- Cadê...

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...os relógios?

– Esqueci – respondeu Cássio.

– Eu não tenho – emendou Mundinho.

– Ah, tão de brincadeira! Toda reunião a gente fala: os relógios, não esqueçam os relógios. Caralho, pô. Que merda! Mundinho, tem que ter relógio acertado amanhã! E Cássio, como tu foi esquecer... tendo esse nome?

– É de outra marca – justificou o esquecido. Sandra não se aguentava.

– Tá. Beleza. Recapitulando: eu e o Cássio entramos pelos fundos do Bacen, pegamos a pepita. Se não acharmos, pegamos o que der de dinheiro e subimos até o terraço. Mundinho chega com o helicóptero e resgata a gente. Vamos pra casa dos tios do Mundinho na praia de Taquari, na Bahia, e de lá escolhemos um destino para ficar até a poeira baixar. Conseguiu a chave?

– Ainda não.

– E como a gente vai entrar?

– Eu mandei um zape pra tia ontem, mas ela perguntou se eu ia sozinho, quando ia... Meio que desconfiou.

– Mora onde essa tua tia?

– Valença, acho. É na Bahia mesmo.

– Tá, e a gente ia pegar essa chave como, mesmo? – quis saber Cássio.

– Pensei em pousar lá nela antes de seguir pa praia.

– Mundinho, pelamordideus! Ideia de girico! E tem lugar pra pousar? A tua tia tem heliporto, por acaso? Ou vamos bater nos fios de luz e morrer energizados? O que seria melhor do que ser preso.

– Nada, pô. Chegando em casa vejo certinho onde ela mora.

– Contamos com isso. Vê se não vacila.

Assalto ao BacenOnde histórias criam vida. Descubra agora