CAPÍTULO 4

1K 79 37
                                    

POV PETER FOSTER.

- MAS EM QUE PORRA VOCÊ ESTAVA PENSANDO QUANDO SAIU DO RESTAURANTE?? - pergunto meio alterado pra mulher em minha frente.

Sim, eu sei, não deveria estar gritando com ela, ela acabou de passar por eventos traumáticos e eu como um agente deveria ser gentil e paciente.

Mas não dá pra eu raciocinar direito com ela por perto, esse mulher me tira a sanidade e eu a conheço não faz nem 24h.

Eu também não sou um homem paciente, nunca fui, acho que isso é fruto da minha criação. Pra quem não sabe meu pai era militar, Tenente, para ser mais exato, minha mãe era médica, não preciso dizer mais nada né.

Uma mãe ausente, um pai que não demonstra afeto deu nesse homem que sou. Mas não se enganem, eu sou um Bom homem, posso não ter tido as melhores das criações, mas nunca me faltou nada, estudei em boas escolas, morei em boas casas e sempre tive brinquedos bons. No quesito amor eles não eram os melhores, mas se esforçavam.

Tanto que quando completei meus amados 16 anos, meu pai me deu um carro, era uma camionete e foi minha grande parceira por anos, só até eu me alistar.

Quando fiz isso, foi mais para agradar o grande tenente Foster, só que as coisas mudaram quando eu estava lá, fiz amigos e realmente gostei de fazer parte de algo maior, ser importante. Sabe, ter um propósito, algo que vale a pena lutar.

Quando estava na guerra, No Iraque, recebi a notícia que meus pais tinham sofrido um acidente de carro e ambos falecido.

Esse com certeza foi o pior dia da minha vida, saber que um bêbado qualquer saiu por aí dirigindo sem rumo depois de uma noitada matou meus pais me deixou furioso.

Mas mesmo assim, não deixei a peteca cair, continuei firme, pessoas dependiam de mim, vidas, crianças dependiam de mim, então não, eu não podia desmoronar, não podia fraquejar. Ou se não pessoas iriam morrer.

Depois de mais alguns meses no Iraque, finalmente voltei para casa, esse dia foi marcante, chegar em casa e ver que tudo estava do mesmo jeito, porém estava empoeirado, a comida da geladeira e dos armários estragada. Algumas roupas jogadas no chão, o estetoscópio em cima do sofá.

Foi demais para mim, Não consegui ficar na casa, sai e fui para um hotel. Quando cheguei lá me sentei no chão e me permiti desmoronar, sentir.

Por tudo, tudo que vi no Iraque, amigos que perdi, crianças que vi morrer, pessoas que matei, ver crianças vendo seus pais morrerem para as salvar e pelos meus pais.

A última vez que tinha chorado desse jeito, foi quando me despedi dela, antes de ir para o Iraque, ela me abraçou tão forte, e falava em meu ouvido que me amava e que era para eu voltar vivo para ela. Acho que deveria ter dito para a mesma também permanecer viva.

Depois de algumas semanas, vendi a casa, e me mudei para Washington DC. Lá eu decidi que iria seguir carreira policial, queria continuar fazendo algo importante, servindo meu país.

Então os anos se passaram, obtive meu diploma oficial de justiça criminal seguido do bacharelado e o diploma de mestrado em criminologia. Depois que já estava pronto era só mexer uns pauzinhos com meus contatos que consegui graças a meus anos no exército.

Agora estou aqui, com meus trinta e um anos, irritado com uma mulher que não sabe que quando nos sentimos ameaçados não vamos para locais isolados e sim para onde tem gente, onde é seguro e onde irá ter testemunhas porra!

- eu fiquei assustada, só queria sair daquele lugar ! - Jasmin falou meio exasperada, Me olhando com medo.

- quando situações assim ocorrem senhorita Steele, nós não vamos aonde podemos ser pegos com facilidade, vamos aonde tem pessoas para ajudar. - disse com um pouco mais de calma fitando seus olhos.

De Olho Na SorteOnde histórias criam vida. Descubra agora