
- Muito o-obrigada! - Senti minha bochechas queimarem.
Alicê se aproximo de mim, cadê vez mais e mais, e quando me dei conta, já estávamos se beijando. Nós beijando no mesmo ritmo, na mesma intensidade. Sua mãos subi-o de minha coxa passando delicadamente em minha barriga, até segurar meu pescoço. Abracei sua cintura, e só deixei tudo acontecer. Nossas línguas se entrelaçavam na mesma frequência que nosso beijo, e me dei conta ela era diferente das outras meninas.
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A Última Nota
RomanceOlá, me chamo Laura e vim aqui contar minha história pra vocês. Tenho 21 anos, e sou professora de piano em uma das melhores escolas. Esse foi algo que aconteceu sem querer, mais foi a melhor sem querer que pude imaginar.