A aventura

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Era uma vez um menino que vivia em uma cidade tranquila. Certa vez, ele avistou uma batalha intensa acontecendo no alto da montanha. Era uma guerra feia, com raios e explosões. De repente, um raio azul disparou da montanha em sua direção. Ele tentou correr, mas o raio foi mais rápido, atingindo-o com um estrondo ensurdecedor. Ele desmaiou na hora.

Quando o menino acordou, percebeu que estava em sua cidade, mas tudo parecia diferente. O céu estava longe, como se tivesse se distanciado. Ao seu redor, viu uma enorme ave, de tamanho assustador, e sua casa completamente destruída. As casas dos vizinhos haviam sumido. O choque foi tanto que ele desmaiou de novo, murmurando antes de cair: "Meu Deus!"

Quando recobrou a consciência, viu sua casa em ruínas e sentiu uma confusão profunda. Uma pessoa se aproximou e perguntou: "Você está bem?" Ele respondeu, ainda atordoado: "Não, não estou."

A pessoa então disse: "Tudo ficou pequeno de repente." O menino ficou ainda mais confuso. "Como assim pequeno?", perguntou. A pessoa respondeu: "Eu não sei por que aconteceu isso, mas sinto muito pela sua casa."

Ele entrou nos escombros de sua casa, tentando entender o que havia acontecido, e encontrou manchas de sangue no que restava do telhado. Assustado, ele gritou: "O que está acontecendo aqui? Meu Deus do céu!"

O menino ficou sentado no chão a noite inteira, pensando no que teria acontecido com sua cidade. Perto do amanhecer, ouviu alguém batendo na porta. Ao abrir, viu seu avô parado diante dele. "Oi, meu Bi", disse o avô. "Sou eu, seu avô. Sei o que aconteceu com a cidade. Tive que tomar uma poção para ficar pequeno e poder falar com você. Descobri que um rei de um castelo usou um cajado com uma antena mágica que encolheu tudo na nossa cidade. Agora, eu preciso que você vá até a montanha e use a mesma antena para desfazer o que foi feito. Você pode fazer isso por mim?"

Bi estava nervoso, mas concordou: "Sim, avô, eu posso fazer isso."

Quando ele respondeu, percebeu que estava montado em seu cavalo, pronto para a jornada. O avô entregou uma poção que o tornava grande novamente, mas só por cinco dias.

"Vai com Deus, Bi. Tome cuidado", disse o avô.

Bi partiu com seu cavalo, sem ter ideia de onde estava indo. Ele conferiu seu mapa para tentar encontrar o caminho certo. Enquanto cavalgava, passou pela casa do avô e continuou pelo gramado, observando a grande torre da cidade, a Torre Tollin. Ele subiu alguns morros, até que encontrou um bosque denso com muitas árvores e uma casa de madeira no meio. Ele pensou que talvez encontrasse comida para seu cavalo, então tentou abrir a porta, mas um homem gritou de dentro: "Saia da minha casa!" Bi, assustado, pulou em seu cavalo e saiu correndo, subindo os morros, buscando um caminho seguro para seguir sua jornada.

Bi cavalgava sem rumo, as patas do cavalo ressoando no chão firme enquanto o vento assobiava entre as árvores do bosque. O encontro com o homem na casa de madeira o deixara nervoso. Apressou o ritmo, galopando por trilhas desconhecidas, tentando encontrar a direção certa. O mapa em suas mãos não parecia corresponder ao terreno, o que aumentava sua inquietação.

Enquanto seguia pelo bosque, ele avistou uma clareira ao longe. Ao se aproximar, percebeu que havia ali uma pequena comunidade, casas de madeira dispersas entre as árvores. Pessoas trabalhavam nos campos e animais pastavam tranquilamente. Bi pensou que poderia pedir informações ou, quem sabe, encontrar abrigo para a noite que se aproximava.

Ele desmontou do cavalo e caminhou até uma das casas, mas antes que pudesse bater na porta, uma mulher saiu para recebê-lo. Ela parecia surpresa ao ver um estranho, ainda mais montado num cavalo e vestindo armadura. "Quem é você?" perguntou ela, com um tom de desconfiança.

Bi explicou sua situação, dizendo que precisava encontrar a montanha onde o rei havia usado a antena mágica. A mulher pareceu entender, mas seu olhar permaneceu cauteloso. "Você não é o único a procurar essa montanha," disse ela. "Os Pollius também a buscam, para destruir a antena e garantir que sua magia nunca mais seja usada."

Isso fez Bi estremecer. Ele sabia que, se os Pollius encontrassem a antena antes dele, a esperança de restaurar sua cidade seria perdida. A mulher o conduziu para dentro da casa, onde outras pessoas se reuniram para ouvir sua história. Um homem mais velho, com uma longa barba branca, escutou com atenção e depois falou: "Você tem uma missão difícil, rapaz. Os Pollius são perigosos, e a montanha é traiçoeira. Se realmente quiser chegar ao topo, precisará de mais do que coragem."

O homem velho deu a Bi um pequeno amuleto, dizendo que ele ofereceria alguma proteção contra os perigos da montanha. Ele também deu instruções sobre uma trilha que levava ao topo, evitando as patrulhas dos Pollius. "Siga por este caminho," disse ele. "Mas cuidado. A floresta é cheia de armadilhas, e os Pollius estão por toda parte."

Com essa orientação, Bi partiu novamente. A noite havia caído, e o bosque parecia mais sombrio e perigoso. O som dos insetos noturnos e o farfalhar das folhas ao vento o mantinham alerta enquanto ele seguia pela trilha. Ele sabia que o tempo estava se esgotando—ele só tinha cinco dias antes que a poção perdesse seu efeito e ele encolhesse novamente.

A jornada até a montanha seria longa e perigosa, mas Bi estava determinado a chegar ao topo, encontrar a antena mágica e restaurar sua cidade ao seu tamanho normal. Ele não podia falhar. O destino de toda uma comunidade estava em suas mãos. O cavalo troteava pelo caminho escuro, guiado pela luz pálida da lua, enquanto Bi mantinha os olhos atentos para qualquer sinal de perigo ou de esperança.

Enquanto Bi seguia pela trilha, as sombras da noite cobriam a floresta. Ele mantinha uma mão firme na espada, pronto para qualquer eventualidade. O velho amuleto dado pelo ancião da aldeia pendia em seu pescoço, seu brilho sutil emitindo uma luz fraca mas reconfortante. Cada estalo ou farfalhar das folhas o fazia parar, atento ao ambiente ao redor, sabendo que os Pollius poderiam estar por perto.

Conforme Bi avançava, a trilha se tornava mais estreita e íngreme, ladeada por árvores altas que bloqueavam a luz da lua. Por um momento, ele pensou ter visto olhos brilhantes entre as folhagens, mas, ao olhar mais de perto, descobriu que eram apenas reflexos de pequenas criaturas noturnas.

Bi parou para descansar à beira de um riacho, deixando o cavalo beber a água fresca. O som suave da correnteza o acalmava, mas ele sabia que não podia ficar muito tempo parado. O relógio estava correndo, e ele precisava chegar à montanha antes de perder o efeito da poção.

De repente, um galho estalou atrás dele. Bi virou-se rapidamente, espada em punho, mas era apenas um pequeno animal correndo entre os arbustos. Ele respirou aliviado, mas isso o lembrou de quão perigosa era sua missão. Ele precisava permanecer vigilante.

Ao amanhecer, Bi chegou ao pé da montanha. Ela era imponente, com picos que tocavam o céu e nevoeiros que obscureciam o topo. A trilha que o ancião lhe indicara subia por entre rochas e ravinas, parecendo quase impossível de escalar. No entanto, ele estava determinado a seguir em frente.

Enquanto Bi subia, começou a ouvir vozes ao longe. Ele sabia que os Pollius também procuravam pela antena mágica, e isso o preocupou. Se eles a encontrassem primeiro, sua missão estaria em risco. Com cautela, ele seguiu pelo caminho, evitando lugares onde poderia ser visto.

Após algumas horas de escalada, ele chegou a uma área mais plana, coberta por pedras grandes. Foi então que ele avistou uma pequena patrulha dos Pollius. Havia três deles, armados com espadas e lanças, vigiando a área. Bi sabia que precisava ser discreto para não ser capturado. Ele encontrou uma trilha lateral que o levou para longe da patrulha, mas também para dentro de uma caverna escura.

Dentro da caverna, o silêncio era ensurdecedor. Bi sentiu um arrepio ao entrar na escuridão, mas continuou, usando uma tocha para iluminar o caminho. As paredes eram cobertas de musgo, e o ar estava úmido e frio. Ele seguiu por vários minutos, torcendo para encontrar uma saída do outro lado.

Finalmente, ele viu uma luz à frente. A saída da caverna levava a uma parte mais alta da montanha, com uma vista deslumbrante do vale abaixo. No entanto, Bi também percebeu que estava mais próximo do topo, e isso significava que estava mais perto da antena mágica.

O desafio agora era continuar subindo sem ser detectado pelos Pollius. Bi sabia que cada passo o aproximava de seu objetivo, mas também do perigo iminente. A missão para restaurar sua cidade estava longe de terminar, e ele estava determinado a ver até onde sua coragem poderia levá-lo.

O Pequeno BiWhere stories live. Discover now