Blumenau, SC.
Thiago sentia algo diferente no ar quando acordou naquela manhã, se sentia ansioso como se algo importante fosse acontecer e não conseguiu se desfazer dessa sensação nem mesmo quando saiu da sua pequena casa, dentro das grandes terras Bodini; e fez o curto caminho caminho até a casa principal da família, onde sabia que teria um café da manhã esperando por ele. O sol brilhava acima dele, tingindo e clareando ainda mais os cabelos loiros quando ele avistou a Cazita.
Construída quando a família do seu pai fugiu da guerra e se instalou no Brasil, há muitos anos, a casa se erguia em uma construção italiana, que se estendia por dois andares com pedras escuras e tijolinhos vermelhos. Era sólida e resistente. Como todos da família Bodini. Mesmo com a reforma que fizeram na casa, resolveram manter toda a estrutura original e apenas mudaram alguns aspectos no interior e sorriu ao lembrar da felicidade da sua mãe quando finalmente trocaram todo o chão de pedras por porcelanato. Nunca a vira dar um sorriso tão grande.
Com passadas largas, subiu os degraus de uma das portas laterais de madeira que dava para a cozinha. Assim que entrou, logo o cheiro de café e pães preencheu seus sentidos. Sua mãe, uma mulher baixa, com os cabelos loiros presos na sua habitual trança que se enrolava no alto da cabeça, não o viu entrar por estar de costas para ele e virada para o fogão.
— É claro que é o Thiago a chegar primeiro para o café — disse a senhora sentada à mesa, os olhos fixos no neto, mesmo que o comentário tenha sido para sua mãe. — Esse aí Dora, foi esfomeado desde pequeno.
Thiago riu e se aproximou da avó para dar lhe dar um beijo na bochecha.
— Bom-dia para você também, nonna. — E puxou uma cadeira para se sentar. — Cadê todo mundo?
— Seu pai está por aí — Dolores colocou o café e a cesta de pães na mesa e sorriu ao ver que o filho queimou as pontas dos dedos ao pegar o croissant que tinha acabado de sair do forno. — Liliana acordou cedo e já saiu para o escritório.
Servindo café, Thiago franziu o cenho para a mãe.
— E Elisa?
A irmã mais nova passava muito tempo fora da cidade, mas quando voltava, mesmo que só por alguns dias, fazia questão que todos notassem e sentissem a sua presença.
— Dormindo, ela nunca foi de acordar cedo.
— Bom-dia família!
Thiago ergueu os olhos para Elisa; mesmo com cara de sono, seus olhos que eram dos mesmo azuis-esverdeados dos dele — a marca inconfundível dos Bodini — brilhavam em um entusiasmo que parecia sempre habitar dentro dela.
— O que aconteceu para você acordar tão fora do seu horário normal? — Thiago perguntou, olhando como se ela tivesse sido abduzida.
— André, vou buscá-lo. Lembra que ele volta hoje né? — Disse se sentando depois de dar um beijo na bochecha da nonna.
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Aquarela de Sabores (Série Bodini) | DEGUSTAÇÃO
Romance* ESSE É O SEGUNDO (2º) LIVRO DA SÉRIE BODINI, NÃO É NECESSÁRIO LER OS ANTERIORES PARA ENTENDER ESSA HISTÓRIA, MAS PODERÁ CONTER SPOILERS DOS LIVROS ANTECEDENTES * EM BREVE NA AMAZON Quando se sente perdida diante do futuro, o melhor a se fazer é...