Acordo já sentindo que um dia cansativo estava por vir, morando com meu pai sempre é assim, cansativo.
começo pelo que sempre faço ao acordar, escrever sobre mais um dia. Me sento na cadeira frente a escrivaninha e começo a escrever em um caderno velho, não tenho computador ou coisas chiques, apenas um celular velho que era de minha mãe.
"Bom dia, meu nome é s/n Takeda, tenho 15 anos e hoje irei planejar meu suicídio, etapa 1:
Como se suicidar sem sentir dor."
Sempre penso nisso, quero morrer mas... desejo que seja uma morte sem dor, não sentirei nada, nem minha alma deixando o corpo, já fiz muitas pesquisas, tentei morrer envenenado, mas apenas consegui uma intoxicação no estômago, o que fez eu ganhar novos hematomas no corpo, sempre que faço "bobagens" ou arrumo problemas sou espancado pelo meu pai, virou rotina.
Não posso ficar muito tempo remoendo sobre isso, já perdi meus dez minutos de pesquisa com isso. Me levanto da cadeira e separo meu uniforme da escola, caminho em direção ao banheiro e tomo um banho rápido, não posso demorar mais que dez minutos e meu pai já reclama comigo. Após o banho tomado eu visto meu uniforme e pego minha mochila, desço as escadas e vejo meu pai tomando seu café da manhã.
-...Bom dia.
Digo baixo para não o incomodar e pego um sanduíche empacotado na geladeira, jogo dentro da bolsa e saio de casa, o homem que se denomina meu pai não disse uma palavra, mais uma vez.
Minha escola não é muito longe então posso ir correndo, o caminho é curto, passo por uma rua que dá de frente a um bar como atalho e dobro a curva, finalmente vejo minha escola, há vários alunos entrando pelos portões então me apresso.
Dado alguns minutos eu passo pelo portão e caminho de cabeça baixa até a cantina da escola, é bom que não vejam que sou eu, ou irei receber um soco de bom dia. Chegando a cantina vazia eu peço, como sempre, para usar o microondas e esquento meu sanduíche, assim que dá os três minutos eu pego o lanche e agradeço a velha senhora que já sabe como é minha vida aqui, mesmo assim, me ajuda com pequenas coisas como me tirar do banheiro trancado ou me esconder na cantina.
Caminho até minha sala de barriga cheia e me sento na última fileira, assim irei me distanciar um pouco do agressor que tanto me odeia.
Tiro meu caderno de dentro da bolsa e começo a rabiscar sobre como irei tentar me matar hoje.
"Talvez eu deva tentar me enforcar? Não. Iria doer com certeza." -Penso, mas depois de alguns minutos eu desisto desta ideia.
-Ei princesa, por que está me evitando!?
Sinto uma de suas mãos afundar em meus cabelos e puxar minha cabeça pra trás, minha cabeça começa a doer nos pontos em que ele puxa mais forte e sinto um incômodo no pescoço.
-Me deixe ir!.
Peço a ele com algumas lágrimas brotando de meus olhos, sinto o olhar de todos sobre mim e já sei o que passa na cabeça deles.
"Um covarde, fraco e sem vergonha na cara."
Fecho meus olhos com força como se isso fizesse tudo desaparecer, e é o que acontece, sinto meus cabelos serem soltos e então tudo fica em um completo silêncio, abro meus olhos e vejo um rapaz alto, de cabelos loiros segurando o pulso do garoto que antes estava me maltratando.
-E então? Cadê sua coragem?
Sua voz é grossa e seu olhar ameaçador, vejo o valentão se contorcer em dor e então pedir desculpas ao homem que nunca tinha visto pelos corredores da escola.
-Acha que quero suas desculpas? Peça à esse lixo aí.
Fecho meus olhos quando ele se vira pra mim e apenas ouço seu suspiro que parece pesar sobre mim, abro meus olhos novamente, desta vez devagar e ouço as desculpas do outro.
-E-está tudo bem...
Minha voz sai trêmula, estou com medo e com vergonha, todos nos olham com curiosidade principalmente para o loiro que se afasta de nós e vai embora.
Quero sumir, quero desaparecer. É isso que penso, pego minha bolsa e saio correndo daquela sala que tanto me atormenta, corro para o banheiro onde me tranco, me sento na tampa do vaso e me desato a chorar.
Puxo minha bolsa para meu colo e mesmo com a visão embaçada, eu começo a procurar meu caderno mas não o encontro.
-Eu... eu o deixei na sala!
Me levanto totalmente em alerta, limpo as lágrimas do rosto e saio do banheiro as pressas. Se alguém pegar.. se alguém ler aquilo, vai ser meu fim, como pude ser burro suficiente para esquecer meu bem mais precioso?
Quando chego na sala eu caminho até a mesa e vejo ela totalmente vazia, não há nada além da minha caneta.
-onde e-está..
-Eu vi aquele grandalhão entrando aqui novamente e quando viu apenas seu caderno ele o pegou e saiu sem dizer nada.
Uma garota diz com os lábios cobertos de gloss e seu cheiro de morango enjoativo.
-Obrigado..
Agradeço pela informação e saio da sala em completo desespero, queria chorar, mas no momento, não iria me ajudar em nada. As vezes sinto ódio de mim mesmo por causa disso, por ser tão burro.
Caminho pelos corredores, não quero voltar pra sala, mesmo que eu falte não iria importar, meu professor nem deve notar se eu estou ou não ali.
Assim que saio da escola eu vejo vários alunos do terceiro ano jogados no chão e um garoto um pouco maior que eu pulando em cima de cada um como um tapete, e assim que ele passa vejo o garoto de antes, atrás dele com meu caderno em suas mãos.
-Nunca vou conseguir recuperar...
Murmuro baixinho ainda olhando aquela cena ridícula, por que estão usando aqueles garotos de tapete? Aquilo é tão...não sei explicar. O baixinho para em frente a um loiro de olhos azuis e apenas ouço.
-Você vai ser minha putinha, takemichy.
Piso pra trás surpreso com o que ele disse e acabo tropeçando nos degraus da entrada, os três se viram pra mim, meu estômago gela e então o grandalhão vem até mim com sua aura assustadora.
- Então, como quer morrer?
Ele pergunta claramente de forma irônica, vejo que ele não se importou em ler algo de outra pessoa, e parece que avançou bastante nas páginas marcadas.
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Cuide De Mim! [Draken x Male!reader]
Fiksi RemajaS/n um garoto sem planos para o futuro é forçado a continuar neste mundo, tudo por causa de um loiro que sempre interrompe suas tentativas de suicídio. Não foi revisado. Capa feita pela @mitchy0exe Top #Fanboy🏅 Top #Male🏅 Top #TokyoRevengers 🏅