CAPÍTULO 28

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Finalmente chegou primeiro dia do julgamento de Elize.

Estou me arrumando para comparecer, sou a primeira pessoa a depor. Acho que nunca estive tão nervosa assim antes.

- Vai dar tudo certo. Não se preocupe. - a voz de Holand me desperta.

- eu estou bem ? - pergunto me referindo a roupa que estou vestindo.

Uso um terninho preto e estou com os cabelos presos em um coque baixo. Uso saltos e uma maquiagem básica.

- está ótima. - diz me tranquilizando.

Assinto e vejo Peter entrar no meu quarto. Ele anda até mim e me abraça apertado.

- tenho algo para você. - diz me entregando um pingente de um cavaleiro montado em um cavalo com uma lança matando um dragão.

- o que é isso ? - pergunto encarando o amuleto.

- esse é um santo Muito cultuado no Brasil e até mesmo conhecido no islamismo. - diz me fazendo encara-lo. - conheci ele quando estava na guerra. Quando salvei uma família, eles eram muçulmanos. Me entregaram esse amuleto. - diz parecendo entrar em uma lembrança. - na época eu não sabia o que significava, mas guardei mesmo assim. Depois disso houve uma bomba no nosso acampamento e as únicas coisas que sobreviveram foi eu e esse amuleto. Quando voltei da guerra procurei o significado e descobri que ele é conhecido No Brasil como São Jorge. Um santo guerreiro. Gosto de acreditar que ele me salvou. - diz limpando algumas lágrimas que caíram.

- quero que fique com você, ele me protegeu e se não fosse por ele talvez eu tivesse morrido e não teria conhecido você. - conclui colocando uma das mãos no meu rosto fazendo um carinho.

- obrigada, vou guardar com muito carinho. - digo apertando o amuleto firme em minha mão.

Dou um beijo casto em Peter que sorrir com o ato.

Ouvimos Holand chamar nossa atenção.

- vamos, não queremos nos atrasar não é? - diz nos fazendo sair do quarto.

Pego o amuleto e decido colocar ele no bolso do meu terninho. Peter confiou a mim algo importante para ele. Pretendo cuidar dele muito bem.

Me sinto mais preparada para enfrentar esse dia. Vamos saindo do meu apartamento e seguimos para o tribunal.

Peter vai atrás comigo deixando Holand dirigir e Mark ir ao seu lado no banco da frente.

Vou o caminho todo ouvindo os conselhos deles, eles falam que eu devo dizer exatamente o que eu vi, sem tirar nem por. Dizem também que o juiz pode querer me fazer algumas perguntas e eu devo gaguejar o mínimo possível.

Me alertaram também que o advogado de defesa pode tentar ser agressivo mas que era para eu me manter calma pois ele só fará isso com o intuito de me fazer recuar.

Quando chegamos no tribunal vejo um homem, um pouco mais alto que Holand, seus cabelos castanho que na luz certa pode se confundir com um loiro, ele veste um terno cinza e tem olhos castanhos e duas pintas no rosto, ambas perto da sobrancelha e uma expressão seria no rosto.

- Jasmin Steele? - pergunta ele me olhando, o mesmo não olha nem para Holand nem para Peter.

- sim e você é? - pergunto estendendo a mão e cumprimentando o mesmo.

- Denver Gail, serei o promotor do caso. - diz aceitando minha mão. - agentes. - diz seco acenando com a cabeça.

Ele não faz contato visual com Holand que parece triste com a situação.

Mark eu acho que não preciso nem dizer como está. A cara dele é de quem vai cometer um homicídio em breve.

Peter está calmo, seus olhos estão em mim, acho que ele nem está notando a tensão que se instalou.

- Denver, vai querer repassar o depoimento com Jasmin ? - Peter pergunta finalmente encarando ele.

- não será necessário Foster. - diz seco - vamos.

Denver é um homem bonito, não tanto quanto Peter, mas ele tem sua beleza. Ele é sério e não parece ser do tipo brincalhão. De verdade, não queria ser adversário dele num tribunal.

Entramos no prédio e vamos direto para o tribunal. Quando chegamos eu vejo Elize e seu advogado conversando na mesa dos réus.

O escrivão já está em seu lugar. Falta agora apenas o juiz e o júri.

Me sento ao lado de Peter que segura minha mão me transmitindo uma segurança.

Olho em volta e vejo Gabriel e seu advogado, ele está com um semblante vazio. Vejo o pai de Lilian que parece irritado. Vejo também o marido e filho de Elize, ambos parecem muito abatido.

Ouvimos um homem falar para ficarmos de pé pois o júri e o juiz estavam entrando no tribunal.

O juiz na verdade era uma juíza, uma mulher intensa, com um olhar marcante. Logo após a entrada dela o júri entra.

O júri é composto por sete pessoas, dentre elas homens e mulheres. Eles se sentam e o julgamento começa.

A juíza cita os altos dos processos e vai lendo os direitos.

Assim que acaba a citação dos altos, sou chamada ao banco de testemunhas. Nessa hora meu coração acelera e por instinto pego do bolso o amuleto que Peter me deu.

Caminho até a bancada e um policial vem em minha direção, ele me revista e vê o amuleto, digo que o é o juiz mostra a juíza que permite que eu fique com ele.

Me sento a bancada e fico de frente para a mesa do promotor e da mesa da ré, estou de lado para o júri e para a juíza.

O policial vem com uma bíblia e eu faço o juramento de dizer somente a verdade.

Quando começo a depor e contar tudo que aconteceu sinto o olhar frio de Elize em minha direção. Quando falo dos atentados que sofri vejo a mesma dar um pequeno sorriso.

Quando concluo tudo depois de mais ou menos uns quarenta e cinco minutos me sinto aliviada.

Quando olho em volta, vejo Gabriel com a cabeça baixa, o pai de Lilian deixa uma lágrima escorrer e os parentes de Elize eu não preciso falar, ambos choram.

Olho para a juíza que me encara firme.

- Srta. Steele, quando você tirou essa foto.- aponta para a foi geral que tirei no dia do casamento. - A Srta. Tinha visto a ré ali atrás?

A juíza da um zoom na foto e quando olho para a mesma novamente vejo Elize em frente a porta de vidro. Parada me olhando.

- não meritíssima. - digo encarando a foto. - não sabia que Elize estava ali.

- promotoria, alguma pergunta? - a juíza diz encarando Denver.

- Sem perguntas meritíssima. - diz se levantando e sentando novamente.

- defesa ? - olha para o advogado de Elize.

- sem perguntas meritíssima. - diz também responde

- o tribunal decide um recesso de duas horas. Para para escutar os agentes Peter Foster e Scarlett Holand. - a juíza fala e bate o martelinho.

Graças a Deus.

Vou de encontro ao meus amigos e saímos do tribunal e vamos almoçar.

Continua...
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Mais um capítulo pra vocês!!

Espero que estejam gostando!

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Beijooos 🤍

De Olho Na SorteOnde histórias criam vida. Descubra agora