Na Galeria dos Estados...

1 0 0
                                    


...acomodou-se em um banco desses de praça posicionado bem no centro do corredor e concentrou-se no celular, vez ou outra tendo de responder ao aceno de conhecidos indo pegar o metrô. 15 minutos e o fluxo caíra bastante. Pulou do banco, sacou uma chave do bolso e destravou a porta de aço. Encostou na parede ao lado da porta e voltou ao celular. Respondeu boa-noite a uma colega do trabalho e aguardou ela distanciar-se para enrolar a porta o suficiente para entrar meio agachado, fechando-a em seguida.

Em meio ao que restou de uma outrora loja de roupas, escorado no balcão do caixa, motivado pelo silêncio, permitiu-se viajar nos pensamentos. Régis não tinha problemas cardíacos, mas quase infartou com as duas fortes pancadas na porta de aço.

– Quem?

– Mundinho.

– Cagaço, porra! – reclamou, enquanto subia a porta. E ficou sem ação ao perceber que o rapaz entrava estava acompanhado de uma moça. Régis olhou para ela, que disse um oi, e voltou para o Mundinho.

– Sandra, meu crush – explicou. Régis continuou questionando com o olhar.

– Não esquenta, ela é gente boa.

– Porra, velho! Como assim "é gente boa"!

– Vocês vão mesmo assaltar o Banco Central? – perguntou sem conseguir disfarçar muito a zombaria. Régis, olhos arregalados e boca aberta (não dava para dizer quem se destacava mais) só encarava Mundinho, cobrava inconformado a traição. Insistindo sobre a fidelidade da garota, Mundinho foi até o balcão do caixa e ajudou ela sentar sobre o móvel, depois acomodou-se em outro já que o seu peso desafiara a resistência do caixa noutra oportunidade.

Assalto ao BacenOnde histórias criam vida. Descubra agora