Capítulo 4

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          Astra ergueu o punho fechado, batendo suavemente na porta

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          Astra ergueu o punho fechado, batendo suavemente na porta. Ouviu vozes no interior, a de Addison distinguindo-se das outras por ser a mais alegre, a mesma abrindo a porta com um sorriso gentil no rosto. A expressão iluminou-se ao ver a irmã mas Astra antecipou-se, levando o dedo indicador aos lábios para que ela não exteriorizasse o seu entusiasmo. Não queria que os pais soubessem que estava ali. Queria estar com a irmã, tal como ela sugerira... mas sem os pais.

- É a... Bree. - disse Addison, virada para dentro de casa- Vamos dar uma volta! Já volto!

       E saiu, fechando a porta atrás de si. A seguir, abraçou Astra, que a puxou pela mão rua fora.

- Não tenho muito tempo. - avisou a mais velha, olhando para o céu - À noite eu tenho de... ir.

         Mordeu a língua, impedindo-se de contar a Addison o que se passava com ela. O seu brilho estrelar só iria preocupar a irmã e o papel da preocupação pertencia a ela, a irmã mais velha, a que tinha de proteger a mais nova... Não o contrário. Addison não protestou, sequer tentou convencê-la a ficar mais um pouco. Para ela, uns minutos a sós com Astra chegava, a ânsia de conhecer a irmã de verdade sobrepondo-se a qualquer capricho.

- Conta-me tudo. - pediu a Wells mais nova, sentando-se ao seu lado num banco de jardim o mais afastado possível da casa onde vivia - Como é o Tio Carl? Como foi viver noutro sítio diferente? Como estás? Escrevíamos bastante por carta mas... É tão bom ouvir a tua voz. - confessou Addison, apertando-lhe a mão- É tão bom voltar a ter-te comigo, Asty. Tu nunca devias ter ido embora. Eu não... Eu não deveria ter deixado que eles te mandassem embora.

- Eu fui porque quis, Addy. - disse Astra, sorrindo - Se ficasse, só iria trazer mais problemas para ti. Eu sabia disso, os pais sabiam disso... Tu sabes disso. Não sou uma pessoa muito... fácil. - viu a irmã rir, concordando - Juntando os olhos roxos, sou um problema andante.

- Isso não é verdade. - negou Addison, rapidamente.

- Eu lamento muito não ter estado aqui para ti. - disse Astra, afagando a bochecha da mais nova com carinho - Mas não me arrependo de ter ido embora. Só não... Não consigo estar com os pais, não quando sei que eles não... Eles não me amam.

- Asty...

- É verdade e ambas sabemos disso. Está tudo bem, eu já aceitei isso à muito tempo. - Astra fez uma pausa, respirando fundo - Vá, vou-te contar um pouco como foi a vida estes últimos anos.

        Falaram por horas, até os primeiros raios do entardecer surgirem no céu. Naquele tempo, Astra contara à irmã mais nova sobre o tio que a acolhera, sobre as escolas onde andara, as detenções, as brigas em que se metera, a forma como tio a amara mesmo sendo uma criança um tanto quanto difícil... As palavras duras que ouvira pela sua diferença. As maldades. Tudo o que Addison não vivera enquanto não tirara a peruca e revelara o seu cabelo branco, Astra aprendera desde cedo a enfrentar e a não dar importância. Ela adorava os seus olhos e achava que todas as pessoas que lhe chamavam aberração apenas o faziam por terem inveja...

ASTRA - ZombiesOnde histórias criam vida. Descubra agora