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Fernanda 

Fecho a porta e deixo algumas lágrimas rolar sentindo aperto no peito angustiado por ter que mentir. Amo ela demais, não sei o que vai ser de mim se algo de ruim acontece com ela por minha causa. Prefiro continua sofrendo e ser abusado por esse maldito do que perde ela que é tudo que eu tenho na vida. Quem dera Edgar tomasse um tiro no meio da cabeça e morresse pra nós deixa em paz, sei que é errado mas eu ficaria muito feliz e até agradeceria por isso. Só assim eu vou poder viver em paz com ela e nunca mais ver a cara desse imbecil. Troco a roupa limpando minhas lágrimas e desço até a cozinha vendo ela separando os ingredientes para fazer o bolo, vestida com toquinha na cabeça e seu avental cheio de desenho de maçã verde e vermelha fruta que ela mais gosta. 

- pronto mãe, bora vira bibi perigosa e bota a mão na massa?_ falo animada pegando um avental e ela me olha sorrindo 

Ana- coloca um funk animado pra gente fazer o bolo dançando _ diz fala balançando a bunda e eu dou risada indo liga o Home Theater 

Minha mãe nem parece uma mulher de 46 anos, tem um corpo perfeito com cabelos loiros lisos até na bunda, olhos verdes esmeralda da cor do meu e dona de uma beleza natural de dar inveja na maioria das mulheres aqui de Nilópolis. Quando saímos juntas, a maioria acha que somos irmãs, somos muito parecidas até no tamanho 1,60 de altura. Coloco Luiza Souza modo turbo, ela dá um gritinho rebolando a bunda e eu dou risada. Ela é a melhor mãe do mundo, quando estou com ela esqueço todos meus problemas e me divirto a beça. 

Fizemos a massa do bolo e enquanto assava dançamos algumas músicas nos divertindo. Enquanto eu fazia o recheio de beijinho ela fez a cobertura de chocolate, contando história de quando ia na boate e nos bailes da Rocinha escondida do meu avô Julião. Ele morreu ano passado de infarto e minha avó continua morando lá na Rocinha até hoje. A ultima vez que eu vi ela foi com 5 anos, depois o idiota do Edgar proibiu ela de vir aqui e nós de irmos pra lá com "receio" dos traficantes fazer maldade contra a gente e também por ele não gosta dela por ela não ter sido a favor do seu casamento. Só nos falamos por mensagem ou vídeo chamada quando ele não está em casa. Uma hora depois o bolo ficou pronto. Montamos ele e ela colocou na geladeira e fomos sentar na sala assistir sua novela mexicana que ela adora ver comendo toda tarde enquanto raspamos o recheio e da cobertura na panela. As horas se passaram, quando olho no relógio já marcam oito horas da noite e meu coração já acelera, sabendo que a qualquer momento aquele maldito vai chega e tirar minha paz

Ana- eu vou subir pra tomar banho e desço pra preparar aquele fricassé pra jantarmos ok?_ diz sorrindo com brilho nos olhos

- Hum… só de lembrar já me dá água na boca _ digo animada e me levanto _ eu também vou subir arrumar algumas coisas _ ela concorda e nós subimos para os quarto. 

Entro no meu banheiro sentindo o medo tomar conta do meu corpo, faço exercício de respiração para me acalmar pedindo pra Deus que esse sofrimento acabe logo. Ligo o chuveiro, deixo a água cair no meu corpo, tento relaxar mais é impossível, cada minuto que passa o medo se instala no meu corpo, fazendo meu estômago revirar e sinto o gosto amargo na boca. Saio do banho olhando meu corpo no espelho e sinto nojo de mim, passo a toalha com força tentando tira a sensação dele sendo tocado por ele e choro com raiva sentindo nó na garganta por conter o barulho da dor que arde por dentro. Respiro fundo me acalmando e visto minha roupa, ouço minha mãe me chama avisando que a janta já está pronta. Desço e fico com ela na sala quando o relógio da nove horas ele entra pela porta da sala, seus olhos cai diretamente em mim e meu corpo estremece 

Edgar- boa noite meninas _ diz sorrindo e vem em direção a minha mãe e dá um selinho nela e olha pra mim _ e ai tudo certo? Se divertiram hoje?_ ele senta do lado dela e crusa as pernas despojado 

Protegida pelo dono do morroOnde histórias criam vida. Descubra agora