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"No fundo, no fundo minha mente é sádica
As vezes me confundo, mas nunca perco
a prática, Às vezes quieto, paranoico com todos e tudo de perto a vida de todo mundo é dramática"
Filipe Ret.

Narração: Breno Noronha

Porra meno, se eu parar pra falar que tá sendo fácil pra mim conviver com as consequências das paradas erradas que eu fiz, vou tá mentindo. Nós não vai plantar pimentão e colher morango né, mano?! Felizmente ou infelizmente para uns, a colheita é conforme a plantação. Se tem uma coisa que eu sabia admitir e reconhecer, era quando eu estava errado e aonde eu havia errado. Quando meno eu metia a braba mesmo, batia no peito e negava que errei naquilo, mas conforme nós vai amadurecendo e diante das várias paradas que já passamos, reconhecer o que fazemos de certo ao errado é o melhor a se fazer.

Correr atrás do prejuízo era o que eu devia tá fazendo, mas se torna vergonhoso para mim essa parada. Correr atrás do que eu tinha e perdi por burrice minha me deixa até agoniado, confesso. Garota não merecia de forma alguma, papo reto! A verdade é certa, nós só dá valor ao que tem quando perde. Mina fechou dez/dez comigo sempre, fortaleceu quando eu precisei e em meio a essa vida maluca que eu levo, fazia parte de uma das coisas que me traziam de volta para a minha realidade, a pessoa que sou quando estou com minha mãe, com minha família e com ela é totalmente diferente de quem eu sou no meu dia a dia.

Ela sabia como as coisas funcionavam comigo, Tentava me entender, era e é compreensiva pra caralho e eu sempre abusava, a verdade mesmo braba que existe é que pensamos que quem ama não vai embora. Não tô me gabando, tô sendo sincero em falar que Maria Alice é doida por mim! Eu via, sentia isso e tentava entender de onde vinha esse amor todo, da forma que ela me olhava, falava comigo, tentava melhorar meu dia quando eu tava perturbado da cabeça ! Porra, ontem a coragem bateu depois de dois copão na whiskeria da mãe, um balão aceso foi o estopim pra brotar na frente do condomínio onde ela morava com a tia! Fiquei parado lá dentro do carro ainda, ela havia me bloqueado em tudo e as amigas que ela pensa que são amigas dela, rende maior papo pra mim e me passou a visão que ela havia trocado de número tbm! Com mais tempo de conversa a amiga que ela chama de irmã, me manda seu novo número e fiquei tentado a chamar mas não tive coragem tbm! Pela conta da Luana eu via seus vídeos saindo, sorrindo , dançando e parei pra me perguntar se comigo ela tinha aquele sorriso que vi em todos os seus vídeos , com a resposta que dei a mim mesmo eu voltei pra casa.
Foi melhor assim.

— Como tá a Alexia, Breno? — Tia Tessia me pergunta enquanto colocava o feijão em meu prato.

— Tá bem, tia. Sabe como a mãe é né.. — Pego o prato de sua mão.

— E tu veio pra ficar quanto tempo aqui? Sabe que as coisas aqui não estão boas, né? Ontem mesmo amanheceu já com operação.. — Ela diz, concordo vendo Maitê acabar de chegar da escola e entrar na cozinha.

— E por isso mesmo que eu tô aqui, vim da essa força. Vou vê se fico aqui até a outra semana, não posso deixar as coisas na mão do Nandinho lá em chatuba.. — Falo a ela.

— Entendo, e não é bom deixar mesmo! Sabe como esses povo é, né? Tu dá um braço e eles já querem o corpo todo, nesse meio só tem gente assim. — Ela diz e eu não deixo de concordar.

— Mãe, a senhora fez salada? — A filha pergunta.

— Mas tu tbm quer achar tudo na mão ein, cara?! Faz tua salada, Maitê! Não tá vendo que tô ocupada? Meu dia foi corrido cara! — Ela diz, dou risada por lembrar da minha mãe.

Mente Visionária (M)Onde histórias criam vida. Descubra agora