Capítulo 37

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Dizer que estava tudo bem séria uma mentira bem ruim, que nem foi contada direito.

Quando Takemichi abriu seus olhos, a brisa fria pela janela estar aberta fez seus pelos se arrepiarem e cada músculo seu tremer, a fina coberta do hospital não era o suficiente para esquentar seu corpo.

Olhando para o teto branco, ele tentava se lembrar aonde estava, mas sua mente parecia apenas um mar agitado com várias lembranças que passavam em sua frente como um filme que ele não conseguia ver muito bem.

Depois de um tempo olhando para o teto e vendo suas lembranças, Takemichi finalmente começa a se lembrar do que aconteceu e que lugar era esse.

Aqui era o hospital. Ele provavelmente desmaiou depois de levar aquela facada.

Com muito esforço, ele consegue se sentar na cama e se encostar na cabeceira, porém olhando para aquele quarto vazio e sem graça ,as coisas começaram a ficar confusas novamente.

Onde estava os garotos? Chifuyu e os gêmeos Kawata estão bem? Ele ficou muito tempo desacordado? Quanto tempo? Que dia é hoje?

Tentando achar alguma dica de que dia era hoje, Takemichi olhou por todos os lados e achou um pequeno calendário grudado na parede, cada dia que passava era marcado com um 'x' vermelho, e o último foi o dia 24, o que significa que hoje é dia 25.

Tentando achar o mês, Takemichi achou em letras pretas e grandes o que tanto procurava.

25 de junho...

Hoje era 25 de junho...o dia de seu aniversário... Isso significa que passou um ano e alguns meses que ele estava desacordado.

Hoje era seu aniversário... Há um ano atrás foi nesse mesmo dia em que ele foi ingênuo demais, foi nesse mesmo dia em que ele ficou sujo e sem o direito de mais nada, foi nesse dia em que ele perdeu sua inocência por se oferecer demais para seu irmão e seu pai, que foram apenas vítimas de suas provocações.

Olhando para suas mãos, Takemichi sentiu nojo de si próprio, de sua pele, de seu corpo, de sua vida... céus, o que ele ainda estava fazendo aqui? Ele deveria ter morrido quando levou aquela bala, seria o melhor para todos.

Ainda olhando para suas mãos, Takemichi não sabe quando começou a chorar, as lágrimas apenas caiam em sua mão enquanto saiam de seus olhos sem parar, uma atrás da outra, não parando nunca.

O que ele fez? Por que ainda está respirando? Não séria melhor ele morrer? Será que nem a morte quer ele? Não séria surpresa. Ele é apenas uma alma imunda que persuadiu seu irmão e seu pai para estuprar ele.

Por que ele não está feliz? Era para ele estar pulando de felicidade por ter satisfeito os desejos de seu pai e irmão, que pareciam estar sofrendo muito tempo por suas provocações estúpidas.

A culpa era dele...certo?

Claro que a culpa era dele! Se ele não tivesse entrado naquele quarto ou atiçado seu irmão e seu pai aquilo não teria acontecido.

A culpa era sua, e de mais ninguém...mas...agora sua pele estava suja, imunda, imperfeita, igual sua alma...

Seu pai e irmão receberam sua ajuda, mas e ele? Seria esse um castigo?

Sentindo seu peito apertar, sua respiração ficar pesada, seu coração à mil e suas mãos tremendo, Takemichi começou a esfregar fortemente um de seus braços, querendo limpar sua pele.

" Oh?! Você acordou! Que bom, seus amigos já estavam ficando preocupados."

Uma mulher, alta, pálida, cabelos pretos e um sorriso maldoso se aproximou dele com uma prancha médica em mãos.

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