Cap 14: Desespero.

487 35 15
                                    

Dexter estava de saco cheio, irritado, putasso da vida, com a falta de respostas e os enigmas que os cercavam. Era um cientista, o desconhecido era seu trabalho, contudo, quando esse "desconhecido" ameaçava seus amigos deixava de ser seu trabalho e começava a ser seu inimigo.

Além dele, sabia quem mais conhecia o Desconhecido na cidade: Professor, o mesmo homem que, há meses, não sai de seu laboratório nem para mostrar a face para as filhas. Precisava falar com ele e não era uma porta que o pararia de conseguir o que precisava, então, quando chegou a casa das superpoderosas, parou frente a porta do laboratório trancado.

Professor, por favor, abra a porta — bateu calmamente na madeira branca, sem obter resposta a seu chamado — Professor, não me faça tomar medidas.

Sem resposta.

— Okay, com licença e desculpe — e se afastou da porta. Levantou a mão onde havia uma pequena pulseira branca e clicou em um dos botões que esta levava, uma pequeno lazer sendo emitido por este mesmo botão. Abaixou-se e, aos poucos, derreteu a maçaneta, forçando-a abrir com um chute logo após — eu avisei.

E, sem hesitar num passo sequer, começou a descer as escadas que tornavam-se uma espiral. O ar parecia pesado a cada passo que Dexter dava afim de alcançar o laboratório subterrâneo, fazendo com que o cientista prodigio tapasse o nariz e boca com as mangas do casaco que usava. Quão mais baixo ia, mais o local parecia estar impregnado por uma fumaça roxa, como uma névoa que estava consumindo tudo.

Isso é ruim. Definitivamente.

Engoliu em seco quando viu a porta ao final das escadas estar entreaberta, uma pequena luz saindo da fenda. Aproximou-se de forma cautelosa, o coração tão rápido que podia ouví-lo em seus ouvidos como um tambor.

— Professor...? — Abriu-a em um empurrar lento, ficando sem ar nos pulmões assim que seus olhos acostumaram-se com a escuridão arroxeada da névoa — Professor!

Correu na direção do homem caído no meio do laboratório completamente destruído, em pedaços, mas em um estado que não parecia ter sido uma explosão, mas sim algo deteriorado. Pensando rápido, concluiu que talvez a névoa roxa tivesse algo com isso e se perguntou se já tinha inalado o bastante para ter fortes consequências à saúde; estando apenas zonzo, novamente concluiu que tal névoa era bem efetiva. Se já havia ficado assim com o pouco inspirado, como estaria o professor?

Assim que chegou próximo a ele, deixou-se cair de joelhos ao seu lado para girar seu corpo para cima, a ânsia de vômito atingiu-o intensamente. Por cima da pele de Professor, a névoa tornava-se como uma casca mal feita, impregnada entre a substância desconhecida e sangue.

— Sangue...? — Arregalou os olhos e começou a procurar com os olhos onde poderia ser a fonte do machucado, mas nada achou perante a grossa crosta nojenta — Professor! Acorda, por favor!

Começou a sacudi-lo pelos ombros para ver se haveria alguma resposta, contudo, apenas houve mais falta delas. Levou a orelha ao peito ainda exposto do cientista e trancou a própria respiração para que apenas se concentrasse no batimento cardíaco de outrem.

Silêncio.

Mais silêncio...

"Vamos lá, Professor, vamos!" fechou os olhos com força.

Babump.

Respirou aliviado quando ouviu o fraco pulsar, olhando ao redor para ver se haveria algo que poderia resgatar dali ou pegar para utilizar, todavia, a maioria das coisas já haviam sido consumidas pela névoa. Passou o braço do Professor por seus ombros e o ergueu com dificuldade, andando na direção da porta quando a própria visão vacilou, fazendo-o parar por um instante para respirar pesado. Não podia aspirar mais daquele ar, mas, quanto mais consumia, mais seus pulmões pediam pelo Desconhecido. Parecia como uma droga, mas duvidava que o doutor apoiado em si teria desenvolvido uma droga; era como rebaixar-se, ainda mais após de "desenvolver" as Superpoderosas.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Mar 08, 2022 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Meu (super) protetor.Onde histórias criam vida. Descubra agora