Meus Sonhos Com Você

2

Violet congelou.

Seu coração batia forte desde, e quando um homem entrou ela teve que se segurar para não gritar.

Por que isso estava acontecendo com ela? Tudo o que queria era uma viagem leve e divertida e ao invés conseguiu sofrer um acidente de avião, se quebrar inteira, ser levada por um desconhecido (que provavelmente a tinha visto NUA, oh meu Deus), acordar em um lugar completamente desconhecido e como se tudo isso já não bastasse ela não fazia idéia de quanto tempo havia ficado desacordada. Seus pais deviam estar loucos. Não deveriam saber que ela estava ali se não já estariam ali também, então tudo indicava que Violet não havia sido salva pelo resgate. Estupidamente percebeu pela primeira vez que não havia mais ninguém ferido ali com ela, por isso ..... Oh meu Deus.

Quem era esse homem?

__fico feliz que tenha conseguido se levantar.

A voz dele era rouca e autoritária, como se tivesse passado a vida toda dando ordens. Violet não tinha certeza se conseguiria se mexer. Contra a luz da janela podia ver que ele era alto, mas não tanto. Talvez 1,80. Ela talvez conseguisse fugir dali. Violet não era tão alta quanto ele, mas com certeza era mais leve. Se conseguisse ir até a janela a tempo e...

__ como se sente? __ perguntou ele, dando um passo para frente.

Apesar da escuridão, com certeza podia classifica- lo como um homem bonito, o que era realmente estranho pois ainda não havia visto seu rosto. Felizmente, não tinha tempo para pensar nisso, dado que precisava sair dali. Precisava voltar para casa.

__ quem é você? __ perguntou. Sua voz saiu rachada e seca e por um momento o homem franziu as sobrancelhas em surpresa, então ela pensou que ele não havia entendido. Resolveu refazer a pergunta, mas ela a interrompeu.

__ mil perdões. Receio que há muito não lido com o cavalheirismo. __ ao estender sua mão para ela disse: __ Senhor Tobin Cedric, a seu dispor.

Senhor?

Ela somente relou as pontas dos dedos nos seus para não parecer grosseira, quando na verdade não queria ter que tocá-lo de jeito algum. Seu coração quase saiu pela boca quando ele fez menção de se abaixar como se fosse beijar a mão dela, e Violet assustada se afastou.

Ele realmente faria aquilo?

Tobin a olhou com surpresa e antes que ele dissesse algo Violet prontamente perguntou:

__ humm.. o senhor .. é o médico que está cuidando.. de mim?

__Sim.__ respondeu ele.__ Ainda estou tentando dar um jeito em suas costelas mas creio que o pior já passou. Se me permite opinar.. receio que mesmo estando feliz pela senhorita ter conseguido levantar não é uma boa ideia ficar muito tempo de pé, pois pode acarre...

Violet estava tão perdida que nem mesmo entendia o que ele falava. Seu corpo estava todo doendo e a única coisa que ela queria era descobrir onde estava e como tinha ido para ali. Se apoiou na cama improvisada e respirou fundo.

__ como eu cheguei aqui.. hummm.. senhor Tobin?

O médico franziu as sobrancelhas novamente. No escuro, Violet só podia vê-las no contraste com a pele dele, notavelmente mais clara. Aparentemente ele fazia isso o tempo todo, mesmo sem notar.

__ A senhorita não se lembra? __ perguntou.

O medo que se apossava de suas veias somente engrossou mais com essa frase. Não existe coisa pior nesse mundo do que ficar a mercê de outro alguém, e Violet estava tendo a prova real naquele momento.

Conseguia escutar o barulho do vento, e o cheiro de sal era tão forte que quase a deixava nauseada. Se ele não iria contar o que tinha acontecido, Violet descobriria por conta própria. Enterrou o medo bem no fundo e desviou do médico para ir em direção a porta.

Ao contrário do que pensava, Tobin não a impediu de sair, apesar do curto aviso sobre não forçar o corpo machucado, que ela obviamente ignorou. Violet imaginava que o que quer que fosse encontrar na parte de fora pudesse responder algumas de suas perguntas, mas infelizmente não foi o que aconteceu.

Conforme a luz entrava na cabana e ela dava pequenos passos para fora, segurou a respiração, tentando achar um jeito de se livrar daquela situação.

Seus pés descalços tocavam uma areia gelada, e a alguns metros a frente as ondas se encontravam com a praia, levando tudo o que estivesse a sua mercê para dentro do oceano.

Não teve tempo de correr, pensar ou até mesmo falar pois uma pontada em seu lado enviou uma dor tão forte que a fez cair de joelhos. As imagens estavam fora de foco, e aos poucos foram ficando totalmente pretas, então desmaiou.

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