A dupla caminhou...

1 0 0
                                    

...sorrateiramente até a parte de trás do Bacen, no piso térreo, nível da entrada principal. Naturalmente estava fechado e com guarda, impossível chegar perto, quanto mais tocar na porta ou arriar a mochila, sacar um cortador de vidros e começar a desenhar – sem contar a espessura do vidro, com certeza laminado.

Mantiveram uns 20 metros de distância e passaram a analisar. Concluíram que o ideal talvez fosse acessar o piso superior, uns 10 metros acima. Cochicharam de dar a volta para conferir a entrada principal. Cássio advertiu que o guarda olhava para eles de dentro do prédio, através dos vidros.

– Droga. Abortar missão. Abortar missão – declarou Régis, saindo junto de Cássio a passos ligeiros, fazendo o caminho de volta e especulando sobre o provável destino de Mundinho. – Ele vai pousar no heliporto do Bacen, vai ser preso, vai dedurar a gente... Tamo ferrado. Pobre e ferrado!

– Já avisei aqui pra ele. Vamo se encontrar no QG – informou Cássio. Régis só balançava a cabeça, reprovando.

Na antiga loja aguardaram um pouco até a chegada de Mundinho, que os encontrou lanchando mini-sanduíches com refrigerantes (a mãe de Cássio preparara um lanche com bebida para cada um, mesmo sem ninguém ter pedido). Os dois elogiavam a refeição enquanto Régis permanecia quieto e cabisbaixo, pensativo, às vezes esquecendo de mastigar.

– Ânimo, cara! Ninguém foi pego – disse Cássio. Régis pensou um pouco mais e quebrou o silêncio:

– Mundinho, e lá no helicóptero, como foi?

– Tinha a entrada, mas eu já sabia que não ia dar, que tem cancela, guarda... Daí eu estacionei mais pra baixo na marginal e fui até uma cerca de tela, mas não consegui partir o arame – explicou, mostrando o pequeno alicate bico fino que trazia no bolso da calça. – Eu já ia até mandar mensagem pro Cássio dizendo pra cancelar.

Assalto ao BacenOnde histórias criam vida. Descubra agora