Capítulo 4

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- "Corpo de jovem é encontrado morto em beco. Especialistas dizem que ele estava drogado, não sabemos a possível causa de morte. Talvez ele tenha se metido em uma briga, ou recebeu uma punição por não entregar a quantia de valor pedido. O caso ainda será averiguado".

Eu li o jornal mais uma vez. Pegando outro com outra notícia que eu também gosto muito.

- "Corpo de jovens irmãos foram achados, a única coisa que sabemos é de duas cartas de baralho, que juntas forma a palavra 'Alice', que aparentemente foi o mesmo assassino do jovem Pool, morto alguns meses atrás. O culpado não foi achado, sem evidências de DNA".

Sorri suspirando, enquanto abraçava o jornal, esse dia foi tão bom. Ainda lembro de seus gritos, que logo pararam. Agora... de alguém que eu detestei, acho que ainda mais do que Pool.

- "Corpo de jovem é encontrado morto no quintal. Segundo os depoimentos ninguém escutou absolutamente nada, quando foram procurar, o viram jogado no chão desmaiado, nenhum machucado evidente, mas assim que o tocaram, seu corpo estava gelado e sem vida. Substâncias químicas foram achadas em exames de laboratório. A família lamenta muito, principalmente pelos planos que ele tinha na frente, estava noivo e pronto para assumir os negócios".

A noiva dele era [Nome], ainda me lembro perfeitamente dela me dando a notícia, como se fosse ontem.

- Oi [Nome], como está? – perguntei em nosso lugar de encontro, o terraço. Me sentando ao lado dela.

- Bem... ainda estou assimilando. Como eu disse antes eu fiquei chocada com a morte de Pool, mas não chorei. Eu ia ir ficar com os irmãos Masano, a filha deles tinha gostado para eu ser sua amiga e dama particular. Já o filho como noiva. A morte deles foi tão repentina, e como não os conhecia direito, apenas me senti mal.

- É uma pena, essas mortes foram tão repentinas – falei me esforçando o máximo para não sorrir – meio que me sinto mal pelo Pool.

- Sério? Você não demonstra isso. Eu queria esconder as emoções como ti – isso é porque eu não tenho essas tristes emoções sobre eles, minha cara [Nome].

- Ele poderia ter sido um garoto melhor, se tivesse ido pelo caminho certo. Não éramos amigos, mas em um outro mundo, talvez.

- Mas tudo bem, eu tenho uma boa notícia.

- Sério? Qual?

- Assim que as aulas acabarem, eu irei me casar, estou noiva! – isso é uma boa notícia?

- O-o quê? Isso é verdade? – meu corpo entrou em colapso, ela está sorrindo e tão feliz. O que esse cara tem que eu não tenho? Ele é melhor do que eu? Não... ninguém irá fazer [Nome] feliz, apenas eu posso a entender bem.

- Sim! Ele é um verdadeiro cavalheiro, o seu cabelo me lembra ao tom de pêssego muito lindo, ele respeita meu espaço pessoal, é gentil, honesto, enfim... – riu – ele é perfeito.

Não...

- Por favor... me diga que não é verdade.

- Ahn? – ela inclinou um pouco da cabeça – por que se importa com isso?

- Por favor – encostei minha cabeça na curvatura de seu pescoço. É tão bom... a pele dela é tão macia, o cheiro é tão bom, me lembra lavanda fresca em dias de quentes de verão. Ninguém pode tocar em [Nome], ninguém irá a amá-la tanto quanto eu! – é mentira, não é?

- Sinto muito Honma... – ela murmura. Sua mão acariciou o meu cabelo, tão leve... tão delicado e macio.

- Quem é? Eu conheço? É daqui da escola?

- Não, é Takemoto Sora, ele veio de uma cidade vizinha, iremos nos casar e depois eu irei com ele.

Aquele bastardo quer a tirar de mim? Um ser asqueroso e imundo, um inimigo, ele está tentando a roubar de mim, tirar ela dos meus braços. Não irei permitir! Por sorte, eu ouvi umas vizinhas fofoqueiras falando de uma família rica que está passando a estadia em uma mansão, Takemoto, eu ainda me lembro perfeitamente do sobrenome, eu irei acabar com ele.

- Entendi... – meus dedos se moveram, até a direção de seu braço. Minha cabeça ainda está na curvatura de seu ombro. A minha mão deslizou sob sua pele lisa, oh céus, só de pensar em outro alguém a tocando, eu tenho um treco.

- Eu também gosto de você – a voz dela alcançou aos meus ouvidos, o sussurro foi tão leve quanto a brisa de uma manhã ensolarada. Eu quase pensei em ter ouvido errado, até a olhei. Ela não negou, não afirmou, não disse nada por bastante tempo, só ficou me olhando – desde que você me elogiou, eu não soube ao certo, mas eu senti algo quentinho por dentro.

- É, algo quente, é exatamente assim – segurei sua mão com esperança. Não sou rico como o tal Sora, mas minha família é classe média, daria a vida que [Nome] merece. Iremos nos casar, ter lindos filhos, ninguém irá encostar nela novamente, apenas eu.

- Mas... eu sinto algo ainda maior quando eu vejo Sora, quero estar ao lado dos dois, mas não posso.

- [Nome]... eu poderia fazer algo para demonstrar o que eu sinto por você?

- Acho que sim.

Segurei seu queixo e a beijei. Me surpreendi quando a língua dela deslizou no meu lábio inferior, a deixei entrar e explorar cada canto que ela quisesse. Só que não conseguia apreciar da forma que eu queria. Takemoto Sora... iria acabar com ele de uma vez por todas.

- Ei – a voz de meu pai me tirou de dos meus pensamentos – o que está fazendo? Vai amassar o jornal todo, não está vendo?

- A-ah, claro, sinto muito – larguei a folha – ahn? Para onde vai? – perguntei o vendo vestido de uma forma diferente do habitual, ele parece melhor sem uma garrafa de bebida em mãos.

- Bem... esse caso de Alice está assustando geral, convocaram alguns soldados antigos para trabalhar na segurança, já que a guerra acabou. Peço que fique em casa, não se sabe quando esse assassino pode atacar novamente.

- Tudo bem, ficarei em casa, não se preocupe. Lhe desejo um bom trabalho – fiz uma pequena reverência com a cabeça, ainda estou sentado no chão da sala.

- O que está fazendo com esses jornais? – ele se aproximou pegando uma, não consegui ao menos dizer nada – ah – ele pegou as outras duas antes que eu pudesse apanhar – são as vítimas de Alice. Por que está vendo isso?

- Eu queria ver se eu notava alguma pista, mas as vítimas não batem muito, apenas a idade. Eram de escolas diferentes, regiões diferentes da cidade, isso não bate.

- Huuum... – ele sorriu fraco, parecia ser um sorriso sincero – quem sabe você se torne um futuro detetive. Se achar Alice ficará famoso por quase todo o Japão.

- Isso seria legal, só que não é para tanto – mas eu não iria me entregar, sinto muito pai, acho que nunca vão saber quem é.

Mas ei, eu estou conversando com ele normalmente, coisa que eu não fazia tinha uns bons anos.

- Certo, vou indo – ele saiu depois de eu dizer "até mais".

Em um outro dia eu o ouvi falando no telefone sobre uma proposta de emprego temporário em outra região, a casa irá ficar vazia por um tempo.

É perfeito... 

Tão vermelho quanto sangue [Yandere x leitora]Onde histórias criam vida. Descubra agora