Capítulo Dois

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— Você o que? — Tio grego grita assim que me escuta falar, ele tá irritado e eu vejo as garrafas de whisky por cima da mesa, respiro fundo, que ótima hora baronesa para dar um de seus chiliques.

— Tio grego, não me leve a mal, eu só preciso de um tempo, longe de tudo, do comando, e das coisas que me lembram...

— Ela — Ele me corta virando mais um copo de whisky — São Paulo pode ser? Não tenho ninguém de confiança lá, preciso de alguém que tome as rédeas das situações por lá pra mim, e a única oferta é pegar ou largar — Respiro fundo, odeio São Paulo, odeio tanto São Paulo.

— Pode sim — Ele respira fundo, e assente, já ia me virando mais aperto forte a alça da minha mochila e giro os calcanhares encarando ele — E... bom — Ele levanta uma sobrancelha colocando o copo sobre a mesa e me encarando sério, Tio grego da medo as vezes, principalmente em situações em que ele está no controle, talvez seja por isso que vovô colocou Tio Lúcifer no comando, tio grego e calculista demais, e meu pai frio pra caramba, os dois concerteza não pensariam duas vezes antes de fazer uma chacina.

Mais aí surge Tio Lúcifer o equilíbrio entre os dois, a colinha que faltava pra deixar Tio grego e meu pai um ao lado do outro sem que ouvesse uma explosão.

E assim como o Tio Lúcifer, eu e a pequena tínhamos a Imperatriz, respiro fundo, eu tenho que parar de pensar nela, mais que caralho.

— Eu sei que está todo mundo mal... — Ele respira fundo e balança a cabeça olhando pro chão, e me Interrompe.

— Pode deixar baronesa vamo ficar de olho no Van — assinto ainda sem graça e saio da casa entrando no carro do comando, jogo minha mochila na parte de trás do carro e respiro fundo abaixando a cabeça no volante, você tem certeza?

Quando eu era pequena a Imperatriz sempre me salvava das enrascadas ou me dizia o que exatamente fazer, em momentos difíceis ela sempre estava lá, pra me ajudar, mais acontece que agora o momento difícil e a partida dela, então não eu não tenho mais certeza de nada.

Ligo o carro e saio do morro, sem olhar para trás, sem pensar no que vão falar ou sentir, sem pensar nas pessoas que também acabaram de perder uma pessoa importante, e talvez o meu erro comece .

Chego em São Paulo por volta das cinco da manhã, estou esgotada completamente, meu corpo dói, e minha cabeça parece que vai explodir, desço do carro em frente a uma das casas do FPD tio grego me mandou o endereço pelo WhatsApp.

Um vapor já me esperava na porta, todo impaciente, deve ter por volta dos trinta anos, e provavelmente estou pegando o lugar dele, se fosse de confiança isso não aconteceria.

— Grego mandou lhe entregar — Ele me entrega as chaves e uma pasta de papel amarelada, faço uma careta — A lista de pessoas que bom... ele quer que você mande dessa pra melhor — Dou um sorriso nasal sem graça nenhuma.

— Deixa eu adivinhar, começo amanhã? — Ele assente e eu respiro fundo abrindo o portão e entrando na casa, paro por um segundo e me viro pra ele — Qual teu nome mermo? — Ele me encara por alguns segundos.

— O pessoal aqui me chama de DG — Assinto e respiro fundo, eu não tô no comando de nada ele está, tio grego me mandou pra cá pra acabar com essas merdas de x9, e não pra comandar algo, o que é bom de certa forma, sou uma péssima comandante.

— Pode arrumar uma moto pra mim? Não dá pra ficar andando por aí com um carro — Ele assente e puxa um rádio do bolso e me entrega.

— Mando um Menor trazer jae? Fica atenta ultimamente vem acontecendo muitas invasões, assinto — Baronesa — Encaro ele — E bom ter uma Rocha aqui com a gente, as coisas ultimamente não andam muito boas — Dou um sorriso forçado e entro na casa.

Assim que abro a porta respiro fundo, pelas caixas de pizza jogadas em um canto e vários maços de cigarro em cima do balcão, e uma blusa suja da lacoste jogada no chão, suponho que o tempo que meu pai veio passar em São Paulo ficou aqui.

Arrumo a casa rápido e tomo um banho, quando ia me sentar escuto me chamarem no portão, respiro fundo e saio lá fora, vendo um menor, novinho até, devia ter o que? Uns 16 anos?

— Aí tia vim trazer pa tu, patrão que mandou — Assinto e me aproximo, vendo que se tratava da moto.

— Aí muleque tu tem quantos anos? — Ele ri, e eu faço uma careta.

— Ih tia, tu não faz meu tipo não, prefiro as novinhas — E brincadeira? Eu com 20 anos sendo chamada de coroa. Todo errado esse garoto, tiro duas notas de cem e entrego pra ele, que abre mo sorrisão.

— Toma garoto, some da minha frente — Ele faz uma careta, mas sai feliz da vida com o dinheiro na mão, balanço a  cabeça em negação, e coloco a moto pra dentro. Me deito no sofá e respiro fundo, Ela não sai da minha mente e isso tá me matando, porque isso foi acontecer justo com ela? Podia ter sido eu, eu me colocaria no lugar dela sem pensar duas vezes.

Respiro fundo e em meio a tantos pensamentos eu acabo caindo no sono.

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Capítulo uma vez na semana(ainda não decidi o dia exato)

Baronesa |Trilogia família do poder Vol 2Onde histórias criam vida. Descubra agora