Mente Visionária (M)

06

Levi Silveira {Árabe}

Não tinha parada maior que me incomodasse do que depender de alguém para alguma coisa. Sou um cara chato e com o passar do tempo, fiquei insuportável. Gosto das coisas do meu jeito, me cobrava abessa pra sempre tá a par de toda a situação e quando as coisas saiam do meu controle me deixava bolado demais. Aqui dentro perdi meus bens que tinha lá fora, não me refiro a dinheiro, pois ainda tinha pra caralho em não sei quantas contas espalhadas por aí; Mas tava foda de resgatar assim sem da na cara, não podia dar um passo em falso, dar uma cagada para que eles acrescentacem mais anos na minha cota aqui dentro.
Com isso tudo, me tornava um total dependente da Alexia...
E pô, tava gostando não mano.
Não que eu estava sendo ingrato, minha mulher é correria pra caralho, tudo que é meu, é dela e o que é dela, era meu também.
Mas é foda.

Não gosto, não me sentia confortável com a situação não, papo reto.
Tive a ideia de nós botar uns bagulho nosso aí na pista; falei como seria e ela investiu a grana dela com total confiança que daria certo e deu, point nosso lá no cmpx é um dos mais frequentados nos finais de semana e tbm até mesmo nos dias da semana por ser tbm meio que um restaurante.
Alexia gerenciava a parada toda, mandei colocar tudo no nome dos nossos filhos, se colocasse no meu ou no dela lá pra frente daria um problema e como nós tava correndo disso, dei essa ideia.
Querendo ou não, ela ia tá comigo pra tudo, mesmo eu dando uns vacilo que que mesmo reconheço mas aquela mulher era foda, não existe outra igual e se existe é camelô!!!

A semanas atrás chegou uma papo aqui na cadeia que a gestão tava pensando em cogitar a parada do acordo com os pms, de jeito nenhum concordei com aquele papo! A porra que sempre iria foder um e levar outros de embalo é a desunião que era essa porra, um queria se decidir por todos e ninguém fala por mim, pacero.
Tenho meu papo e sustento ele pra qualquer um. Não vou de embalo, não dou crédito a papo furado de qualquer marmanjo que se acha o tal.
Telefone aqui chegou com a ligacão do Tonho gordo, um dos frentes do morro do prazeres; quis dar a lógica todo errado, discordei. Não iria concordar com aquela porra de jeito nenhum e dei meu ultimato. Os sábios ficaram os meu lado, os burros quiseram guerra.
Vergonha pra caralho, manos da própria facção se dividindo e dando força ao inimigo, mas nos sustenta o papo. Se quer guerra, vai ter.
Arrego de cu é rola, nós morre na trocação mas não sustenta a porra dessa humilhação jamais!!!

- Aí meu Deus, Levi! Procurando briga com a própria facção?! - Alexia fala escaldadona, papo tinha chegado nela não sei como. Mas tinha dedo do Oliver que dava mole com o celular e a mulher dele fofoqueira, amiga da Alexia , deu com a língua nos dentes.

- Uns desacertos aí. - Digo e tomo aquele suco de manga que ela havia trazido, fortalecido do jeito que eu gostava.

- Uns desacertos? Desacertos ao ponto de quererem invadir o morro da própria facção??!

- Vem cá, vou mandar dar um pega nessa tua amiga ein?! - Falei pra ela e a garota se fez. - Vai achando que eu n sei que é ela que fica falando essas paradas pra tu, se eu não te falei por que não é assunto teu, valeu?! - Fui até ignorante.

- Vai vim com coice agora??! - Ela fecha a cara. - Não é que não seja assunto para mim, Levi, mas que pelo menos esteja pensando em mim e as crianças que estão lá fora. Procurar uma guerra agora no momento em que nos encontramos seria burrice.

- Sei o que eu faço, amor.. - Falei tranquilizando ela pra quebrar o gelo da conversa.

- Espere que saiba mesmo, Levi! - fala e vira o rosto.

- Ein, tô morrendo de saudade de tu já, mô! - beijei seu pescoço subindo para suas bochechas e viro teu rosto a força, fazendo ela me encarar - Tu não tá não? - dou uns selinhos nela.