" - Os outros dias foram mais difíceis, em todos os sentidos, havia muita pressão e rumores no escritório e pela mídia, exigindo um final pra essa história, alguns como de costume inventado até um próprio desfecho, mas Henry e eu sabíamos oque fazer, fomos no dia seguinte para a Mansão, o clima ficava mais frio, o inverno havia chegado."
O som da porta se abrindo soa como um aviso pesado nas almas dos investigadores, o funcionário que havia atendido eles antes, mais uma vez os recpciona
- Olá senhores, em que posso ser útil? Pergunta o funcionário
- Nós queríamos dar uma olhada nas imagens das câmeras de vocês. Responde Marcos com ternura, o rosto do homem se contorce um pouco em uma feição de desapontamento
- Temo que não será de grande ajuda senhores, nossas câmeras pararam de funcionar a aproximadamente 6 meses, estamos ainda esperando a reforma da ala Leste para podermos arrumar tudo de uma vez, mas como sabem, quase ninguém se preocupa com patrimônios históricos, então demora um pouco. O funcionário ri
- Te entendo. Diz Marcos que também ri levemente
- Penso que só vão se importar com esse lugar se ele pegar fogo. Henry em silêncio como de costume rompe a prosa dos dois
- E registros? Vocês tem registros de visitas? Ou algo do gênero? O funcionário mais que de imediato chama um subordinado para levá-los a sala de registros
- Acharam algo novo sobre o senhor Carlos? Os investigadores se olham por meio segundo
- Não é nada demais, só estamos nos certificando de que não deixamos passar alguma coisa. Responde Marcos com um leve sorriso
Os investigadores olham os registros e todos mostravam que Carlos sempre chegava sozinho na Mansão, mas não foi uma surpresa para Marcos e Henry, os dois já esperavam um resultado parecido, os ambos retornam, o funcionário os recepciona mais uma vez
- Tiveram êxito no que procuravam?
- Não achamos nada. Responde Henry calmamente, Marcos se aproxima do funcionário, e olha para seu nome estampado no crachá
- Antes de nós irmos Charles eu queria saber, se vocês tem algum conhecimento sobre oque ele estudava? Charles pensa por estantes
- Bom, nós aqui preservamos a integridade de todos os presentes, então não posso responder isso ao senhor, pois não tenho conhecimento sobre. Henry olha mais uma vez a arquitetura gótica desse lugar enquanto Marcos continua sua conversa
- Mas, temo que o professor possa saber
- Professor ? Pergunta Marcos
- Exatamente, vocês já viram ele para ser mais claro, e ele tirando o Carlos é uma das únicas pessoas que mais utilizam a biblioteca
- E onde nós podemos encontrar ele? Diz Henry enquanto se aproximava dos dois, Charles olha para os investigadores com um leve sorriso
- Temo que não terão muito esforço, eu mesmo levarei vocês até ele. Charles faz um sinal para os investigadores o seguirem, Marcos e Henry se encaram novamente e o seguem.Eles caminharam por um corredor longo e largo, e não demorou muito para as perguntas começarem.
- Você mencionou professor, qual é a especialidade dele? Pergunta Marcos enquanto segue Charles
- Até onde sei, ele é um físico brilhante, mas seus conhecimentos não se estaguinam, obviamente não tenho uma relação tão próxima assim dele, mas em minha modéstia opinião ele é um dos homens mais inteligentes que já vi.
Marcos se vira para seu parceiro fazendo uma cara de surpresa, e sussurra a Henry em tom sarcástico
- Vocês vão se dar muito bem então
- Não fode! Responde o investigador para Marcos.Eles chegam no local, Charles abre a grande porta cuidadosamente, como uma mãe zelando por um filho, e quando os investigadores se deparam com a vista ficam impressionados, essa biblioteca faz juz aos títulos que ela carregava, do chão de onde eles se encontravam havia mais 4 andares dessa instalação,o seu teto era tão lindo quanto o da Capela Sistina, o lugar e o cheiro, acumulava acolhimento e histórias perdidas com o tempo, junto a uma velhice sábia.
Em um canto mais claro da sala a figura de um homem sentado em uma pequena mesa, debruçando-se em uma leitura intensa que era amenizado pelos suaves sonetos de ( Clair de lune) sua atenção só era perdida momentaneamente quando ele se inclinava para tomar seu chá, Charles se aproxima com delicadeza e gentilmente anuncia os investigadores.
- Desculpe a intromissão, mas esses senhores querem fazer algumas perguntas.
O homem olha para Charles e sorri, e em seu rosto há uma estranha paz que hipnotiza todos no lugar, os investigadores perceberam o grande respeito que Charles tinha com esse homem, mesmo ele sendo décadas mais jovem.
- Oh, muito obrigado por avisar Charles, por favor eu insisto que sentem-se
Ele estica sua mão suavemente infatizando seu pedido aos investigadores, o professor está com roupas formais escuras, metade do seu rosto está sendo iluminado pelo sol, mas por conta do clima nublado e o inverno, tudo parece mais frio.
- Eu me lembro de vocês. Diz o professor calmamente
- Vocês vieram dias atrás falar com o diretor, eu estava na sala quando vocês chegaram.
Marcos se ajeita na cadeira enquanto seu parceiro continua em silêncio e de pé
- Bom, professor, o Charles comentou que o senhor tinha um certo contato com o Carlos...
- Não precisa ser tão formal, me chamo Gabriel, e respondendo sua pergunta, sim, eu falava com ele as vezes,e mesmo ele enfrentando seus demônios dava para notar o quão notável ele era.
- E ele mencionava algo a mais para você? Ou algum amigo??
Pergunta Marcos, Gabriel suspira, e olha para a janela como se esforça-se para lembrar de algo. Os seus fios de cabelo e olhos ficam em contraste marcantes devido a luz do sol que banha sua pele branca, a paisagem vista é calma, se misturando pelos sonetos da música clássica, as nuvens pratas, o vento que remexe as árvores, a imensidão do oceano ao fundo,e algumas pétalas de rosas que voam sem destino
- Infelizmente temo que não vou ser de muita utilidade a vocês. Responde Gabriel
- Minha relação com ele se restringia a essa biblioteca e suas pesquisas somente.
Quando o professor diz essas últimas palavras Henry rompe o silêncio como um predador atacando sua presa
- Que tipo de pesquisas professor? Pergunta o investigador, Gabriel olha para Henry gentilmente.
- Bom, ele era fascinado por algumas figuras históricas, algumas eu até ajudei ele a pesquisar...
- Que tipo de figuras ? Interrompe Marcos, no mesmo estante Henry retira de seu sobretudo um papel amassado e o coloca sobre a mesa
- Esse nome é familiar a você? Pergunta Henry, o professor se inclina e lê o papel com a mesma atenção que estava sobre seu livro
- "Abdul Alhazred" diz Gabriel lentamente
- Sim, sim! Esse era o nome que eu já iria mencionar a vocês.
- E o senhor pode nos ajudar a entender quem ele é? Porque nem procurando na Internet conseguimos achar muita coisa.
- Bom, e nem vão.
Os investigadores se encaram por um estante.
- Já que ele é uma figura que não se pode confirmar sua passagem na história, por assim dizer.
Um silêncio momentâneo toma conta do local
- Ele acabou tendo um grande crescimento como cultista, e dizem em certas cartas e nos poucos registros, que ele escreveu um livro contendo segredos do universo e das criaturas que habitavam nele, ele ficou conhecido como o Árabe louco, ou o profeta dos antigos.
- E você não se perguntou nem por um segundo o porque de um homem na situação dele, estaria procurando coisas desse gênero? Pergunta Marcos
- De imediato, mas ele me disse que era para seu livro que estava trabalhando, então não questionei. Responde Gabriel
- Bom, obrigado por sua ajuda professor. Diz Marcos enquanto se levanta, Henry antes de se retirar junto ao seu parceiro faz uma pergunta corriqueira
- Já havia lido esse livro antes? ou é a primeira vez? O professor se perde no horizonte por alguns pequenos segundos
- Não, não. Responde Gabriel enquanto sorri
- Mas as vezes é bom retornar para uma história já vivida. Marcos para por um estante enquanto olhava a prosa dos dois
- Eu nunca li esse livro. Diz Marcos
- Sério? O Conde de Monte Cristo é um clássico, se você quiser posso lhe emprestar. Responde Gabriel
- Não se esforce tanto professor, as únicas coisas que ele lê são tirinhas de jornais e anúncios de frango frito. Diz Henry sarcasticamente, mas no mesmo estante Gabriel responde
- Se for os anúncios do Marlin chiken não posso julgar, são realmente muito bons.
Marcos sorri momentâneomente, e estica seu braço apontado na direção do professor enquanto olha para Henry
- Viu só! Mentes brilhantes pensam a mesma coisa. Os 3 riem por alguns estantes mas logo depois cada um segue seu destino.
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innominatus
Mystery / Thrillerde frente a um assassinato os investigadores precisam correr contra o tempo para evitar que outros sejam cometidos.