Capítulo 4

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- Eles são assustadores. - comentou Astra, estalando a língua - E muito bons.

- Obrigada pelo incentivo. - resmungou Addison.

As duas irmãs encaravam de braços cruzados a equipa em palco. Sem aviso prévio, os aliens demonstravam ter o talento e a precisão certa para serem excelentes na sua coreografia de torcida. A expressão de Addison esmorecera ligeiramente ao vê-los, as chances de ganhar o troféu de Seabrook um pocuo reduzidas. Não era a única, toda a equipa de Seabrook parecia desmotivada, fitando os aliens com assombro e tristeza mal disfarçada.

- É batota. - afirmou Astra, mascando a sua pastilha elástica com desdém - Eles estão a usar a sua tecnologia para alterar a gravidade e voar.

- E aquela coisa da telepatia para se coordenarem. - completou Kalina, ajeitando as tranças do seu cabelo por cima do ombro - Eu concordo, é batota.

- Ela não devia estar aqui. - resmungou Wyntter ao ouvido de Astra, que a ignorou.

- Para além disso, a música é horrível. - continuou a loira, observando o rosto da irmã mais nova iluminar-se um pouco - Não te deixes intimidar, Addy. Vocês nasceram para isto, enquanto que eles...

- São naturalmente bons em tudo o que fazem. - interrompeu Bucky, colocando as mãos nas ancas - Como eu!

Astra revirou os olhos, empurrando o primo para o lado sem cerimónia, forçando-o a calar-se. Os aliens tinham parado de dançar, sem um pingo de suor a escorreres-lhes pela testa ou a respiração ofegante. Com um sorriso ladino no rosto, A-Lan saltou do palco em direção à humana, piscando-lhe o olho ao dizer:

- Impressionada?

A jovem dos olhos roxos pestanejou.

- Não.

A claque de Seabrook batia palmas com alguma dificuldade e sorrisos amarelos no rosto. Astra nem sequer ergueu as mãos. Addison sorriu com mais simpatia que os restantes, engolindo as suas emoções com a sua elegância do costume.

- A nossa capacidade telepática facilita sermos uma claque. - disse A-Li, as mãos pousadas nas ancas e um sorriso gigante no rosto.

- Sim. Somos melhores do que vocês, que praticaram a vida toda. - continuou A-Lan, os olhos brilhantes de ingenuidade.

Os locais entreolharam-se, ofendidos. Kalina, que apenas estava ali para se entreter e acompanhar a sua mais recente amiga, revirou os olhos.

- É preciso ter lata. - respondeu, colocando-se de pé - Queria ver se não tivessem essas tretas todas extraterrestres como se iriam resolver.

O rosto de A-Lan pareceu perder um pouco mais a cor, a boca abrindo-se e fechando à medida que gaguejava:

- E-Eu não queria ofender...

A lobisomem cruzou os braços, as íris castanhas faiscando de irritação.

- Mas ofendeste. Seria educado pedir desculpa, não achas?

O rapaz engoliu em seco, atrapalhado. Não estava habituado a ser repreendido e não sabia exatamente o que fazer. Aquela desconhecida estava a fazê-lo sentir-se... arrependido. Não era uma sensação que lhe fosse familiar. Humilde, forçou-se a baixar a cabeça, sentindo o estômago retorcer-se de emoções desconhecidas ao dizer:

- Peço desculpa. Não foi minha intenção.

- Não foi tão difícil, pois não? - questionou Kalina, num tom mordaz.

As bochechas de A-Lan coraram. Ele nunca corara na vida.

- Isto foi divertido. - disse A-Spen, indiferente ao clima de tensão entre o irmão e a lobisomem - Agradecemos o convite.

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⏰ Última atualização: Mar 04, 2023 ⏰

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