Chegando no Pizzaplex

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AUTORA: (dando um suspiro pesado, fuçando nas alavancas do vértice) tudo bem… vamos ver se eu ainda sei mexer nesse treco… (do nada o vértice inteiro dá um tremendo solavanco e começa a avançar a todo o vapor, fazendo ela passar atirado por ao menos quinze universos diferentes) aaaaah, que bosta…!

Depois de uma eternidade de quinze segundos de descontrole, o vértice para violentamente, com tamanha brutalidade que a arremessa para trás, fazendo-a rolar por dois vagões como uma bola gigante de oitenta quilos.

AUTORA: ai, meu ciático… (guincha de dor, com a cara embatumada no chão) é… não sei mais dirigir essa joça…

As portas se abrem com um som suave, enquanto uma voz calma e amigável de mulher do trem da CPTM dá as boas-vindas ao universo 2030-B. Do lado de fora, uma vozinha de criança – acompanhada da cabeça de um garotinho extremamente cabeludo – entra pela porta.

GREGORY: EITA, MENÓ! (corre para a ajudar a se levantar) tá tudo bem, senhora?

AUTORA: senhora é a que te pariu, moleque (levanta toda quebrada, resmungando dolorida) meu nome é Bia, caralho (finalmente percebe quem é e arregala os olhos) AI, MEU DEUS! (dá alguns pulinhos, como se tivesse esquecido da dor que acabou de se queixar há dois segundos) deu certo!

GREGORY: (assim que ela fica de pé, a solta e coça a cabeça) você bateu a cabeça no chão com muita força, não foi, moça?

AUTORA: nah, tô ótima (ignora o buraco com o formato de seu rosto que ficou no chão do vértice) você não me conhece por que é novo nessa nova versão do universo… mas acho que os outros vão me reconhecer por conta das versões antigas. Enfim, não há regras determinadas, essa realidade paralela é maluca (pigarreia feito uma velha fumante) ai, eu estou muito velha pra brincar de bola de sinuca. Vamos cair fora dessa bosta (faz um gesto dramático) leve-me aos seus superiores, jovenzinho.

GREGORY: a graça é Gregory, tia.
Bia resmunga algo como “tia é o evento não planejado da sua avó”, mas acompanha Gregory para fora do vértice e entra com ele na plataforma do universo.

Assim que entra no complexo gigantesco do Pizzaplex – uma enorme pizzaria-shopping com mais lojas, departamentos e visual “vem-torrar-teu-dinheiro-proletário” do que o Centro Comercial Leste Aricanduva – Bia dá um suspiro de nostalgia, sorrindo toda feliz.

SUN: (surge da puta que pariu, pulando na frente de Bia e Gregory, gritando e girando feito uma versão animatrônica do Pablo Vittar) ALERTA DE GORDINHA! ALERTA DE GORDINHA! WOOO WOOO WOOO!

AUTORA: (o sorriso dela some mais rápido que o brilho de um fã de Encanto pesquisando no Rule 34) lá se vai meu final feliz de novo. Suponho que em todo universo vou ter minha versão pé no saco do Balloon Boy…(bufa) oi pra você também, Sun.

GREGORY: essa tia diz que conhece vocês (aponta o polegar para Bia)

SUN: nunca vi mais… ela (dá uma risadinha desencarnada) brincadeira, Balloon me ligou dizendo que você vinha, Bia! (dá outro rodopio) preparei um MONTE DE COISAS DIVERTIDAS pra gente fazer! Você vai ficar la na creche, não é? Não é, não e?

AUTORA: primeiro, só vou na creche se for pra dar aula. Conheço teu lado capeta, e depois que você fez bule comigo, não quero mais conversa (cruza os braços) segundo, alguém precisa te encaminhar pro HSPM pra tratar esse seu TOC. E terceiro, onde estão os outros mortos de fome desse universo?

SUN: nossa, “Bea”, tu não era assim.
AUTORA: pois é. Antes eu sofria, agora sou fria (boceja) pra um negócio do tamanho da comunidade tóxica do Twitter, esse lugar tá faltando gente.

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