Capítulo Seis

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Segundo dia

Tive um pesadelo essa noite, irônico pra caralho, sonhei que fui sequestrada, e que me queimavam viva, porém eu não sentia dor, não mesmo, eu dava gargalhadas.

Acordei com o coração acelerado e não consegui dormir mais, não sei o que isso significa, tia Suzi vive falando que sonhos tem significados, mais os meus sempre foram sem pé nem cabeça, e agora esse? Só me fez desperta com algum tipo de gatilho, ao imaginar que fizeram essa crueldade com a Imperatriz.

Respiro fundo assim que meu novo celular marca cinco e quarenta e seis da manhã, me levanto rápido, sem qualquer resquício de sono no meu corpo, tiro a única peça que estava usando, a blusa do Pitbull, pode se passar anos, mais acho que não consigo mais dormir sem sentir o cheiro do perfume dele.

Vou dar uma de Gustavo Miotto e mandar uma mensagem pra ele perguntando qual perfume ele usa pra mim ir comprar, e ironia galera, apenas ironia.

Entro de baixo da ducha quente e fecho os olhos sentindo meu corpo se relaxar, lavo o meu rosto e escovo os dentes saindo do banheiro e vestindo uma calça preta colada e uma blusa de frio da mesma cor, como de costume, aqui em São Paulo está fazendo frio, odeio São Paulo.

Saio de casa de estômago vazio, depois do sonho de ontem a noite só consigo sentir um mal estar, um aperto no peito.

Chego na boca por volta das seis, seis e dez, encontrando apenas o DG, que acendia um cigarro.

— Caiu da cama foi? — Ele pergunta e eu me aproximo fazendo o toque com ele deixando-o um pouco surpreso, não o cumprimentei de nenhuma forma desde que nos conhecemos.

— Algo do tipo — Tomo o cigarro dele e dou uma tragada encarando o movimento da favela começando, a essa hora todo mundo tá saindo pra trabalhar, tem até algumas crianças pegando o rumo da escola.

— E aí, disposta pro segundo dia? — Ele pergunta e eu respiro fundo, não, apenas assinto com a cabeça e ele ri sem humor — Ouvi dizer do grupo que tu montou, e um time fortão em, tu é esperta pra caralho pô.

— Tem que ser, né não? Nesse mundo a gente não tem a certeza de nada — Ele assente e eu devolvo o Beck pra ele, e vejo quando o Marujo chega na boca, o primeiro a chegar, não demonstro nenhuma reação apenas o encaro, ele faz o toque com o DG e estende a mão pra mim, porém não faço o toque com ele.

— E aí vamos começar as missões? — Escuto a risada do DG e faço uma careta, e encaro ele feio que levanta as mãos em rendição.

— Vamos esperar o resto da equipe chegar — Vejo quando o seu rosto se franze em uma careta, encaro ele com deboche — Ou você achou que um grupo seria somente eu e você? — Me aproximo dele — Não trabalho em dupla Marujo, essa e uma das primeiras regras que vou passar pra você, e caso queira sua cadeira no comando vai ter que aprender não somente ela, mais todas as outras também — Termino de falar e vejo o Paizão chegar, ele faz o toque com o Dg é encara o Marujo.

— Irmão? — Ele diz, dou um sorriso de lado, eles fazem o toque sorrindo e se abraçam — Caraca mano olha nóis aqui de novo Marujo.

— Dos campinhos de terra, pras missões do comando —  Diz o Marujo terminando de abraçar o irmão, os dois me encaram é eu estou com expressão tão seria que os dois fazem uma careta Dude aparece acendendo um cigarro e comprimente o DG parando do meu lado. Ele sabe que eu não vou cumprimenta-ló tão cedo então nem tenta.

Vejo quando o Nemo entra é chama á atenção de todos, que me encaram, assim que ele já está reunido com a gente respiro fundo e encaro os quatro dando um empurrão no Dude para que ele fica do lado dos garotos e saia de perto de mim.

— Devidamente apresentados? Agora vamos ao trabalho — Digo rápido caminhando até uma salinha mais afastada ao qual DG tinha separado para mim, todos eles em silêncio vem atrás de mim, o local era pequeno mais tinha espaço suficiente pra mim por em pratica o que eu estava pensando.

Na verdade o que tá rolando nesse meio tempo em que o comando estava preocupado com o Venom é o PVLI surgiu uma nova organização criminosa em SP uma ao qual não parecia ser perigosa, mais normalmente as piores guerras começam por pessoas que parecem ser inofensivas.

— Ok, primeiro quero deixar claro que nenhum de vocês vão deixar de servir o comando, Marujo fora daqui você vai continuar no treinamento dos vapores e sobre os comandos do DG, Paizão essa meta e só pra garantir que tu é a pessoa que a pequena precisa do lado então fora daqui está sobre os comandos dela, Dude digo a você o mesmo que disse ao Marujo — Abro a primeira pasta é me viro de frente para um quadro branco de isopor com alguns alfinetes, vamos montar o primeiro plano.

— Enquanto ao nerdola ali — O Dude diz apontando para o nemo — O que ele faz fora daqui? — Respiro fundo para não perder a paciência, ou o pouco que me resta dela. Coloco as pastas na mesa com um certa brutalidade.

— Primeiro a vida pessoal do coleguinha não é da sua conta, segundo se vão trabalhar em equipe tem que entender que ninguém aqui é melhor que ninguém, todos vocês estão no mesmo nível o que é igual a nada, sem gracinhas, sem desrespeito apenas união — dude levanta os braços em rendição é eu volto a pegar a pasta passando a mão no rosto, em plena 6 da manha é eu já não aguento mais essa droga de dia.

Que o senhor me dê paciência porque se me der força eu mato.

*Não se esqueça do seu fav e do seu comentário

Baronesa |Trilogia família do poder Vol 2Onde histórias criam vida. Descubra agora