Capítulo 5: Olhos vazios

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Desliguei meu celular. Nesse momento, começo a ouvir passos dentro de casa. Prendo a respiração quando vejo uma sombra parando na frente da porta do banheiro. Minhas mãos estavam trêmulas. A maçaneta começa a se mover, ainda bem que a porta estava trancada.
A maçaneta começa a chacoalhar loucamente de um lado para o outro. Coloco a mão na boca segurando o grito. A sombra se mexeu. Saindo da porta. Respiro fundo. Essa pessoa já foi embora. Eu espero.
- Joe?
Minha mãe me chama.
- Mãe?
- Onde você está?
- No banheiro, tem alguém aqui dentro de casa.
- O quê?
Escuto os passos dela se aproximando do banheiro. Me aproximo da porta e seguro na maçaneta. Assim que abrir a porta. Os passos que que eu escutava da minha mãe do nada pararam.
Engulo em seco quando a casa está em total em silêncio.
- Mãe?
Eu falo. Mas tudo que me responde é o silêncio da casa. Com passos leves, saio do banheiro e corro para a escada. Na minha visão periférica, eu vejo perto da porta do banheiro, uma mulher alta e de cabelos pretos.
Acabo gritando quando vejo ela. Piso em falso quando vou descer a escada e acabei caindo.
Assim que cheguei no final da escada, olhei para o topo, vi uma mulher alta, magra e de cabelos pretos arrepiados, estava nua e coberta de sangue. Seus olhos eram vazios e sua boca estava aberta. Estou imóvel. Essa mulher começar a descer as escadas muito rápido, era como se ela tivesse se jogado de lá de cima. Eu Me levanto assim que ela chegou ao meu lado.
- Porra!
Eu grito correndo em direção da porta. Estico minha mão para a maçaneta. Mas então uma mão magra chega primeiro. Era aquela mulher.
- Não vai fugir de Novo. . .
Ela gritou.
Corro para a janela mais próxima. Me jogo contra ela. E então consegui sair de casa. A mulher continua gritando:
Não vai fugir de novo.
Não vai fugir de novo.
Não vai fugir de novo.
- Joe.
Minha mãe chega atrás de mim. Ela desce do carro e me abraça. Dessa vez era ela. Abraço ela enquanto choro loucamente. Alguns minutos depois, a polícia chegou em minha casa. Depois que contei o que eu tinha visto, a policial fez uma cara de "Deve ter sonhado isso tudo." Ela ouviu o que eu falei e mandou os outros policias procurarem algo útil.
- Chefe!
Um dos policias gritam. Todos nós olhamos na mesma direção. Entrei junto com a minha mãe para ver o que o policial viu. Ele apontou para o chão perto do banheiro onde eu estava. Eram pegadas feitos de terra e sangue. A mesma que as marcas das mãos estavam na minha janela.
Depois da grande confusão. Pedi para a minha mãe deixar eu dormir no mesmo quarto que ela. E no mesmo dia, Matheus e Alice apareceram na minha casa querendo saber o que aconteceu. Em uma cidade que não acontece nada, as notícias passam como fogo em Mato seco.
- Cara, então você viu um fantasma?
- Não sei.
- Uma mulher magra, alta e sangrenta estava na sua casa. Ou era um fantasma ou era uma psicopata.
- Não gosto de nenhuma das alternativas.
A mensagem que tinha caído no meu celular de repente chegam a minha mente. Alguém sabe que eu, Matheus e Alice quebramos a regra do toque de recolher. Mas quem era? Ou melhor, o que era?
Mais tarde, minha mãe trancou todas as janelas e conferiu duas vezes se não tinha ninguém em casa além da família e se as portas e janelas está bem trancadas. Quando ela falou "Boa noite", eu fingi estar dormindo. Mas na verdade, não conseguia fechar os olhos. Aquele rosto me assombrava mesmo ela não estando aqui.
Uma grande pancada na janela do meu quarto. Foi tão alta que pulei do colchão. Corri para a cama da minha mãe e do meu pai e falei:
- Tem alguém entrando aqui em casa!
Eu tentava falar baixo, mas estava querendo gritar. Eles não acordaram, puxei meu pai para o lado, então eu vi que seus rostos estavam sangrando. Suas feições eram de desespero. Minha mãe se levantou e agarrou pro pescoço. Então eu acordei.
Já era de manhã. Desci as escadas e fui tomar café. Depois fui até a estande e peguei um pouco de ração de gato e deixei perto da porta. Um gato sempre ia até ali para pedir comida, e eu sempre deixava ali para ele. Quando entrei dentro de casa, meu celular tocou. Fui ver quem era e era Alice. Era uma mensagem.

Venham até a casa da árvore, AGORA.

Continua.....

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