Capítulo 22

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Takemichi andava pelas ruas escuras que eram somente iluminadas pelos postes em silêncio.

Depois de sair da lanchonete os garotos decidiram ir na casa dos Sano's para assistirem alguns filmes, mas Takemichi recusou pois ele estava muito cansado e só queria sua cama quentinha e aconchegante. Draken e Mikey ofereceram levar ele até o apartamento em que ele estava hospedado, mas ele negou por querer andar um pouco e pensar sobre como sua vida mudou para a melhor em tão pouco tempo.

Ele ainda não estava acostumado com a rapidez que sua vida mudou. Era surpreendente que alguns dias atrás ele estava com sua família tóxica e no outro já estava fazendo amigos e conseguindo se divertir como só fazia com as garotas de sua escola, e em falar na escola, a Senju e Yuzuha devem estar preocupadas por ele não ter ido esses dias para a escola. Tomara que as duas não decidam invadir minha antiga casa para me achar.

Outra coisa que ele tem que resolver é esse negócio de ir para a escola. Mesmo não querendo, ele ainda tem que completar esse último ano escolar para poder se formar em gastronomia para poder viajar pelo mundo e mostrar para todos sua culinária, mas antes de resolver os negócios de sua escola, ele tem que ir ao banco amanhã e resolver esse assunto de herança que deixava seus pensamentos confusos só de imaginar o porque de seu pai ter deixado aquele monte de coisas em seu nome.

O Hanagaki sai de seus pensamentos quando sente um arrepio passar por seu corpo e uma sensação de frio se apossar de todo seu ser.

Era como se alguém estivesse o observando nessa noite fria e escura...

Com medo do que poderia ser, Takemichi acelera seu passo para que possa chegar mais rápido em seu apartamento que agora em sua imaginação parecia o lugar mais seguro e tranquilo que poderia lhe proteger de quem quer que seja a pessoa atrás de si.

Segundo a Emma e a Hina, eles estavam sendo observados desde o momento em que eles estavam na lanchonete, coisa que ele não percebeu enquanto estava dentro do alojamento, mas agora a sensação de ser vigiado e perseguido estava muito mais forte e presente em seu instinto.

O moreno apressa ainda mais seu passo ao perceber que a pessoa atrás de si também começou a andar mais rápido para acompanhar seu ritmo.

A sensação de estar sendo perseguido é horrível. Ele não sabia explicar muito bem, mas ele sabia que queria apenas estar com outra pessoa ao seu lado para que ele se sentisse um pouco mais seguro e menos medroso.

Será que ele liga para a polícia? Não, ele está andando com delinquentes, então não pode ficar andando com a polícia. Ligar para o Draken ou o Mikey? Não, Mikey provavelmente está dormindo por conta do filme e ele não queria atrapalhar o Draken com algo tão simples e sem importância. Ele não poderia ligar para nem um dos garotos, e a Senju e Yuzuha moram longe demais e não chegariam a onde ele está tão cedo.

Ele paralisa e sente sua alma sair de seu corpo pela boca quando uma mão segura seu ombro, o impedido de andar mais um passo se quer.

Ele iria morrer nessa rua escura e silenciosa onde não tem ninguém, somente ele, um cara que tocou em seu ombro e vários e vários postes de luzes que permitiam ele ver o que estava na sua frente? Ele espera que não.

" Desculpa se eu te assustei...apenas queria te devolver isso que você deixou cair." A pessoa atrás de si fala.

Takemichi solta o ar que estava segurando, dá um passo para frente e se vira para olhar a pessoa que estava sendo tão gentil em lhe devolver algo que ele deixou cair sem ao menos perceber.

A pessoa que pegou em seu ombro era um garoto loiro com topete, um óculos quadrado no rosto, um brinco em uma de suas orelhas e estava com um sorriso estranho nos lábios.

Takemichi não sabe o motivo, mas ele sentiu uma sensação ruim tomar conta de seu coração. Sua mente lhe dizia firmemente que não era para confiar uma uma única palavra ou ação que esse cara faça.

" Obrigado, senhor..." Takemichi pega com cuidado a carteira que o garoto estava estendendo em sua direção.

" Kisaki Tetta." Aquele sorrisinho estranho ainda estava lá, mas agora era mais pequeno e mais discreto.

" Muito obrigado, Kisaki Tetta." Takemichi não pode falar muita coisa sobre isso, mas quem tem um sobrenome igual esse cara? Só o nome já é estranho o suficiente.

Será que a mãe desse garoto odiava ele para lhe dar esse nome? Porque essa é a única explicação que Takemichi encontrou para o garoto ter um nome desses.

" Não precisa agradecer, Takemichi Hanagaki." O cara estranho diz isso antes de dar as costas para o loiro e começar a andar na direção ao contrário, logo sumindo pela escuridão da vasta rua.

Takemichi direciona seu olhar para a carteira que estava em suas mãos e arregala seus olhos ao notar duas coisa; ele não tinha falado seu nome para aquele estranho, e não tinha levado sua carteira para o encontro com os garotos da Toman, pois Draken e Mikey insistiram que pagariam tudo que ele pedisse.

Takemichi poderia se arrepender muito por fazer isso que estava pensando em fazer. O certo seria ele levar essa carteira a delegacia ou simplesmente jogar ela no lixo para nunca mais encontrar com esse objeto, mas sua curiosidade era grande demais para ignora um fato como esse.

Talvez ele se arrepender-se no futuro, mas ele irá se arrepender com alívio por saber o que estava dentro daquela carteira.

Mesmo com um pouco de medo, o Hanagaki abre a carteira de coro, encontrando somente um papelzinho bem drogado em um dos espaços da carteira.

Ele pega o papelzinho e começar a desdobrar ele. Começando a ler o que estava escrito logo em seguida.

A cada letra que ele lia daquele papel, seu coração errava uma batida e ele sentia sua respiração falhar por alguns segundos.

Se aquilo fosse um pesadelo, ele queria ser acordado o mais rápido possível...







"Já faz bastante tempo que não nos encontramos, e você deve saber muito bem o motivo, mas se não se lembra, eu irei fazer questão de refrescar sua memória; há alguns dias atrás três adolescentes invadiram nossa casa e bateram em nós até estarmos com um osso quebrado , e sabe o mais interessante? Esses três adolescentes eram seus amigos.
Nós sabemos que você falou o que não deveria para eles, mas não precisa se preocupar, antes de irmos embora daquela casa levamos aquele vaso que ficava no quarto principal da casa, você sabe o quanto ele vale, não é mesmo? Mas se não se lembra, irei te falar; aquele vaso vale em torno de 4 milhão de Ienes, dinheiro o suficiente para comprarmos uma pequena casa, pagarmos um plano de saúde no melhor hospital dessa cidade para tratar das feridas que seus amigos fizeram e ainda sobrou dinheiro o suficiente para contratar um assassino de aluguel.

Eu até pensei em te dizer quem é o alvo do assassino de aluguel, mas não será necessário , pois você já deve saber. Reze para que a sorte esteja ao seu lado, pois o destino não está. Mas não precisa se preocupar; carmesim combina com seus lábios vermelhos e carnudos.

Ass: Sua única família."

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