Capítulo 22

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Nicolly narrando :

- O que...como assim? - Caíque murmura. - Eu juro que não engravidei ninguém! - ele fala com as mãos para o alto.

- Ela é tão linda e tão frágil - sussurro e olho para a pequena que está em meus braços.- Como ela conseguiu ficar dentro desse carro com os vidros fechados? - pergunto olhando para Caíque, que não desgruda os olhos da bebê.

- Eu sempre deixo o vidro um pouquinho aberto. - ele fala baixo.

- Olha, têm uma carta . - falo e a abro.

Nicolly,
Venho observando vocês dois a dias, percebi que são pessoas de confiança e sei que essa criança vai ter uma vida muito melhor se for cuidada por você.
Meu marido,  uma pessoa muito violenta,  foi viajar faz alguns meses e não tive coragem para dizer que estava grávida novamente. Essa linda menininha nasceu faz alguns meses em um hospital daqui de São Paulo mesmo,no dia  10 de janeiro. Nasceu saudável e muito amada, porém, faltam apenas alguns dias para que meu marido chegue de viagem, se ver a menina, não sei oque ele será capaz de fazer, mas sei que será algo muito grave.
Não queria ter a abandonado, mas eu não tive outra escolha.
Hoje, dia 9 de março, já sabendo  quem é o dono desse automóvel, esperei o sr. Caíque entrar dentro do local desta festa, e coloquei a neném dentro do veículo, que estava aberto, só pra constar.
Espero que dê muito amor a ela, Nicolly, que seja a mãe que eu não poderei ser.
Cuide dela, como se tivesse sido gerada em seu próprio ventre.
Cuide bem dela...

Termino de ler a carta com as mãos trêmulas e lágrimas escorrendo por meu rosto.

- Meu Deus- sussurro.

- O que iremos fazer? - Caíque pergunta.

- Vou ser a mãe dela.- murmuro.

- Ela é tão delicada. - ele diz acariciando os poucos fios de cabelo loiro que ela tem.

- Passa em um mercado, agora. - falo empurrando ele para o banco da frente.

- Por que? - o encaro e ele pula paro o banco da frente.

Fico balançando ela em meus braços.
Chegamos no mercado e desço do carro sem tirar ela de perto de mim nem por um segundo.

- Deixa eu segurar ela, Nicolly. - Caíque resmunga pela milésima vez.

- Só enquanto pego as coisas. - falo e a entrego pra ele, ela faz cara de choro.

- Não chora, minha linda. - falo e  os lábios dela se formam em um beicinho.

- Nicolly, ela vai chorar. Não deixa ela chorar, eu sou um monstro. - Caíque diz com os olhos arregalados.

- Maluco- murmuro e vou até o corredor de bebês.
Pego fraldas, talco, lencinhos, roupinhas, cobertores, mantas,comidas de bebê e mais algumas coisas.
Vou até o caixa onde há um projeto de loira siliconada.

- Como vai, Caíque? Lembra de mim? Elisa. - ela fala com a voz mais enjoada do mundo.

- Te conheço? - ele pergunta e me seguro pra não rir.

- É.. si...sim- ela gagueja. - Sua irmã? - ela pergunta como se eu não estivesse ali.

- Não, sou a noiva dele. - falo e aperto a mão dela.

- Como? - ela pergunta indignada.

- É...minha noiva... -  Caíque murmura olhando pra mim.

- Sobrinha de vocês? - a bumerangue pergunta novamente.

- Filha. - ele fala.

- Posso segurar ela?

- Deixa eu pensar... NÃO. - digo e dou um sorriso.

- Quando mudou seu gosto por mulheres tão radicalmente? - ela pergunta. - Porque entre eu e ela há uma grande diferença, principalmente nos seios.

- Melhor ficar quieta...- Caíque avisa ela.

-  Concordo plenamente com você, baranga. São muitas diferenças, até nos seios. Como por exemplo, os meus são meus mesmo, já o seu iceberg...- começo a falar e ela me enterrompe.

- Está louca? Claro que são meus.

- É, verdade. Se você pagou com seu dinheiro é seu mesmo.- digo e ela fica vermelha.

- Está querendo apanhar, mas sei como te irritar mais facilmente. - ela fala e levanta.
Se aproxima de Caíque e tenta tocar o rosto dele.
Entro na frente dela e abro os braços.

- Passa-  falo e ela vai pro lado e vou junto, continuando na frente dela. - Já falei que pode passar. - dou risada e ela vai para o outro lado e fico na frente dela novamente.

Fica nesse vai e vem até eu me irritar e empurrar ela pro lado.

Entro na fila de outro caixa, pago tudo e saio andando até o carro enquanto ela me encara, vermelha de raiva.

- Que barraqueira.- Caíque sussurra e dá risada.

- Fica na sua. - falo e entro no carro.

- Acho que ela nunca mais vai olhar pra mim. - ele murmura.

- Sinta-se agradecido. - falo e ele sorri.

- OK.

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Nicolly baraqueira kk
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Bjs :*

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