O Rei e a Rainha

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Bi sabia que estava perto do topo da montanha, mas o perigo estava aumentando a cada passo. A patrulha dos Pollius tinha sido um sinal claro de que eles também estavam procurando a antena mágica, e ele precisava agir rápido. Ele seguiu pela trilha, agora estreita e cheia de pedras soltas, fazendo o melhor para não fazer barulho.

À medida que subia, ele começou a perceber a mudança no ambiente. A temperatura caiu, e uma névoa densa cobriu a trilha, dificultando sua visão. Cada passo era uma prova de coragem, pois um movimento errado poderia alertar os Pollius ou, pior ainda, fazer com que ele escorregasse montanha abaixo.

Após um tempo, Bi chegou a uma bifurcação na trilha. Uma das trilhas parecia mais segura, mas também mais visível. A outra era estreita, passando por uma borda perigosa, mas oferecia maior ocultação. Bi tinha que escolher com sabedoria.

Ele decidiu seguir pela trilha mais oculta, sabendo que era mais arriscada, mas que também diminuiria as chances de ser visto pelos Pollius. Enquanto ele caminhava com cuidado, ouviu vozes à distância. Era uma conversa entre dois guardas. Ele parou, tentando ouvir o que diziam. Falaram algo sobre reforços chegando à montanha e sobre uma busca por uma "pessoa desconhecida".

Isso deixou Bi ainda mais preocupado. Ele sabia que os Pollius tinham reforços chegando, e que a busca por ele estava se intensificando. Ele tinha que se mover mais rápido.

Bi continuou pela trilha, passando por pedras escorregadias e arbustos densos. Ao chegar a uma curva, ele encontrou um abrigo improvisado. Parecia ser um local onde os guardas paravam para descansar. Ele entrou com cautela e encontrou uma bolsa com provisões. Pegou um pouco de comida para seu cavalo e para si mesmo, sabendo que isso poderia ser útil mais tarde.

Enquanto estava lá, ouviu mais vozes se aproximando. Os Pollius estavam chegando. Bi sabia que precisava sair rápido. Ele pegou o que precisava e saiu do abrigo, voltando para a trilha escura e sombria.

A missão para alcançar a antena mágica e restaurar sua cidade estava se tornando mais complicada do que ele imaginava. No entanto, Bi estava determinado a continuar, sabendo que cada passo o levava mais perto de sua tarefa e mais longe dos Pollius. Cada decisão era crucial, e ele sabia que não podia falhar.

Bi seguia pela trilha montanha acima, evitando fazer barulho para não alertar os Pollius. Ele já havia passado por guardas e patrulhas, sabendo que a ameaça era real e crescente. Ao se aproximar do topo, a trilha começou a ficar mais íngreme e cheia de rochas escorregadias. A névoa se tornou mais densa, dificultando a visão.

Enquanto Bi caminhava com cuidado, ele ouviu vozes mais adiante. Pensou ser uma patrulha dos Pollius e preparou-se para se esconder. Mas quando ele se aproximou, percebeu algo estranho: aquelas vozes pareciam calmas e não traziam a agressividade usual dos Pollius.

Ao se esgueirar por trás de um grande rochedo, Bi viu um pequeno acampamento. Havia três pessoas ali, duas sentadas perto de uma fogueira e uma em pé, parecendo estar de guarda. Com um olhar mais atento, Bi percebeu que uma das pessoas sentadas era o rei do castelo que ele conhecia. Ao lado dele estava a rainha, e o terceiro, que parecia ser um Pollius, estava em pé, mas sem nenhuma arma à vista.

Bi ficou confuso, sem saber se deveria avançar ou recuar. Por que o rei e a rainha estariam ali com um Pollius? Ele decidiu arriscar e deu um passo à frente, mas o som de uma pedra rolando chamou a atenção do guarda. O Pollius virou-se abruptamente, mas o rei levantou-se e segurou seu braço, impedindo-o de sacar qualquer arma.

"Calma, ele é amigo", disse o rei, reconhecendo Bi à distância. "Pode sair, Bi. Não tenha medo."

Bi, ainda desconfiado, saiu de seu esconderijo e caminhou lentamente em direção ao acampamento. "O que está acontecendo aqui?", perguntou ele, com a mão ainda na espada.

O rei explicou que os Pollius não eram todos maus. Havia uma facção dentro do grupo que acreditava em uma aliança pacífica para salvar o reino. Aquele Pollius específico era um dos líderes desse movimento e estava ali para ajudar o rei e a rainha a resolver o problema da antena mágica. Eles queriam restaurar a cidade e impedir que os outros Pollius usassem a antena para propósitos sombrios.

"Nem todos os Pollius são iguais", disse a rainha. "Eles têm lutado entre si também. Estamos tentando acabar com a guerra e trazer paz de volta ao reino."

Bi ficou surpreso. Ele sempre acreditou que os Pollius eram inimigos, mas agora via que a situação era mais complexa. O rei contou que a antena mágica estava sob proteção dessa facção pacífica dos Pollius e que eles estavam tentando encontrar uma maneira de usá-la para restaurar o reino sem causar mais destruição.

Com essa nova informação, Bi começou a perceber que sua missão não era apenas sobre restaurar a cidade, mas também sobre encontrar um caminho para a paz. Ele sentou-se com o rei, a rainha e o Pollius ao redor da fogueira, onde discutiram planos para subir até o topo da montanha e usar a antena mágica para reverter o que havia acontecido.

A jornada de Bi estava mudando, e ele percebeu que precisaria de coragem e sabedoria para lidar com essa nova aliança. O desafio agora não era apenas enfrentar os Pollius, mas também encontrar uma maneira de unir o reino e trazer de volta a harmonia que havia sido perdida.

O Pequeno BiWhere stories live. Discover now