eighteen

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Eu havia decidido ir para o jantar, porque é isso que alguém que está com o ego ferido e com muita dor faz, quer provar que não está nem aí

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Eu havia decidido ir para o jantar, porque é isso que alguém que está com o ego ferido e com muita dor faz, quer provar que não está nem aí. Eu achava que era capaz de tratar a Eslô com toda frieza e dor que estava sentindo, mas Eslô era melhor em provocação do que eu.

Com aquele vestido vermelho, olhar sério, ela virou a taça de vinho e colocou sobre o centro me encarando. Ia ser uma longa noite! Eu não queria conversar, não podia. Paulo Andre me mostrava algo no TV e eu fingia prestar atenção enquanto meus pensamentos e olhares me traiam fazendo encarar a Eslô.

– Vamos jantar? –Jade chamou, levantando do sofá e colocando mais vinho na taça da Eslô.

– Vamos! –Eslô levantou, segurando a taça nas mãos e passando por Jade– Eu realmente amo vinho!

Ela me encarou novamente e eu voltei a fazer a TV de falso objeto de admiração antes do PA desligar e caminharmos para mesa. A Jade havia preparado um lindo e delicioso jantar com a mesa enorme da sua casa cheia de pratos. Ela queria comemorar que os casais estavam bem, mas ela não fazia ideia a situação que a Eslô e eu nos encontrávamos e a julgar pelo jantar e conversas, eu sabia que a Eslô não havia contado nada e eu também não falaria.

– Então, Eslô –Jade disse, olhando para a Eslô que voltou sua atenção para a Jade– O que vai fazer no seu tempo livre aqui em SP?

– Não é óbvio? –PA disse e bateu levemente no meu ombro– Vai ficar de chamego!

– Ah, não tenho tempo pra isso –Eslô falou, sorrindo e bebericando a taça de vinho– Tenho muito trabalho!

– Muito desfile pra fazer! –eu não me aguentava, comentando aquilo e olhando para o meu prato.

– Vários! Graças a Deus –Eslô falou mais alto que o normal.

– Tudo bem, gente? –a Jade perguntou, com um sorriso torto e olhando para a Eslô e eu.

– Melhor impossível! –eu disse, levantando a taça fazendo menção de brinde e encarando a Eslô que retribuiu o brinde imaginário que fiz.

As conversas ao longo do jantar sempre terminavam em provocações entre nós dois, eu desconfiava que a Jade já havia sacado que algo ia mal quando ela levantou e pediu para que o PA a ajudasse com a sobremesa ao invés de chamar a Eslô. Os dois deixaram a sala de jantar e o silêncio que se instalou foi constrangedor, me fazendo limpar  a garganta com um pigarro e a Eslô se remexer na cadeira.

– Estou impressionada com a sua forma de resolver as coisas –Eslô finalmente quebrou o silêncio– Muito maduro! Veio ate aqui só para mostrar que está mega chateado?

– Não! Vir aqui jantar com uns amigos e com você –falei, olhando para ela e vendo ela baixar a cabeça suspirando– A minha demonstração que estou "mega chateado" eu deixei claro recusando suas milhares de ligações!

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