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CW: menção à violência doméstica
Quando Kazutora estacionou o carro do outro lado da rua, você não conseguiu conter a vontade de olhar para trás e encarar a própria casa. Mesmo depois de tudo, e até mesmo a sensação ruim que sempre surgia quando ia até ali, às vezes aparecia a necessidade de talvez entrar de novo por aquela porta. Balançou a cabeça em negação e expulsou esse pensamento da sua mente, não é o momento para se pensar sobre isso.
Pegou uma de suas mochilas do banco de trás e seguiu Kazutora, subindo os degraus que levavam até a enorme varanda que tinha na frente da casa pintada de um tom suave de azul, se lembrava muito bem de como foram várias as vezes que o grupo de amigos se reuniu ali. Mesmo com todas as turbulências, você tinha gostado da sua infância e adolescência de certa maneira, com certeza tinha feito boa parte das melhores memórias da sua vida nessa época.
Kazutora buscou na própria mochila a chave, destrancando a porta para que pudessem entrar. A casa da família Hanemiya tem praticamente todas as características de uma casa clássica americana, o hall de entrada amplo, com a escada que levaria até o andar de cima, o pequeno mezanino e dois grandes arcos de passagem, um de cada lado. O da direita dava acesso à sala de estar e o da esquerda à sala de jantar, sendo os dois cômodos conectados pela longa cozinha no fundo da casa.
— Cheguei! — Kazutora gritou, fechando a porta depois que entraram e logo passos rápidos ecoaram no andar de cima, indicando que um furacão muito bem conhecido por vocês estava chegando.
Madeleine, ou mais conhecida como Maddy, é uma das adolescentes mais energéticas que já tinha conhecido na vida e com uma beleza de se invejar, principalmente pelos olhos verde-piscina, herdados da mãe, que contrastavam com os cabelos acastanhados. A caçula praticamente correu escada abaixo e voou na direção do irmão, que a abraçou, a erguendo do chão.
— Já falei como acho a sua faculdade muito tóxica por te deixar longe de mim? — a voz da garota saiu abafada contra o pescoço do mais velho, que riu, a colocando no chão para que a olhasse direito.
