CAPÍTULO 3

1.1K 83 28
                                    


Pois é gente, agora estou aqui, sentada no carro do grandalhão com roupas gigantes porque tive que deixar meu pobre vestido com eles como evidência.

Já são quase 5 da manhã e só agora estou indo para casa, vocês acreditam que tive que transcrever tudo o que aconteceu? Fiz exame de corpo de delito e os caralho a quatro lá que me pediram, só sei que não quero nunca mais saber desse dia horrível.

Ainda não tive coragem de ligar para a dona Martha para dar as novidades, nem sei se vou, do jeito que ela é, é capaz de pegar o primeiro vôo para cá e tudo que eu não quero agora é lidar com a minha mãe preocupada.

Sentada nesse banco, do lado desse homem que não fala nada, me sinto uma adolescente que foi pega enchendo a cara pelo pai.

Credo.

- o senhor sabe se depois que tudo se resolver, vou perder ter a minha bebê de volta ? - perguntei pro senhor mudinho do meu lado.

- bebê? - ele responde a pergunta com outra pergunta. Com uma sombrancelha levantada.

- sim, minha Câmera, gênio - falei dando um peteleco na têmpora dele.

Ele me olha com uma cara e só aí percebo que dei uma de Jasmin 

MEU. DEUS.

Eu agredi um polícial?!! Mas que porra eu tava pensando?!!

Ele vai me prender certeza, aí Jesus, me ajuda

- aí meu deus, desculpa senhor agente Foster, foi sem querer - digo tão rápido que não sei se ele entendeu.

- você me deu um peteleco? - ele pergunta incrédulo.

- foi sem querer - respondo com vergonha. Foi sem querer poxa, força do hábito bonitão.

- como alguém faz algo assim sem querer? - pergunta me fitando e depois voltando a atenção na estrada.

- faço isso com meus amigos quando elas fazem perguntas estúpidas - respondo com naturalidade.

- tá dizendo que sou estúpido? - pergunta sem me olhar.

Esse homem é doido, não foi o que eu disse. Ele entende tudo errado, meu deus.

- não foi isso que eu disse - falo um tanto exasperada

- claro - ele responde com um tom de sarcasmo.

Não me atrevo a responder, vá que ele resolve me prender por desacato, não vou ter dinheiro para a fiança e ele parece vilão de filme, não vou arriscar minha linda bundinha com ele.

Depois de mais uns 15 minutos chegamos em meu apartamento, o mesmo me acompanha até a porta e eu acho cavaleiro, até o idiota abrir a boca.

- espero que não se importe, preciso examinar o perímetro, saber se está tudo em ordem. - o idiota fala adentrando meu apartamento e checando tudo ao redor.

- tu já entrou né. - resmungo e ele parece escutar pois dá um risada contida.

- está tudo limpo. - conclui.

- óbvio, eu sou limpinha. - declaro um tanto ofendida, será que ele acha que eu sou porca?

- quero dizer que está tudo bem - aí eu me ligo no jargão polícial, meu deus o que está acontecendo com o meu cérebro?!

- Ah sim. - dou uma risada sem graça.

- bem, já vou indo Jasmin, tenha uma boa noite. - ele diz se aproximando - qualquer coisa entre em contato. - conclui me entregando um pequeno cartão com apenas um número.

De Olho Na SorteOnde histórias criam vida. Descubra agora