A Proposta | Adap. Mailila

Capítulo 6.

Marília abriu os olhos completamente irritada ao ouvir seu celular tocar sem parar, se revirou na cama algumas vezes na tentativa de acordar Maiara para que a mesma atendesse, mas não funcionou, já que a ruiva dormia como um anjo, mas não por muito tempo.

- Maiara o celular, atende. - Marília disse colocando um dos travesseiros sobre a cabeça, mas não obteve resposta. - Maiara acorda.

- Eu estou de folga, atende você.- A ruiva disse com a voz fraca sem ao menos se dar o trabalho de abrir os olhos.

Marília levantou de uma só vez nitidamente irritada, foi até sua bolsa e pegou seu celular, ao ver que era Murilo ela pode sentir seu corpo estremecer.

A mesma vestia seu roupão enquanto tentava não soar falsa, já que ela desejava matá-lo.

•LIGAÇÃO•

• Olá agente Murilo, como vai?

• Sim sim, nós estamos bem

- Que droga Marília, eu quero dormir.- Maiara disse sem nenhuma paciência para a loira.

• A viagem está ótima, claro.

A loira saiu do quarto indo em direção a parte de baixo da casa, onde tinha acesso à praia, a vista era linda, então ela decidiu seguir, saiu da cozinha deixando a porta um pouco aberta, o que era um risco já que vovô disse sobre o cachorrinho que adorava água, e que se ele saísse sem supervisão algo ruim aconteceria com ele naquele mar gigante.

• Não ainda não temos a data, mas veremos isso em breve.

Marília estava concentrada ao máximo em suas palavras para o agente, nada poderia dar errado. Até o momento em que a loira viu Scooby indo em direção ao mar, se esquecendo completamente do foco.

- Ei cachorrinho, vem aqui comigo, vem.- Ela afastou o celular e começou a caminhar em direção ao cachorro, quando se lembrou novamente da chamada.

• Sim sim, estou te ouvindo, e arrumarei uma data para que você esteja presente

Marília disse sua última frase ao agente enquanto corria em direção ao cachorro que já tinha suas patas na água, pulou sobre o mesmo sem pensar nas consequências.

P.O.V MAIARA

Acordei com Marília gritando sobre o celular, mas fiz questão de ignora-lá, além de trazê-la eu não iria trabalhar durante o fim de semana.

Mas infelizmente ao vê-la sair do quarto eu não consegui mais dormir, então levantei, fiz minhas higienes matinais e desci até a cozinha no primeiro andar, encontrando mamãe e vovô.

- Bom dia família, vocês viram a Marília?.- Me aproximei da grande janela de vidro em que eles estavam e nem precisei de uma resposta ao ver a loira rolando na areia com Scooby, o que foi bem estranho.

- Ela é adorável querida, estou orgulhoso da sua escolha.- Vovô olhou em meus olhos e eu logo desviei o olhar por me sentir culpada.

- Eu concordo, agora você pode ir buscá-la e dizer que vocês vão comigo para a cidade, temos que fazer compras e eu tenho mais uma supresa.- Mamãe disse e eu apenas assenti saindo dali e indo em direção a Marília.

Ela colocou Scooby dentro da proteção então pude ver seu rosto furioso.

- O que foi isso?.- Parei em sua frente e não pude conter a risada ao vê-la cheia de areia.

- Esse maldito cachorro fugiu e eu tentei salvar ele, mas meu celular caiu na água e eu preciso muito dele.- Marília soava cada vez mais nervosa enquanto gesticulava com as mãos, o que atraiu a atenção da minha mãe e meu avô pela janela.

- Nós podemos pedir outro com o mesmo número já que vamos até a cidade com mamãe e as garotas, agora me abraça porque eles acham que estamos brigando.

Me aproximei dela passando os braços pela sua cintura, ouvi ela bufar e apoiar as mãos em meus ombros.

Isso tudo ainda é muito estranho para mim, não estou acostumada a estar assim tão perto de alguém desde Rafaela, mas Marília por mais que seja uma víbora, tem o toque bem suave, a boca macia e um cheiro muito bom.

- Eu não vou a lugar nenhum, e já está bom de abraço.- Marília tentou se soltar mas não deixei.

- Você não tem escolha.

Eu não posso negar que estou adorando ver sua paciência se esgotar nessa viagem, até porque ela faz isso comigo todos os dias, então descido provocá-la descendo uma mão até sua bunda apertando a mesma, eu corria o risco de levar uns tapas, mas aquilo me divertia como nunca.

- Tira essa mão daí agora ou eu corto ela enquanto você estiver dormindo Carla.- Mais uma vez a minha risada veio alta ao ouvir ela tão séria me chamando pelo segundo nome, o que fez Marília bufar outra vez e revirar os olhos.

- Ok noiva, agora vamos.

[...]

P.O.V AUTORA

Marília subiu direto para o quarto, um banho de duas horas seria o mínimo para tirar os quilos de areia que estava em seu corpo, ela tinha aceitado que não teria escolha ou como fugir de ir à cidade com Maiara, Almira e as garotas, quem eram essas garotas a assustava um pouco.

Maiara a acompanhava indo em direção ao quarto até se esbarrar com seu pai no corredor.

- Eu precisava mesmo falar com você, pode vir até meu escritório?.- Daniel deixou que sua voz soasse um pouco mais suave do que no dia anterior, então Maiara assentiu e seguiu o mais velho mudando sua rota.

Daniel não era um pai ruim, apenas fazia de tudo para que Maiara desistisse do sonho de ser escritora e assumisse os negócios da família junto ao seu irmão Marcos, mas era exatamente por esse motivo que Maiara resolveu ir morar em NY, tentar a vida na sua cidade natal.

- Pode dizer pai, mas se for sobre meu noivado eu...

- Sua mãe acha que fui um tanto quanto rude com você, então me desculpe.- O homem focou seu olhar na filha sentada em sua frente sem expressão alguma.

- Está tudo bem pai, só peço que me apoie dessa vez.- Maiara tinha o olhar baixo, fitando suas mãos, por mais que seu pai fosse um homem duro, mentir para ele também não era legal.

- Eu apoio, se fizerem a vontade de sua mãe e seu avô, e se casarem aqui no final de semana.

Maiara poderia jurar que conseguia ouvir as batidas do seu coração, ela pensava que seu casamento falso seria apenas entre ela e Marília, não assim, para várias pessoas, para sua família, mas ela não tinha escolha, seus pensamentos foram imediatamente até seu livro e a promoção no trabalho.

- Ótimo, nós nos casaremos esse fim de semana.