Enquanto a chuva começava a cair com mais intensidade, Bi sentiu o chão sob seus pés ficar cada vez mais escorregadio. A trilha transformou-se em uma cascata, com a água descendo violentamente pela encosta da montanha. Rhenor continuava na frente, guiando o grupo com cuidado. A luz dos relâmpagos iluminava o caminho de forma intermitente, revelando rochas e penhascos perigosos.
A certa altura, Bi olhou para trás e viu a rainha escorregar. Ela caiu no chão molhado, mas o rei rapidamente a segurou antes que ela deslizasse para uma queda fatal. Rhenor ajudou a rainha a se levantar, e o grupo continuou com ainda mais cautela. A tempestade estava forte, e eles sabiam que precisavam encontrar um abrigo para esperar o pior passar.
Depois de caminhar por mais alguns metros, encontraram uma pequena gruta na lateral da montanha. Era um espaço apertado, mas oferecia alguma proteção contra a chuva e o vento. O grupo se apertou lá dentro, tentando se manter aquecido enquanto a tempestade rugia lá fora. O som do trovão era ensurdecedor, e a água escorria pela entrada da gruta como uma cachoeira.
Dentro da gruta, Bi e o rei conversaram sobre a missão. O rei explicou que a antena mágica estava no topo da montanha, protegida por um antigo mecanismo que apenas ele sabia operar. No entanto, os Pollius sabiam da antena e estavam procurando uma maneira de acessá-la. Se os Pollius a encontrassem primeiro, eles poderiam usar seu poder para conquistar outros reinos ou causar mais destruição.
"Temos que ser rápidos," disse o rei. "Não sabemos quanto tempo temos antes que os Pollius descubram como chegar ao topo. Precisamos encontrar um caminho seguro assim que a tempestade passar."
Bi concordou, entendendo a urgência da missão. Ele olhou para a rainha, que estava sentada ao lado do rei, envolta em um manto para se proteger do frio. Ela parecia preocupada, mas havia determinação em seus olhos. Ela sabia que a missão era perigosa, mas estava disposta a arriscar tudo para restaurar a cidade e trazer a paz ao reino.
Enquanto esperavam que a tempestade acalmasse, Rhenor contou a Bi sobre a divisão dentro dos Pollius. Muitos deles eram contra a violência e queriam um caminho para a paz, mas os líderes principais eram cruéis e desejavam poder a qualquer custo. Rhenor e seu grupo acreditavam que, ajudando o rei e a rainha, poderiam trazer uma mudança para seu próprio povo e acabar com o conflito.
A chuva começou a diminuir após algumas horas, e o grupo decidiu que era hora de seguir em frente. A trilha agora estava ainda mais perigosa, com rochas molhadas e deslizamentos de terra. Bi tomou a frente, usando seu amuleto para iluminar o caminho. O rei e a rainha o seguiam de perto, enquanto Rhenor fechava a retaguarda, sempre atento a qualquer ameaça.
Conforme subiam, começaram a ouvir sons de metal se chocando. Eram espadas, indicando que havia luta acontecendo no topo da montanha. O coração de Bi acelerou, sabendo que o momento decisivo estava se aproximando. Ele sabia que a missão era arriscada, mas também sabia que precisava continuar. O futuro do reino dependia disso.
Com cada passo, a tensão aumentava. A batalha no topo da montanha era inevitável, e Bi estava determinado a lutar pelo que era certo. Ele apertou o cabo de sua espada, pronto para enfrentar o que quer que estivesse esperando por ele. A missão para restaurar a cidade e salvar o reino estava prestes a chegar ao seu clímax, e Bi sabia que o destino de todos dependia de sua coragem e determinação.
Enquanto Bi liderava o grupo montanha acima, o som de metal se chocando ecoava entre as paredes rochosas. A chuva persistente deixava a trilha ainda mais traiçoeira, e a névoa espessa dificultava a visão, tornando cada passo um desafio. Rhenor, o Pollius que agora era seu aliado, aproximou-se de Bi e sussurrou: "Se eles estão lutando, significa que ainda não chegaram à antena mágica. Precisamos nos apressar."
O rei e a rainha seguiam logo atrás, com olhos atentos a qualquer sinal de perigo. Todos sabiam que um encontro com os Pollius hostis era quase certo, mas Bi estava determinado a continuar. A promessa de restaurar sua cidade e trazer paz ao reino era um motivo forte para não desistir.
Quando chegaram a um pequeno planalto, eles viram a origem do som de batalha. Dois grupos de Pollius estavam em confronto aberto, lutando com espadas e lanças. Era evidente que uma facção queria controlar a antena mágica, enquanto a outra tentava impedir que ela fosse usada para propósitos destrutivos. Rhenor apontou para uma trilha estreita à esquerda, dizendo que era a única forma de evitar a luta e alcançar o topo sem serem vistos.
O grupo seguiu pela trilha indicada, movendo-se com cautela para não chamar a atenção. O terreno era perigoso, com pedras soltas e barrancos íngremes. Bi, à frente, mantinha-se atento a cada som, cada movimento. Ele sabia que um deslize poderia significar o fim da missão.
Mais acima, a trilha se alargou, revelando uma ampla clareira. No centro, havia uma torre de pedra, parcialmente destruída pelo tempo. Bi soube imediatamente que ali estava a antena mágica. Ela brilhava com uma luz azulada, pulsando como se estivesse viva. O rei e a rainha também a viram, seus olhos se enchendo de esperança.
Mas antes que pudessem avançar, um grupo de Pollius emergiu da floresta, armados e prontos para lutar. Eles bloquearam o caminho para a antena. Rhenor, ao ver seus antigos companheiros, tentou dialogar: "Nós queremos paz! Por favor, nos deixem passar. Queremos restaurar a cidade e acabar com a guerra."
O líder dos Pollius, um homem corpulento com uma barba espessa, riu alto. "Paz? Não há paz aqui! A antena é nossa, e vamos usá-la para controlar todo o reino. Vocês não têm chance."
Bi sabia que o momento de agir havia chegado. Ele puxou sua espada e se colocou à frente do grupo. O rei e a rainha fizeram o mesmo, determinados a proteger a antena e impedir que ela fosse usada para o mal. Rhenor tentou uma última vez falar com seu povo, mas o líder dos Pollius estava irredutível.
A batalha começou. Bi lutou com coragem, usando seu treinamento para desviar e contra-atacar. A chuva tornava tudo mais perigoso, mas ele estava determinado a vencer. O rei e a rainha também lutavam com determinação, enquanto Rhenor defendia a retaguarda, evitando que mais Pollius se aproximassem.
A luta foi feroz, mas aos poucos Bi e seu grupo conseguiram avançar. O líder dos Pollius caiu em batalha, e seus seguidores recuaram, percebendo que a antena não lhes pertenceria. Com a clareira livre, Bi se aproximou da antena mágica, sentindo seu poder pulsar no ar.
O rei e a rainha se juntaram a Bi, e juntos, eles usaram a antena para restaurar a cidade que havia sido encolhida. Uma luz intensa iluminou o céu, e então um silêncio profundo tomou conta da montanha. A cidade estava de volta ao seu tamanho normal, e a paz parecia estar a caminho.
Bi olhou ao redor, vendo a clareira vazia e a batalha terminada. Ele sabia que havia mais trabalho a ser feito para manter a paz, mas naquele momento, ele se sentiu aliviado por ter completado sua missão. A cidade estava restaurada, e o reino tinha uma nova chance de encontrar a harmonia. Ele sorriu para seus companheiros, sabendo que a jornada tinha valido a pena.