Capítulo 2.

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Lá estava Marília, com lágrimas nos olhos e desesperada em frente à porta do apartamento de suas amigas, batendo sem ao menos parar por um segundo, ela já tinha cogitado varias ideias em sua mente, desde se esconder, até sumir com o pobre agente, mas no fundo sabia que ela acabaria tendo que voltar para o Brasil e deixar tudo para trás, em uma única tentativa desesperada, resolveu pedir a ajuda de suas fiéis companheiras.

- Meu Deus vai acabar derrubando a minha porta. - Lauana abriu tendo uma de suas mãos passando pelos olhos, com os cabelos bagunçados e o rosto amassado, Marília tinha acordado ela e a esposa que vinha logo atrás, logo se despertaram ao ver a loira com algumas lágrimas nos olhos.

- O que aconteceu Marília? Vem, entra. - Maraisa puxou a amiga pelo punho até o sofá enquanto Lauana fechava a porta e logo tratou de pegar um copo de água para a mesma a entregando.

Marília contou em detalhes para as amigas o que o agente tinha lhe dito, contou também as ideias que tinha tido recebendo um olhar de reprovação das mais velhas, elas não sabiam até onde a loira iria para permanecer com sua editora e sua vida em NY.

- Então quer dizer que ou você se casa ou você vai ser deportada?. - Lauana disse sem sutileza alguma aparentemente tentando pensar em algo para ajudar a amiga.

- Sim, alguma de vocês pode se casar comigo por favor?. - Marília já estava mais calma, mas o seu tom ainda saia manhoso e um pouco desesperado.

- Se você me oferecer os seus milhões, eu me divorcio da Lauana e posso pagar de sua esposa. - Maraisa soou brincalhona mas logo recebeu um tapa de sua esposa, que reprovou a brincadeira em seguida com o olhar.

Até que a brincadeira de Maraisa serviu para despertar uma ideia na cabeça de Marília, a mesma deixou o copo de água sobre a mesa de centro e se encostou no sofá, cogitando botar sua ideia em prática.

- É isso, e se eu comprar um marido ou uma esposa por algum tempo até conseguir regularizar o meu visto?. - Ela olhava as amigas ansiosa por uma aprovação, por mais que se ela realmente quisesse fazer isso, ninguém precisaria aprovar, Marília era independente e teimosa demais.

- Isso é crime não é? E outra que você não vai achar alguém maluco a esse ponto, casamento por mais que falso é coisa séria Mendonça. - Lauana repreendeu a amiga que logo voltou a suspirar tristemente.

Marília logo voltou a realidade quando recebeu uma mensagem de Maiara, dizendo que o almoço tinha sido ótimo e que Luísa esperava a mesma na editora para assinar os papéis. Ela se despediu das amigas, que prometeram pensar em algo para ajudar a loira o mais rápido possível, a mesma agradeceu e seguiu seu caminho novamente até a editora, pensando que talvez logo teria que deixar aquilo tudo que construiu com tanto esforço para trás.

[...]

Maiara estava sentada no sofá da sala de Marília ao lado de Luísa, agradecendo mentalmente por ter feito tudo certo já que a mesma decidiu assinar com a PRIDE. Ao ouvir os saltos de sua chefe e a ver entrando na sala abriu um sorriso orgulhoso, ela adorava se mostrar uma boa funcionária apesar de Marília nunca elogiar ninguém.

Maiara acompanhou os movimentos da loira que primeiramente cumprimentou Luísa, depois se dirigiu até sua mesa, então a ruiva pode reparar que os rascunhos de seu livro ainda estavam ali, constatando que Marília ao menos tocou neles.

- É um prazer te conhecer pessoalmente Luísa, e fico feliz que tenha decidido assinar conosco, vamos ter grandes experiências juntas. - Marília soou simpática o que deixou Maiara um tanto confusa por conhecer bem a víbora.

- O prazer é meu Mendonça, sua assistente tem grande papel na minha decisão, ela entende muito sobre escrita e me deixou empolgada para ver os seus resultados, deveria investir nela. - Maiara se mantinha de pé ao lado da mesa e pode sentir suas bochechas esquentarem, uma vontade imensa de sorrir e jogar na cara de sua chefe que ela acabou de receber elogios de um autora de nome.

Já Marília viu novamente uma luz se ascender em sua mente, Maiara era a única pessoa que ela trocava algumas frases longas dentro daquela empresa, a ruiva até pediu para que a chefe lesse seu livro, será que uma troca de "favores" chamaria a atenção de Maiara?

Ela e Luísa Garcia já tinham assinado todos os papéis necessários, então a loira pode ver a autora saindo de sua sala seguida por Maiara.

- Maiara, fique, preciso falar com você. - A loira estava nervosa, afinal não era como dar uma ordem de trabalho.

Maiara se despediu da mulher e logo fechou a porta se aproximando da mesa de Marília, que fez menção para a mesma se sentar, e ela logo o fez. A loira encarava Maiara sem coragem alguma, ela tentaria mesmo "comprar" a sua assistente? Pensando firme em si mesma ela tomou coragem e pegou os rascunhos do livro da ruiva que estava ao seu lado e colocou em sua frente deixando sua mão por cima.

- Senhorita Pereira no seu currículo constava que você era solteira, continua assim?

- Sim... - Maiara respondeu baixo se perguntando o porquê de sua chefe querer saber disso agora sendo que ela já trabalhava ali fazia alguns meses.

- Ótimo, e você nasceu aqui em Nova York mesmo né?

Maiara assentiu com a cabeça ainda completamente confusa, suas mãos suavam entrelaçadas sobre suas pernas.

Marília pegou os rascunhos do seu livro e levantou colocando de pé em frente à si mesma.

- Bom você me pediu para ler seu livro e talvez publicá-lo, então eu tenho uma proposta para você. - Maiara ergueu uma das sobrancelhas desacreditada que faria um "negócio" com sua própria chefe, pois em sua mente, o que se referisse a publicação de seu livro, ela aceitaria imediatamente. - Aquele homem Murilo, era um agente de imigração, eu preciso de uma regularização imediata para o meu visto ou vou ser deportada de volta para o Brasil, e a única saída seria me casar, então você se casa comigo por alguns meses e eu publico seu livro e te dou o cargo de editora ao meu lado.

Maiara estava boquiaberta com os olhos fixos em Marília, ela não conseguia acreditar na proposta que a loira acabou de lhe fazer, como assim se casar? Ela estava ficando maluca? Nem de brincadeira Maiara aceitaria isso, por mais que publicar seu livro fosse seu sonho. A ruiva despertou de seus pensamentos ainda olhando fixo para sua chefe.

- Desculpa Marília mas eu nunca me casaria com você, com todo respeito você é uma insensível, e por mais que eu queira muito publicar meu livro e essa promoção, eu posso conseguir com meu próprio esforço. - Maiara se levantou fazendo menção em sair da sala até sentir a mão de Mendonça em seu punho a impedindo.

- Droga garota é só por alguns meses, e você não vai ter que viver comigo, só preciso enganar o agente até resolver tudo sobre meu visto, e se acaso eu for para o Brasil você não vai mais ter um emprego, nada de promoção nem livro publicado. - Marília soltou a ruiva e cruzou os braços abaixo do peito, mantendo uma expressão séria.

Por mais que essa ideia fosse maluca, totalmente maluca, essa poderia ser a chance de Maiara, afinal só seriam alguns meses e ela só precisaria fingir para o agente, não teria que suportar Marília a todo momento.

- Que jeito péssimo de pedir alguém em casamento. - Maiara resmungou.

- Você quer que eu me ajoelhe? Nem pensar, é uma proposta justa para ambas, estamos de acordo?. - Marília esticou a mão para Maiara, incrédula ao pensar no que tinha acabado de fazer.

- Sim, estamos.- Maiara apertou a mão da chefe com um certo receio.

- E mais uma coisa, todos a nossa volta devem acreditar nisso também, não quero correr o risco de algo dar errado.

- Ninguém vai acreditar que eu aceitei me casar com você por livre e espontânea vontade, sendo que eu meio que te odeio.- Marília abriu os lábios se fazendo de ofendida pelo comentário de Maiara, logo deu as costas voltando para sua mesa.

- De seu jeito Maiara Carla.

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Se gostarem deixem a estrelinha, ajuda muito a autora. <33

A Proposta | Adap. MaililaOnde histórias criam vida. Descubra agora